A frase a seguir pode parecer clichê e soar como mais uma promessa para vender um produto do mercado financeiro, mas encontrar opções que pagam IPCA+ 10% é algo bastante raro.
Para efeito de comparação, a última vez que o mercado ofereceu um título tão atrativo foi em 2016, quando o Brasil vivia o auge de sua crise política e econômica, que culminou no impeachment de Dilma Rousseff.
Para não citar apenas um caso isolado, o portal EuQueroInvestir traz todo o contexto para explicar por que IPCA+ 10% representa uma oportunidade histórica e por que esse investimento é recomendado pela equipe da EQI Investimentos.
IPCA+ 10%: entendendo o contexto
O atual cenário da economia brasileira é bastante desafiador, com o país enfrentando um misto de aceleração da inflação e sucessivos aumentos da taxa básica de juros, a Selic.
Na última semana de janeiro de 2025, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a Selic em um ponto percentual, de 12,25% para 13,25% ao ano. A ata do colegiado indicou mais um aumento de um ponto percentual, para 14,25%, na próxima reunião, marcada para os dias 18 e 19 de março.
As elevações podem não parar por aí. O Boletim Focus do BC, divulgado em 10 de fevereiro, projeta que a Selic encerre o ano em 15%. No entanto, essa previsão é mais otimista do que a da EQI Asset, que estima que a taxa possa atingir 16,25% até dezembro.
As projeções da EQI Asset estão entre as mais respeitadas do mercado. Em 2023, a gestora ficou em primeiro lugar no ranking Top 5 da Pesquisa Focus para o IPCA, após obter as maiores margens de acertos dentro do pool de participantes da pesquisa.
Essas sucessivas altas da Selic são impulsionadas pela inflação acelerada. Em 2024, a taxa oficial de inflação fechou o ano em 4,83%, bem acima do teto de 3% estipulado pelo BC, considerando a tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Embora o IPCA de janeiro tenha desacelerado para 4,56%, registrando a menor taxa para o primeiro mês do ano desde a implementação do Plano Real, o recuo é apontado como pontual (graças ao bônus de Itaipu) e o indicador permanece acima da meta.
Como o mercado é movido por expectativas, o Boletim Focus segue bem pessimista com as projeções de inflação. Na edição de 10 de fevereiro, pela 17ª semana consecutiva, os economistas elevaram a projeção do IPCA, passando de 5,51% para 5,58%.
A diferença entre a Selic e a inflação coloca o Brasil novamente no topo do ranking mundial de juros reais, segundo levantamento do economista Jason Vieira, do site MoneYou. Atualmente, a taxa real de juros brasileira está em 9,18%, ultrapassando a da Argentina, que caiu para 6,14%.
O cenário atual é compatível em momentos de momentos de crise econômica e política, como em 2016 e, em menor grau, no cenário atual, o risco percebido pelo mercado aumenta.
Como o Brasil estava em 2016, último ano que pagava IPCA+ 10%
Em 2016, o Brasil passava por uma crise política (impeachment da presidente Dilma Rousseff) e econômica (recessão profunda, desemprego alto e inflação elevada).
A economia brasileira registrou uma das piores retrações da história em 2016. O Produto Interno Bruto (PIB) encolheu 3,3%, acumulando dois anos consecutivos de forte recessão — em 2015, a queda havia sido de 3,8%.
O cenário foi agravado pelo alto nível de desemprego, que atingiu 9,6% da população economicamente ativa no final do ano. No ano seguinte, o Brasil registrou a maior taxa de desemprego dos últimos 10 anos, ao atingir os 12,7%, com exceção do período da pandemia de Covid-29.
Entre os principais fatores que contribuíram para essa retração estavam a queda dos investimentos, a redução do consumo das famílias e a crise fiscal dos estados e municípios. Setores como a indústria e a construção civil foram os mais afetados, registrando quedas expressivas na produção e nos investimentos.
A inflação foi outra dor de cabeça enfrentada pelo Brasil em 2016. O IPCA encerrou o ano em 6,29%, ainda acima da meta central do Banco Central, que era de 4,5%, mas dentro do limite de tolerância de 6,5%. A alta dos preços foi impulsionada pelo aumento das tarifas de serviços essenciais, como energia elétrica, combustíveis e alimentação.
Para conter a inflação, o Copom manteve a taxa básica de juros, a Selic, em níveis elevados durante boa parte do ano, chegando a 14,25% ao ano. Esse patamar de juros foi um dos mais altos do mundo em termos reais, o que contribuiu para a desaceleração do consumo e dos investimentos.
O ambiente político em 2016 foi dominado pelo processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Acusada de cometer pedaladas fiscais — manobras contábeis para maquiar o déficit das contas públicas —, Dilma foi afastada definitivamente do cargo em 31 de agosto, após julgamento no Senado.
A saída de Dilma e a posse de Michel Temer foram cercadas de instabilidade. O novo governo assumiu prometendo um ajuste fiscal rigoroso e reformas estruturais para recuperar a confiança dos investidores e estabilizar a economia. Entre as primeiras medidas adotadas, destacaram-se a PEC do Teto dos Gastos, que limitava os gastos públicos à inflação do ano anterior, e a tentativa de avanço na reforma da Previdência.
Os mercados reagiram de forma volátil ao longo de 2016. O dólar, que havia disparado no início do ano, chegando a R$ 4,16 em janeiro, recuou nos meses seguintes à medida que Temer assumiu e os investidores passaram a esperar um governo mais alinhado com políticas pró-mercado. No final do ano, a moeda fechou cotada a cerca de R$ 3,25.
Já a Bolsa de Valores teve um desempenho positivo, impulsionada por expectativas de mudança na política econômica. O Ibovespa encerrou 2016 com valorização de aproximadamente 49%, subindo dos 40.405,99 em janeiro até os 60.227,29 do final de dezembro.
Diante desse contexto de crise e juros elevados, os emissores de títulos tiveram que oferecer taxas mais atrativas, como o IPCA+ 10%, para compensar o risco adicional assumido pelos investidores.
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Raridade de IPCA + 10%
Um título que paga IPCA+ 10% é raro porque, em condições normais de mercado, a taxa real (acima da inflação) não costuma ser tão elevada. Historicamente, a taxa real no Brasil varia entre 2% e 6% ao ano, dependendo do risco do título e do cenário econômico.
Para que um título pague IPCA+ 10% é necessário um contexto específico: inflação alta, Selic elevada e um ambiente de incertezas que justifique taxas tão expressivas. Essas condições são incomuns e tendem a durar pouco tempo, até que a economia se ajuste ou que a política monetária produza efeitos.
A última vez que vimos títulos com taxas tão atrativas foi em 2016, durante a crise política e econômica. Naquela época, o Tesouro Direto oferecia títulos como o Tesouro IPCA+ com taxas reais acima de 10%. Investidores que compraram esses papéis na época obtiveram uma rentabilidade excepcional nos anos seguintes.
A janela atual, embora não seja idêntica, tem algumas semelhanças: inflação alta, Selic elevada e um ambiente de incertezas. Isso faz com que títulos como IPCA + 10% voltem a aparecer, embora possam não durar muito tempo.
Conheça uma opção para se investir no IPCA+ 10%
Compreendendo que essa janela é rara e depende de momentos econômicos delicados, conheça uma opção segura de investimento em IPCA+ 10%.
Um desses títulos é o CRI Forgreen – Secundário BTG, que oferece uma rentabilidade atrativa de IPCA+ 10% ao ano. Além do alto retorno, esse título é isento de imposto de renda para pessoas físicas, por se tratar de um Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI).
Os CRIs são títulos de renda fixa emitidos por securitizadoras e lastreados em recebíveis do setor imobiliário. Por estar vinculado a esse segmento, o governo isenta o pagamento de impostos para quem investe em CRIs.
O CRI Forgreen se destaca no mercado por diversos fatores. Este investimento conta om garantias robustas e uma estrutura de covenants que reforça a segurança da operação. Entre as principais garantias oferecidas estão:
- Alienação fiduciária dos imóveis vinculados ao projeto;
- Cessão fiduciária de recebíveis;
- Aval de pessoas físicas e jurídicas envolvidas no empreendimento;
- Fundos de reserva para mitigação de riscos financeiros.
Além disso, os investidores recebem juros mensalmente, com início da amortização do principal após um período de carência de 12 meses.
Embora o CRI Forgreen ofereça uma rentabilidade elevada e segurança reforçada por garantias, é importante considerar os riscos envolvidos. Entre eles estão:
- Risco de crédito: possibilidade de inadimplência dos pagadores dos recebíveis;
- Risco de liquidez: por se tratar de um título negociado no mercado secundário (CETIP21), a venda antes do vencimento depende da demanda de outros investidores;
- Risco de mercado: oscilações na taxa de juros e no IPCA podem impactar a atratividade do título ao longo do tempo.
O prazo total do CRI é de 10 anos, com duration estimada em 4,45 anos, o que significa que a maior parte dos fluxos financeiros do investimento será recebida antes do vencimento final.
Destino dos recursos e impacto ambiental
Os recursos captados por meio da emissão desse CRI serão direcionados para a construção de nove usinas solares, com uma capacidade total de geração de 32,48 MWp.
A iniciativa faz parte do compromisso da Green Energy, empresa responsável pelo projeto, de expandir a geração de energia renovável no Brasil.
A Green Energy, fundada em 2014, já desenvolveu 16 usinas fotovoltaicas em 14 cidades de seis estados brasileiros. Entre os principais clientes da empresa está a rede de academias Pratique Fitness, que possui 56 unidades em Minas Gerais e Santa Catarina.
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Vale a pena investir?
Para investidores qualificados que buscam uma alternativa de Renda Fixa com rentabilidade diferenciada e proteção contra a inflação, o CRI Forgreen se apresenta como uma excelente oportunidade.
A combinação de alta rentabilidade, isenção tributária e garantias estruturadas faz com que esse investimento seja uma opção atrativa dentro do portfólio de quem deseja diversificação e rendimentos superiores aos tradicionais produtos de renda fixa.
No entanto, antes de investir, é fundamental analisar os documentos da oferta e avaliar se o perfil de risco do ativo está alinhado com os objetivos financeiros do investidor. Como se trata de um investimento de longo prazo, a estratégia deve ser considerada com foco na estabilidade e na geração de fluxo de caixa mensal.
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