Fundada em 2016, a Brasol nasceu da visão de três empreendedores estrangeiros, liderados por Ty Eldridge, que identificaram no Brasil um terreno fértil para a geração de energia solar distribuída.
Após anos de experiência internacional no setor, incluindo a fundação de uma das maiores empresas de energia solar do Japão, Eldridge trouxe ao Brasil um modelo inovador. A Brasol iniciou suas operações em 2018, posicionando-se rapidamente como referência no mercado B2B de energia solar.
Desde então, a empresa consolidou sua presença no setor energético com um portfólio diversificado de serviços, oferecendo desde soluções de autogeração solar até sistemas de monitoramento e infraestrutura de carregamento para veículos elétricos.
“Estamos comprometidos em entregar soluções que não apenas atendam às necessidades atuais, mas também ajudem a moldar um futuro mais sustentável”, ressalta Carlos Bacha, Chief Investment Officer (CIO) da Brasol.
Brasol: crescimento e aportes estratégicos
Dois marcos significativos impulsionaram a trajetória da Brasol. Em 2020, a Siemens, gigante industrial alemã, adquiriu uma participação de 49% na empresa, trazendo capital e credibilidade ao negócio.
Três anos depois, a BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, com US$ 11 trilhões sob custodia, realizou seu primeiro investimento em uma empresa privada brasileira, adquirindo uma fatia da companhia.
“A BlackRock nunca tinha investido em uma empresa privada brasileira. E investiram na gente. Foi algo significativo”, destaca Bacha. Essa parceria não só fortaleceu a posição da empresa no mercado, mas também expandiu sua capacidade de investir em projetos voltados à transição energética como um todo.
Além disso, a Brasol também levantou recursos via emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), debêntures e, mais recentemente, lançou um fundo de investimento em renda imobiliária, focado em infraestrutura para transição energética.
“Focamos essencialmente em infraestrutura com ativos reais. O fundo constrói espaços build-to-suit, sob demanda do locatário, com contratos de aluguel de no mínimo 10 anos. É um modelo que beneficia tanto locatários quanto investidores, que têm a oportunidade de participar da valorização desses ativos no tempo, com segurança”, explica o CIO.
“Todos esses aportes nos colocaram como consolidadores do mercado de geração solar distribuída e viabilizaram a ampliação dos negócios, com outros ativos de transição energética. A empresa nasce como geração solar distribuída, mas tem também investimentos importantes em outros ativos”, afirma.
Soluções e produtos
Dentre as soluções e produtos da Brasol, destacam-se:
- Energia solar distribuída: modelo descentralizado de geração e distribuição de energia, barateando os custos via mercado livre de energia.
- Infraestrutura para mobilidade elétrica: investimento em hubs de recarga de veículos elétricos.
- Soluções de baterias: armazenamento de energia para garantir estabilidade durante picos de demanda.
- Mercado financeiro viabilizando a transição energética: produtos financeiros como certificados de recebíveis imobiliários, fundos e debêntures, com sólido histórico de performance. Bacha revela que a empresa está em vias de ter sua gestora própria para originar os produtos financeiros da casa.
A transição energética e as oportunidades dos data centers de IA
Com o avanço da inteligência artificial (IA), os data centers estão se tornando grandes consumidores de energia, demandando fontes limpas e infraestrutura robusta. Empresas globais como Google, Amazon e Nvidia estão em busca de locais estratégicos para instalar suas operações. O Brasil, com 85% de sua matriz energética composta por fontes de baixo carbono, apresenta-se como uma alternativa competitiva, aponta Bacha.
“O Brasil produz mais energia limpa do que consome. Temos uma oportunidade única de atrair investimentos, mas ainda precisamos superar desafios regulatórios e comerciais”, pontua.
A nova fronteira: baterias e eletrificação de frotas
Bacha também aponta a pesquisa em baterias como nova fronteira do setor. A Brasol planeja investir R$ 3 bilhões anualmente em projetos de transição energética nos próximos anos, diversificando seu portfólio e consolidando sua gestora própria de produtos financeiros. E um dos focos estratégicos será justamente o desenvolvimento de soluções em baterias.
“A nova onda é a bateria. A gente aposta que esta será a próxima grande fronteira do setor de energia. Quando não há vento ou sol, as baterias garantem o fornecimento de energia durante os picos de demanda, como no final da tarde”, explica Bacha. Além disso, a empresa tem investido na infraestrutura necessária para eletrificação de frotas de veículos, fortalecendo sua contribuição para uma matriz energética mais sustentável.
“Estamos apenas começando. O futuro da energia está aqui, e o Brasil tem um papel central nesse movimento”, conclui o CIO da Brasol.