O empréstimo para CSN (CSNA3) aprovado pelo BNDES no valor de R$ 1,13 bilhão marca um novo capítulo na estratégia de modernização da siderúrgica brasileira. O financiamento foi anunciado pelo banco de fomento e será destinado, principalmente, à atualização da usina da empresa em Volta Redonda, no estado do Rio de Janeiro.
Segundo o BNDES, parte relevante do empréstimo para CSN corresponde a investimentos que já haviam sido realizados pela companhia nos últimos anos. Esse modelo de financiamento, comum em linhas do banco, permite o reembolso de gastos anteriores, o que ajuda a recompor o caixa da empresa e a sustentar novos projetos industriais.
O banco não divulgou detalhes como prazos e taxas de juros do financiamento, mas destacou que a operação está alinhada às diretrizes atuais de política industrial e ambiental adotadas pelo governo federal.
Modernização da usina e compromissos ambientais
O projeto financiado pelo =empréstimo para CSN junto ao BNDES começou a ser implementado em 2023. Ele atende às exigências previstas em um termo de ajustamento de conduta firmado com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão ambiental do Rio de Janeiro.
Entre as iniciativas já executadas estão a instalação de novos precipitadores e filtros em unidades de sinterização de minério de ferro. Essas melhorias tecnológicas têm como objetivo reduzir a emissão de poluentes atmosféricos e melhorar a qualidade do ar no entorno da usina, beneficiando diretamente a população de Volta Redonda.
De acordo com o banco de fomento, essas ações também envolvem reaproveitamento de matéria-prima e estímulo à cadeia produtiva nacional de equipamentos industriais, ampliando os efeitos econômicos do investimento.
Financiamento ocorre em meio à pressão financeira
A liberação do empréstimo para CSN pelo BNDES acontece em um momento sensível para a empresa. A siderúrgica vem sendo pressionada pelo mercado a reduzir seu nível de endividamento, após alertas de agências de classificação de risco sobre a lentidão no processo de desalavancagem.
Em novembro, a S&P colocou a nota de crédito da companhia em observação para possível rebaixamento. Como resposta, a CSN anunciou recentemente a venda de até 11,2% de participação na operadora ferroviária MRS para sua própria mineradora, em uma operação avaliada em R$ 3,35 bilhões.
Nesse contexto, o financiamento do BNDES pode aliviar o fluxo de caixa e permitir que a empresa avance em sua agenda ambiental sem comprometer totalmente sua estrutura financeira.
Alinhamento com políticas públicas e impacto regional
Segundo o BNDES, o empréstimo para CSN está alinhado à política de descarbonização da indústria brasileira defendida pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A iniciativa busca conciliar competitividade industrial com ganhos ambientais concretos.
A usina de Volta Redonda, inaugurada na década de 1940, tem capacidade anual de produção de 5,8 milhões de toneladas de aço e desempenha papel central na economia regional. Investimentos em modernização ajudam a prolongar sua vida útil e a reduzir impactos históricos da atividade siderúrgica.
Para o BNDES, apoiar projetos desse tipo reforça o papel do banco como indutor do desenvolvimento sustentável, ao mesmo tempo em que contribui para a melhoria das condições ambientais e sociais em áreas industriais consolidadas.






