O Brasil lidera o ranking mundial de juros após a elevação da Selic e o corte nas taxas argentinas. Segundo levantamento do economista Jason Vieira, do site MoneYou, a taxa real de juros brasileira está agora em 9,18%, ultrapassando a Argentina, que caiu para 6,14%.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a Selic de 12,25% para 13,25% na última quarta-feira (29).
Já o Banco Central da Argentina reduziu sua taxa de juros de 32% para 29% na quinta-feira (30), o que impactou diretamente o ranking. Até então, a Argentina liderava com um juro real de 9,36%.
O levantamento do MoneYou utiliza a equação de Fischer para calcular a taxa de juros reais, considerando a taxa de juros de mercado e a inflação projetada para os próximos 12 meses. Confira abaixo o top-10 das maiores taxas de juro real do mundo:
- Brasil – 9,18%
- Rússia – 8,91%
- Argentina – 6,14%
- México – 5,52%
- Indonésia – 5,13%
- Colômbia – 5,01%
- República Tcheca – 3,30%
- África do Sul – 2,95%
- Filipinas – 2,57%
- Hong Kong – 1,99%
Cenário econômico e perspectivas
O aumento dos juros no Brasil foi impulsionado por preocupações fiscais, pressão inflacionária e sinalização de um pacote de controle de gastos considerado insuficiente pelo mercado.
O Copom também indicou que deve promover um novo aumento de 1 ponto percentual na próxima reunião, em março, elevando a Selic para 14,25%. Analistas projetam que a taxa pode chegar a 15% ao final do ciclo, em maio.
Segundo o estudo, no mundo, o movimento de aperto monetário perdeu força, com uma tendência de estabilidade ou corte nos juros. Entre os 40 países analisados pelo MoneYou, 55% reduziram suas taxas, 40% as mantiveram e apenas 5% promoveram elevações.
A Argentina, que vinha de um período de juros reais negativos, tem buscado estabilizar sua política monetária. Com a recente redução, o país caiu para a terceira colocação no ranking de juros reais.
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