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Tesouro aciona circuit-breaker após fala “irreversível” de Flávio; prefixados perto de 14% e IPCA+ 2029 a 8%

Tesouro aciona circuit-breaker após fala “irreversível” de Flávio; prefixados perto de 14% e IPCA+ 2029 a 8%

Mercado reage à confirmação da candidatura de Flávio Bolsonaro, com juros futuros disparando, Tesouro Direto travando negociações e títulos prefixados e IPCA+ renovando máximas

O cenário eleitoral voltou a dominar completamente as mesas de operação nesta terça-feira (9). Pouco depois de o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmar que sua candidatura à Presidência em 2026 é “irreversível” — após ter sugerido que poderia desistir mediante um “preço” —, os ativos domésticos entraram em forte estresse, levando o Tesouro Direto a acionar um circuit-breaker.

A leitura predominante entre gestores é de que a confirmação cristaliza a divisão da direita para 2026, aumentando, na visão de parte do mercado, a probabilidade de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da continuidade de uma política fiscal considerada mais arriscada.

Tesouro Direto trava e reabre com juros muito acima dos níveis recentes

O impacto foi imediato nos títulos públicos. As taxas subiram tão rapidamente que o Tesouro Direto voltou a acionar um circuit breaker, suspendendo momentaneamente as negociações — um mecanismo utilizado quando as oscilações rompem parâmetros internos de segurança.

Com a reabertura da plataforma, os papéis passaram a refletir a nova rodada de aversão ao risco:

  • Tesouro IPCA+ 2029 voltou a ser negociado perto de 8% ao ano, em movimento oposto ao alívio recente nas taxas desses papéis.
  • Os prefixados — especialmente os vencimentos de 2028 a 2032 — voltaram a se aproximar de 14% ao ano, refletindo o aumento abrupto do prêmio de risco exigido pelos investidores.

O movimento é compatível com a explosão dos juros futuros na B3, que avançam em bloco desde cedo.

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Variação dos títulos do Tesouro Direto hoje (9)
Divulgação Tesouro Nacional

DI explode e precifica prêmio adicional por risco político

Por volta das 11h, a curva de juros exibia altas fortes em praticamente todos os vértices. Os contratos com vencimento entre 2026 e 2030 concentravam volumes bilionários e variações expressivas:

  • DI jan/26 (DI1F26): 14,906% (+0,02%)
  • DI jul/26 (DI1N26): 14,535% (+0,31%)
  • DI jan/27 (DI1F27): 13,86% (+0,54%)
  • DI jan/28 (DI1F28): 13,285% (+0,83%)
  • DI jan/29 (DI1F29): 13,31% (+0,99%)
  • DI jan/30 (DI1F30): 13,455% (+1,09%)
  • DI jan/31 (DI1F31): 13,56% (+1,12%)
  • Vértices longos, como 2040, chegaram a subir mais de 2,3% no dia.

Trata-se de uma abertura de curva rara em intensidade, típica de episódios de choque político repentino. Gestores descrevem informalmente o movimento como “segunda onda do risco Flávio”.

Bolsa derrete e dólar encosta em R$ 5,46

A pressão não ficou restrita à renda fixa. Em mais um dia de forte aversão ao risco doméstico, o Ibovespa operava em queda de cerca de 1,9%, aos 155,2 mil pontos, por volta de 10h40 — já acumulando um tombo de quase 10 mil pontos desde o recorde intradiário de 165 mil pontos registrado na sexta-feira (5).

O dólar acompanhou o sentimento de cautela e avançava para R$ 5,46, refletindo busca por proteção e saída de posições locais.

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