Como viver de renda?
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Trump, Lula, tarifas e a confiança nas regras do jogo

Trump, Lula, tarifas e a confiança nas regras do jogo

Esses dias eu disse que o que determina a nossa confiança no longo prazo não é o CDI, não é o Ibovespa, não é o payroll americano — não é nada disso.

O que determina a nossa confiança no longo prazo é a estabilidade das regras do jogo, é a segurança jurídica.

Isto é: a espinha dorsal do livre mercado.

É a confiança de que as leis não mudarão do dia pra noite.

Quando o Lula aumentou o IOF, eu disse isso.

E agora que o Trump resolveu nos tarifar em 50%, eu repito: isso assusta investidores, desorganiza o comércio e, principalmente, enfraquece a confiança nas regras do jogo.

Ao colocar tarifas como punição política, Trump, abandona o papel de estadista e passa a usar a economia como arma.

E toda vez que o poder estatal é usado para premiar aliados ou punir opositores, a liberdade econômica é corroída e o Estado se torna um agente de favorecimento, e não de justiça.

— “Bah, Thiago, então você tá defendendo o Lula?”

Não. Muito pelo contrário.

Sou muito crítico à política econômica do governo Lula.

Mas não é porque alguém está atacando um governo do qual eu sou crítico, que eu vou passar pano ou fingir que o erro é aceitável.

Eu não uso dois pesos e duas medidas.

Aqui, está todo mundo errado.

O erro, o problema é o intervencionismo, não importa de que lado que venha.

É importante que a gente entenda que: “O protecionismo nunca melhora as condições econômicas de um país; ele apenas transfere renda e distorce a alocação de recursos.” — Ludwig von Mises

Essa tarifa de 50% encarece produtos brasileiros nos EUA, fazendo com que todos saiam perdendo:

  • Os americanos pagam mais caro,
  • Os brasileiros vendem menos,
  • O mercado deixa de funcionar como deveria.

As tarifas agem como um imposto artificial sobre produtos estrangeiros.

Lembram dos impostos das blusinhas da Shein?

No final, o governo arrecada mais, mas o consumidor é quem paga a conta.

Se o Brasil responder com mais tarifas, o prejuízo só aumenta.

É como uma briga em que os dois lados decidem cortar os próprios lucros para “dar o troco”.

No fim, quem paga é o consumidor e o trabalhador.

— “Tá, Thiago, mas então qual é a solução?”

“A única política comercial sensata é o livre comércio unilateral.” — Ludwig von Mises

Mesmo sendo atacado com tarifas, o Brasil não precisa agir igual.

Pelo contrário: deve fazer o inverso.

Manter o mercado aberto e — no caso do Brasil, que ainda é muito fechado — reduzir tarifas com outros países.

Isto é: abrir mais a economia, atrair investimentos, estimular produtividade e mostrar maturidade institucional e econômica.

Essa postura fortalece o país no médio e longo prazo.

  • Um exemplo histórico disso é Hong Kong.

Por décadas, Hong Kong manteve tarifas praticamente nulas, mesmo sendo alvo de protecionismo por parte de outras nações.

E o resultado? Tornou-se um dos centros econômicos mais eficientes, competitivos e prósperos do mundo, justamente por ter um ambiente de negócios estável, previsível e livre.

Isto é: você não precisa brigar com o mundo.

Se você faz o certo — mantém sua casa em ordem e o mercado aberto —, o capital global vem até você.

Mesmo que um país seja alvo de barreiras externas, ele ainda se beneficia ao manter sua economia livre.

Por quê?

  • Porque garante preços mais baixos,
  • Estimula inovação e eficiência,
  • E atrai investidores que valorizam previsibilidade e liberdade econômica.

Conclusão: As tarifas de Trump são um exemplo clássico do fracasso do intervencionismo.

  • Elas ferem consumidores,
  • Distorcem o mercado,
  • Prejudicam a produtividade,
  • E fomentam conflitos políticos desnecessários.

A resposta racional não é retaliar — é reafirmar os princípios do livre mercado.

Mesmo que seja de forma unilateral.

E o que o investidor pode fazer diante disso?

“Aproveitar o que o Brasil tem de melhor. E fugir do que ele tem de pior.”

A população brasileira, o consumidor, o empresário — não conseguem sair do Brasil.

Estão presos aqui. Á família, aos negócios, às condições… E ao mesmo tempo, ao sistema, à burocracia, à insegurança jurídica, à volatilidade política, ao peso do Estado.

Mas os investimentos não, os investimentos têm mais liberdade, conseguem sair facilmente.

E é justamente isso que o investidor precisa entender.

Você não precisa aceitar o pacote completo.

Você pode aproveitar o que o Brasil tem de melhor — e buscar em outros países o que o Brasil ainda não oferece.

O que o Brasil tem de melhor agora?

Juros altos.

Com a Selic a 15%, o investidor tem à disposição oportunidades em renda fixa com retornos reais atrativos, muito superiores à média global.

Isso deve ser aproveitado. Com seletividade, com gestão de risco, mas deve ser aproveitado.

E o que o mundo tem de melhor que o Brasil ainda não tem?

Ambientes mais abertos, previsíveis e livres para os negócios.

Lugares onde:

  • A burocracia é baixa
  • O sistema tributário é simples
  • As regras do jogo não mudam a cada ciclo político
  • O Estado respeita quem investe e empreende
  • O capital é livre para fluir sem ameaças ideológicas

Em outras palavras: o mundo oferece liberdade econômica.

E o investidor brasileiro pode acessar isso com diversificação internacional — ações globais, ETFs, REITs, ouro, dólar, fundos off-shore.

A verdade é que o Brasil é um grande produtor de juros e de risco.

Então use os juros a favor do seu cliente — e fuja do risco que não te paga bem para correr.

“Você não precisa escolher entre Brasil ou mundo. Você pode ficar com o melhor dos dois mundos: a renda do Brasil e a maior estabilidade do exterior.