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Home bias: o erro silencioso que pode corroer seu patrimônio
Oferecido porEQI Research

Home bias: o erro silencioso que pode corroer seu patrimônio

O termo inglês “home bias” foi cunhado para simbolizar o viés natural que os investidores possuem em concentrar seus recursos financeiros em ativos de seus países de origem. Ou seja, é o caso do brasileiro que só investe no Brasil, assim como do americano que só investe nos Estados Unidos, entre outros

O termo inglês “home bias” foi cunhado para simbolizar o viés natural que os investidores possuem em concentrar seus recursos financeiros em ativos de seus países de origem. Ou seja, é o caso do brasileiro que só investe no Brasil, assim como do americano que só investe nos Estados Unidos, entre outros.

Essa tendência natural parte de uma lógica, antes verdadeira, de que as demais economias globais não tinham impacto direto em nossas vidas. Isso era mais evidente em países grandes, com diversidade e abundância de recursos naturais, que eram menos dependentes de outros, como no exemplo do Brasil.

Entretanto, essa realidade passada mudou à medida que o processo de globalização e a interdependência entre nações se tornaram maiores. Antes, um produto ou tecnologia exclusivo de um país muitas vezes não chegava ao alcance da população de outro. Em geral, isso acontecia apenas nos territórios mais ricos e influentes.

Hoje, um lançamento de uma nova versão de um aparelho celular está amplamente disponível globalmente em poucos dias. Isso quando o lançamento já não é global, simultâneo.

Mas se essa interdependência hoje é tão facilmente notada por exemplos como esse que citei, por que os brasileiros não refletem essa realidade em suas carteiras de investimento?

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Dependência do dólar 

A resposta para essa pergunta talvez esteja na falta de informação. As pessoas, por mais que saibam que são impactadas pela globalização, ainda não têm noção do quão grande é esse impacto.

Para responder a essa pergunta, utilizarei uma pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV) sobre o impacto do câmbio (dólar) no cotidiano. Essa pesquisa foi publicada em 2024 e conclui que, a depender da cesta de consumo, a variação cambial tem impacto direto de 16% no poder de compra das pessoas.

Existe, também, uma relação entre renda e impacto cambial, na qual as rendas média e média-baixa possuem menor impacto que as demais, conforme mostra a imagem abaixo.

Ou seja, esse estudo da FGV nos indica que, apenas para nos proteger dos impactos da variação cambial em nossa cesta de consumo, deveríamos ter entre 16% e 18% do nosso patrimônio investido em dólar.

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Investidor brasileiro vs. estrangeiro 

Agora que já sabemos o quanto, no mínimo, deveríamos estar dolarizando nosso patrimônio, vamos entender como está, hoje, o processo de proteção e internacionalização dos investidores brasileiros em relação aos investidores estrangeiros.

Para isso, vamos recorrer a um segundo estudo, publicado em 2021 por Jeffrey Kleintop, da Charles Schwab, uma das maiores multinacionais americanas de serviços financeiros. O estudo visa a medir o home bias de cada país, ou seja, o quanto os investidores concentram seus patrimônios em seus países de origem.

No gráfico, destaca-se não só o Brasil (identificado pela primeira barra na cor preta à esquerda na imagem) como um dos países com maior home bias, mas um perfil claro entre os países com maior concentração e menor concentração de patrimônio.

Os mais à esquerda, com maiores percentuais de concentração, são, em sua maioria, países menos desenvolvidos, de mais baixa educação financeira e maiores em extensão territorial e, principalmente, riquezas naturais. Por outro lado, os países mais à direita são mais desenvolvidos, mais bem educados financeiramente e menores.

Focando exclusivamente no Brasil, vemos que nosso percentual de concentração patrimonial está próximo dos 95%, muito aquém dos 84% desejados para, pelo menos, neutralizarmos o efeito cambial no nosso poder de compra. O que dirá então do suficiente para criar uma diversificação global real de sua carteira de investimentos.

E você? Já protegeu o seu poder de compra e diversificou o seu portfólio? Lembre-se: o ano eleitoral de 2026 poderá trazer mais volatilidade ao ambiente doméstico, com impactos relevantes sobre câmbio, juros e fluxo internacional de capitais.

Ignorar essa dinâmica mantendo todo o seu patrimônio exposto apenas ao Brasil pode representar, na prática, assumir um risco que já não faz muito sentido para o investidor no contexto de globalização atual.

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