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Carteira dolarizada: investir em dólar é uma necessidade? Por quê?

Carteira dolarizada: investir em dólar é uma necessidade? Por quê?

Na última terça-feira (8), a EQI Investimentos promoveu mais uma edição da série After Market, que tem como missão transformar temas econômicos do dia a dia em ações práticas para investidores de todos os níveis. O apresentador da noite foi Bernardo Correa, assessor de investimentos da casa, que conduziu um bate-papo direto com o público sobre como investir em dólar é uma necessidade para o investidor brasileiro.

“Hoje o Brasil representa próximo de 3% do PIB mundial. Quando vamos para a renda fixa, esse número cai para menos de 2%. E na renda variável, nem 1% — cerca de 0,8% da capitalização global está aqui.” Para ele, investir só no Brasil é como fazer compras em um mercado com apenas uma prateleira. “Você só tem acesso a frutas, sem leite, sem arroz, sem Coca-Cola.”

Essa limitação impacta diretamente a rentabilidade e a segurança da carteira dos investidores. Ao permanecer preso a ativos locais, sem investir em dólar como necessidade, o brasileiro perde oportunidades de participar de mercados mais eficientes, diversificados e resilientes como o norte-americano.

A realidade: o real já perdeu mais de 80% de valor frente ao dólar

Desde a criação do Plano Real, em 1994, a moeda brasileira perdeu mais de 80% do seu valor frente ao dólar. Bernardo foi direto: “Todo mundo aqui já investiu em algo que perdeu mais de 80% do valor. Esse algo é o real.”

Com inflação cronicamente maior que a dos EUA, o Brasil tem um poder de compra que se deteriora ano após ano. “A inflação é o maior inimigo da moeda. E a nossa sempre foi maior do que a americana. Isso diz muito sobre o futuro do câmbio”, explica.

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Dólar não é volatilidade, é segurança

Um dos mitos que Bernardo busca desmentir é de que investir em dólar traz mais risco. Para ele, ocorre justamente o contrário: “Quando eu invisto em dólar, eu trago segurança. Eu invisto na maior economia do mundo, na moeda mais forte do planeta.”

Além disso, a exposição cambial cria descorrelação. Em momentos de crise interna, os ativos em dólar costumam se valorizar, protegendo o portfólio como um todo. “É o famoso ‘flight to quality’. Quando tudo balança, o investidor corre para o dólar.”

Bernardo relembrou a crise de 2008, originada nos EUA. Mesmo sendo uma recessão americana, o real perdeu força e o Ibovespa caiu 49%. O dólar, por outro lado, se valorizou 40% no mesmo período.

E o mesmo se repetiu em 2024: “O dólar valorizou 24% frente ao real no ano passado. Foi, de longe, o melhor investimento para o brasileiro.”

Rendimento também conta: dólar +5% bate até o CDI

“Tem gente que acha que não dá para ganhar dinheiro em dólar. Mas dá”, reforça Bernardo. Ele mostra que, mesmo sem considerar juros, o dólar se valorizou quase tanto quanto o CDI nos últimos 14 anos.

Com a estratégia certa — dólar +5%, por exemplo — é possível superar o IPCA+ 6% e outros benchmarks locais. “Estamos falando de uma carteira dolarizada que entrega retorno real e proteção cambial.”

O brasileiro consome em dólar, mas não investe em dólar

Um ponto curioso: até 30% da classe média brasileira já tem parte do consumo atrelado ao dólar — viagens, tecnologia, combustível, alimentos.

Bernardo relembra: “Você acorda com o celular da Apple, escova os dentes com Colgate, vai ao trabalho com carro da Ford, toma café da Starbucks e paga com cartão da Mastercard. Mas investe só no Brasil?”

O brasileiro é um consumidor global, mas um investidor local. E isso é um desequilíbrio perigoso.

Quanto investir lá fora? De 15% a 20%, diz a EQI

A EQI recomenda que, independentemente do perfilconservador, moderado ou arrojado — os investidores tenham de 15% a 20% do patrimônio dolarizado. Essa é a média sugerida para garantir proteção e rentabilidade no longo prazo.

“Não é sobre mandar tudo para fora. É sobre equilibrar. Uma carteira 100% local hoje é como apostar tudo no Vietnã ou no Marrocos”, alertou Bernardo, ao citar rankings internacionais de risco-país onde o Brasil aparece mal colocado.

Cenário econômico: dólar barato agora, mas por quanto tempo?

Com a taxa Selic em 15%, o real tem se valorizado momentaneamente frente ao dólar, atraindo capital estrangeiro. Porém, essa janela pode se fechar rápido. “O próprio Banco Central projeta o dólar a R$ 5,70 até o fim do ano. Hoje está em R$ 5,45. Estamos em um ótimo ponto de entrada.”

Bernardo também lembrou da volatilidade do cenário político, da inflação descontrolada e da tensão geopolítica mundial, como fatores que tornam o dólar uma âncora de estabilidade. “O dólar é o porto seguro do mundo.”

Diversificar não é luxo, é sobrevivência

O recado é claro: diversificar e investir em dólar é uma necessidade, não um capricho. “Você não compra dólar só para ganhar dinheiro. Você compra para não perder tudo quando as coisas apertam”, ponderou.

O que é o After Market?

O After Market é uma live semanal da EQI Investimentos que traduz as principais notícias do mercado em dicas práticas para quem quer investir com mais inteligência.

Toda terça-feira, às 19h30, especialistas comentam os temas mais quentes do momento em um bate-papo claro, direto e com espaço para perguntas ao vivo.

Próximos temas do After Market

Anote na agenda e acompanhe os temas das próximas terças:

  • 15/07 – O que você precisa saber para fazer uma boa gestão de patrimônio?
  • 22/07 – Imóveis físicos ou renda fixa: como comparar o melhor investimento?
  • 29/07 – O que é indispensável saber antes de investir?
  • 05/08 – Quais as vantagens de investir em uma corretora?
  • 12/08 – Fundo imobiliário é um bom investimento hoje?
  • 19/08 – Como a Inflação afeta no seu dia a dia?

Perdeu alguma edição anterior?

Além de saber sobre “Investir em dólar como necessidade”, confira também temas que já passaram pelo After Market. Basta clicar nos links abaixo e acessar conteúdos igualmente relevantes para a sua jornada como investidor: