Na edição da última terça-feira (17) da live After Market, promovida pela EQI Investimentos, a head da EQI Research, Carolina Borges, destacou que o atual momento representa uma janela de oportunidade para quem deseja investir em Fundos Imobiliários (FIIs), mesmo diante da proposta de tributação de dividendos anunciada pelo governo. Segundo ela, a possível taxação não deve ser o fator decisivo na hora de investir.
Janela de oportunidade: o que são FIIs e qual a melhor maneira de investir
Os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) são uma forma prática, acessível e eficiente para o investidor pessoa física participar do mercado imobiliário sem precisar adquirir imóveis diretamente. A gestão dos recursos é feita por especialistas que alocam o capital em imóveis físicos (como lajes corporativas e galpões logísticos) ou em papéis com lastro imobiliário (como CRIs e LCIs).
Essa modalidade permite ao investidor se beneficiar de rendimentos mensais, da valorização das cotas e da diversificação da carteira, sem os custos, burocracias e riscos inerentes à compra direta de imóveis.
A EQI Research, equipe de análise da EQI Investimentos, oferece mensalmente, e de forma gratuita, duas carteiras recomendadas: uma com os FIIs mais promissores para quem está montando patrimônio e outra focada em dividendos com aporte inicial reduzido, chamada “Carteira 200 para Crescer”.
Acompanhar carteiras recomendadas de uma casa de análise de confiança é uma forma inteligente de se atualizar sobre o cenário para os ativos e contar com orientação especializada, sem precisar perder tempo com diversas análises individuais.
Por que há uma janela para investir em FIIs no cenário atual?
Durante a live, Carolina Borges destacou que há quatro fatores principais que sustentam a tese de que estamos diante de uma “janela de oportunidade” para aquisição de FIIs:
O índice preço sobre valor patrimonial (P/VP) dos FIIs, mesmo com o Ifix (índice de fundos imobiliários da bolsa) próximo das máximas, segue abaixo ou dentro da média histórica, indicando que muitas cotas ainda estão descontadas.
A diferença entre o rendimento real dos títulos públicos e os dividendos pagos pelos FIIs permanece acima da média, o que torna os fundos mais atrativos em termos de retorno ajustado ao risco.
O desempenho operacional dos fundos segue robusto, especialmente os de “tijolo” (aqueles que investem em imóveis físicos).
Ativos similares estão sendo negociados a preços superiores aos dos FIIs no mercado secundário, o que reforça a atratividade dos fundos negociados na Bolsa.
“Com a Selic no topo do ciclo e uma possível estabilidade ou queda no radar, a tendência é de valorização dos FIIs nos próximos meses. É o momento de já se posicionar”, afirmou.
Ifix x Selic. Fonte: EQI Research
Carolina também alertou sobre a importância de manter a calma e pensar no longo prazo:
“Quem compra FIIs está adquirindo renda futura. A ansiedade pode levar o investidor a sair antes da hora e perder os melhores retornos”.
Para ilustrar a recomendação de manter posição e não agir por impulso, Carolina Borges apresentou um gráfico que apresenta qual teria sido o retorno do investidor nos últimos 10 anos em quatro situações: mantendo posição, ou perdendo os 5, 10 ou 20 melhores dias do Ifix, do Ibovespa (índice de ações) e do Idiv (índice de dividendos) na bolsa, por tomar decisões precipitadas.
Fonte: EQI Research
Qual o impacto da MP de tributação dos investimentos para os FIIs?
No último dia 11 de junho, o governo federal anunciou uma Medida Provisória que altera a tributação de rendimentos de FIIs, Fiagros e títulos de renda fixa, hoje isentos para pessoas físicas. A proposta prevê que, a partir de 2026, os dividendos pagos por esses fundos passem a ser tributados em 5% na fonte, enquanto os ganhos de capital com a venda de cotas terão alíquota fixa de 17,5%, inferior aos atuais 20%.
Carolina Borges reconheceu que o impacto existe, principalmente para quem usa os dividendos como complemento de renda.
Por que, apesar da possibilidade de tributação, vale investir em FIIs?
Na avaliação da analista, o investidor não deve basear suas decisões exclusivamente em benefícios fiscais.
“Se sua tese de investimento depende da isenção de imposto, ela é fraca ou incompleta. O que importa é o retorno líquido adequado ao risco”, afirmou.
Ela ainda ressaltou que a discussão sobre tributação de dividendos dos FIIs é antiga e recorrente no Congresso, e que o investidor precisa aprender a navegar por essas incertezas com uma carteira bem diversificada.
Sobre as lives After Market
As lives After Market, realizadas semanalmente pela EQI Investimentos, às terças-feiras, às 19h30, têm o objetivo de traduzir os principais acontecimentos do mercado financeiro em uma linguagem acessível e prática. Os encontros contam com a presença de especialistas para analisar o cenário macroeconômico e apresentar estratégias de investimento. Ao final de cada edição, o público tem a oportunidade de interagir ao vivo com os convidados. Clique aqui para participar de todas as próximas edições!
Próximos temas do After Market
24/06 – Como proteger uma carteira perante as incertezas do mercado?