Na noite de terça-feira (15), a EQI Investimentos transmitiu ao vivo a segunda edição da série After Market, com o tema “Como a inflação te afeta no dia a dia? Por que investir no Brasil é uma questão de sobrevivência e não de status?”.
O encontro foi conduzido por Matheus Becker Szabileski e contou com a presença do economista Thiago Freire, da EQI, que trouxe uma análise acessível e profunda sobre os efeitos da inflação na vida do brasileiro.
Durante a conversa, Freire explicou que, ao contrário do senso comum, inflação não é apenas o aumento generalizado de preços, mas sim uma consequência de algo mais estrutural: o aumento da base monetária sem o correspondente crescimento da produtividade.
“Se temos mais dinheiro circulando, mas a mesma quantidade de produtos disponíveis, os preços sobem — não por culpa dos empresários, mas por uma distorção monetária”, ressalta Freire.
Como a inflação afeta: Tudo ficou mais barato, só que em ouro!
Um dos destaques da live foi uma provocação que gerou impacto: “De 1994 para cá, tudo ficou mais barato.” O que parecia um contrassenso foi sustentado com dados comparativos.
Ao precificar commodities como soja, gasolina, açúcar, trigo, arroz, café e milho em ouro — considerado uma reserva de valor histórica —, Freire demonstrou que esses produtos, quando convertidos em ouro, estão até 80% mais baratos hoje do que há 30 anos. Já em reais, os mesmos itens registraram alta de até 2.000%, o que escancara o efeito corrosivo da inflação sobre o poder de compra.
Abaixo, confira como se comportaram IPCA (indicador oficial de inflação), café a arroz ao longo dos anos – a linha amarela representa a evolução do preço em ouro e a azul, preço corrente no mercado.



“Enquanto a produtividade cresce, o que deveria tornar tudo mais barato, o aumento da quantidade de dinheiro em circulação gera exatamente o oposto”, explicou Freire, destacando que o real, por não manter valor ao longo do tempo, não cumpre uma das principais funções de uma moeda: ser reserva de valor.
Investir é sobreviver
Segundo Freire, a inflação no Brasil não afeta apenas o preço da gasolina ou o valor da feira no mercado. Ela compromete decisões básicas do dia a dia: do lazer ao planejamento familiar. Por isso, investir de forma estratégica não é mais uma questão de status social, mas sim uma necessidade urgente de proteção do patrimônio.
“Se o seu dinheiro não está rendendo mais que a inflação, você está empobrecendo — mesmo que tenha um bom salário ou guarde parte do que ganha. E quem espera acumular muito para começar a investir, pode perder décadas de poder de compra”, alertou.
A live também abordou os ciclos econômicos e a importância de se entender a dinâmica dos juros e da inflação para tomar boas decisões de investimento. Thiago Freire detalhou como cada fase do ciclo de juros pode favorecer diferentes tipos de ativos — de pós-fixados a multimercados — e como uma carteira bem diversificada e ajustada ao perfil do investidor pode proteger e até ampliar o patrimônio, mesmo em cenários de incerteza. E você confere abaixo o resumo:

EQI: informação e estratégia ao alcance do investidor
A série After Market tem o objetivo de aproximar o investidor da realidade econômica, traduzindo conceitos complexos em uma linguagem clara e direta. “A gente não quer só jogar a informação. Queremos que o investidor entenda o que está por trás das manchetes e como isso afeta diretamente o seu bolso”, destacou Matheus Szabileski.
Além da live desta semana, a EQI já tem programados novos encontros com temas igualmente relevantes, sempre às terças-feiras, às 19h30:
- 22/04 – Como proteger uma carteira perante incertezas de mercado?
- 29/04 – Por que investir no exterior é tão importante para o brasileiro?
- 06/05 – A Bolsa volta mesmo? Blue Chips ou Small Caps?
- 13/05 – Imóveis físicos ou renda fixa: como comparar o melhor investimento?
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