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IPCA+: o que é, por que e quando investir em títulos atrelados à inflação?

IPCA+: o que é, por que e quando investir em títulos atrelados à inflação?

Quem busca investir em renda fixa já deve ter ouvido falar do Tesouro IPCA+ e de outros ativos que oferecem rentabilidade atrelada ao IPCA. Esse tipo de investimento é cada vez mais procurado por investidores que desejam proteger o patrimônio da inflação e garantir rentabilidade real a longo prazo.

Neste artigo, você vai aprender em detalhes o que é IPCA+, como funciona um título híbrido atrelado ao IPCA, quais os melhores momentos para investir e exemplos de ativos além do Tesouro Direto que oferecem esse tipo de rentabilidade.

O que são títulos atrelados à inflação (IPCA+)?

Um título atrelado à inflação, também chamado de IPCA+, é um investimento híbrido que combina duas formas de rentabilidade:

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  • Taxa fixa (prefixada): definida no momento da compra (ex.: +5% ao ano).
  • Correção pela inflação (IPCA): que varia conforme o índice oficial.

Exemplo prático: se você compra um título Tesouro IPCA+ que paga IPCA + 5% ao ano e a inflação do período for 4%, a rentabilidade será 9% ao ano. Se a inflação subir para 6%, o rendimento será 11% ao ano.

Dessa forma, o investidor tem a garantia de ganhar sempre acima da inflação, preservando o poder de compra e ainda conquistando uma rentabilidade extra.

Quando investir em títulos atrelados à inflação?

Os títulos IPCA+ são especialmente vantajosos em três situações:

  1. Planejamento de longo prazo: garantem poder de compra futuro, ideais para aposentadoria e grandes objetivos.
  2. Períodos de alta inflação: protegem o patrimônio contra a perda de valor do dinheiro.
  3. Diversificação da carteira: equilibram investimentos pós-fixados (atrelados à Selic) e prefixados (com taxa fixa).
Imagem de calculadora, com papel onde se lê IPCA
Fonte: Adobe Stock Photos

Não é só o Tesouro Direto: outros investimentos atrelados ao IPCA+

Embora o Tesouro IPCA+ (ou NTN-B) seja o mais popular, existem outros ativos de renda fixa que oferecem rentabilidade indexada à inflação. Entre eles:

  • Debêntures incentivadas IPCA+: emitidas por empresas para financiar infraestrutura. São isentas de IR para pessoa física.
  • CRI e CRA (Certificados de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio): títulos que frequentemente pagam IPCA+ taxa fixa, protegendo contra a inflação.
  • Fundos de renda fixa e fundos de crédito privado: que investem em uma carteira diversificada de ativos atrelados ao IPCA.

Essas alternativas podem oferecer rentabilidade maior do que o Tesouro, mas geralmente envolvem maior risco de crédito – vale dizer que os títulos do Tesouro, emitidos pelo governo, são considerados os mais seguros do mercado.

IPCA+ no cenário atual de investimentos

Segundo João Neves, analista de renda fixa da EQI Research, o cenário atual é de boas oportunidades para os títulos indexados à inflação, tanto pelo elevado nível de carrego quanto pelo potencial de ganho de capital em caso de fechamento adicional da curva de juros.

Embora o momento atual ainda favoreça os prefixados, principalmente nos vencimentos intermediários, os papéis atrelados ao IPCA permanecem como uma alocação estratégica para diversificação de carteira, especialmente em um cenário de cortes de juros à frente.

“Atualmente, as taxas de juros oferecidas pelos títulos públicos encontram-se nos maiores patamares dos últimos 15 anos. Esse cenário é consequência de uma conjuntura marcada por instabilidade econômica, desancoragem das expetativas de inflação e crescente preocupação com a trajetória fiscal do país, fatores que contribuem para a aceleração do crescimento da dívida pública e, consequentemente, para a elevação dos prêmios de risco exigido pelos investidores”, aponta João Neves.

“Esse patamar elevado de remuneração real é um fenômeno raro. Poucos países oferecem títulos soberanos com retorno acima da inflação tão elevando, o que garante uma oportunidade única. O investidor que mantém esses títulos em carteira é compensado de forma extraordinária, por meio da remuneração conhecida como carrego”, complementa.

Possibilidade de ganho também com a marcação a mercado

Além do carrego, ele explica, os títulos IPCA+ possuem a maior duration (prazo médio ponderado em que o investidor recupera o valor aplicado) dentre os instrumentos de renda fixa domésticos. Essa característica, combinada com a ausência de risco inflacionário – já que a remuneração é atrelada ao IPCA, confere maior segurança para investimentos de longo prazo, ao mesmo tempo em que amplia a sensibilidade dos preços à movimentação das taxas de juros.

Dessa forma, esses títulos apresentam oportunidade adicional de ganhos expressivos de capital em caso de queda nas taxas de juros de mercado.

“Quando esse movimento ocorre, a marcação a mercado gera valorização antecipada, acelerando a rentabilidade em relação ao retorno originalmente contratado”, aponta.

Outro aspecto fundamental dos títulos indexados ao IPCA é a sua capacidade de proteger o investidor contra cenários de inflação mais elevada.

“Como a remuneração é composta por uma taxa real acrescida da variação do índice de preços, esses papéis garantem a preservação do poder de compra ao longo do tempo, mesmo em contextos de desvalorização da moeda. Essa característica torna a classe de ativos especialmente relevante em períodos de maior incerteza fiscal e macroeconômica, como é o cenário brasileiro atual e quando o risco de desancoragem das expectativas de inflação tende a aumentar. Ao oferecer um retorno diretamente atrelado ao comportamento dos preços, os títulos IPCA+ funcionam como um hedge natural contra choques inflacionários, mitigando parte dos efeitos adversos que poderiam comprometer outros ativos de renda fixa nominal”, conclui.

De acordo com a recomendação da EQI Research, os títulos de inflação devem representar entre 22,5% e 30% da carteira do investidor, dependendo do perfil de risco de cada um. Nos perfis moderado e agressivo, a preferência recai sobre os vencimentos médios e longos, que oferecem não apenas uma boa taxa de carrego, mas também potencial adicional de valorização com a queda dos juros. Já para o investidor conservador, o foco maior está nos vencimentos intermediários, equilibrando segurança e retorno.

Para Neves, os papéis IPCA+ de prazo intermediário são os que apresentam a melhor relação risco-retorno, uma vez que protegem o investidor da inflação, entregam taxas atrativas e ainda capturam ganhos de marcação a mercado em caso de queda na Selic.

Apesar disso, ele ressalta que os cenários econômicos são dinâmicos e que a diversificação continua sendo essencial, evitando concentração excessiva em qualquer indexador.

Clique aqui para conferir a carteira recomendada de renda fixa publicada mensalmente por João Neves no aplicativo EQI+, com sugestão de alocação equilibrada.

Afinal, vale a pena investir em IPCA+?

O IPCA+ é uma das modalidades mais estratégicas da renda fixa no Brasil. Ele combina a segurança de uma taxa fixa contratada com a proteção contra a inflação, garantindo sempre rentabilidade real.

Seja no Tesouro IPCA+, em debêntures indexadas à inflação ou em CRI/CRA, os títulos atrelados ao IPCA podem ser fundamentais para quem busca preservar e multiplicar o patrimônio no longo prazo.

Antes de investir, avalie seu perfil, prazo e tolerância a risco. Assim, você poderá usar o IPCA+ como um pilar sólido na sua carteira de investimentos.

Perguntas frequentes sobre IPCA+

O que é o Tesouro IPCA+?

O Tesouro IPCA+ é um título público de renda fixa que paga uma taxa de juros fixa acrescida da variação da inflação medida pelo IPCA. Isso garante ao investidor rentabilidade real acima da inflação, protegendo o poder de compra no longo prazo.

Como funciona um título IPCA+?

O título IPCA+ tem duas formas de rentabilidade:
Taxa fixa (prefixada): definida no momento da compra.
Correção pelo IPCA: acompanha a inflação oficial.
Exemplo: se você compra um título que paga IPCA + 5% ao ano e a inflação for 4%, o retorno será 9% ao ano. Se a inflação subir para 6%, o rendimento será 11% ao ano.

Quando vale a pena investir em Tesouro IPCA+?

O investimento em Tesouro IPCA+ é indicado para:
Planejamento de longo prazo (aposentadoria, objetivos futuros).
Períodos de alta inflação, pois protege o patrimônio.
Diversificação da carteira, equilibrando prefixados e pós-fixados.

Quais investimentos além do Tesouro IPCA+ são atrelados à inflação?

Além do Tesouro Direto, existem outros ativos que pagam IPCA + taxa fixa:
Debêntures, debêntures incentivadas, CRI e CRA, LCI e LCA, fundos de renda fixa e crédito privado.

Qual o risco de investir em títulos IPCA+?

No Tesouro IPCA+, o risco de crédito é praticamente nulo, pois o emissor é o governo federal. Já debêntures, CRI e CRA podem oferecer maior rentabilidade, mas envolvem risco de crédito da empresa emissora.

O que é marcação a mercado no IPCA+?

A marcação a mercado é a variação do preço dos títulos antes do vencimento. Quando as taxas de juros caem, os títulos IPCA+ se valorizam, permitindo ao investidor vender antes do prazo com ganho adicional.

Vale a pena investir em IPCA+ hoje?

Sim. Com taxas de juros em níveis historicamente altos e inflação sob risco de oscilações, o Tesouro IPCA+ garante rentabilidade real e funciona como um hedge contra a inflação. É uma oportunidade estratégica para quem deseja preservar e multiplicar o patrimônio no longo prazo.

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