Como viver de renda?
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Investimento no Exterior
Notícias
Até onde vão os juros americanos com Trump presidente?

Até onde vão os juros americanos com Trump presidente?

Em live promovida pela EQI Investimentos, o estrategista da corretora Avenue, William Castro Alves, discutiu os impactos da eleição de Donald Trump na economia dos Estados Unidos, especialmente em relação à política de juros. O tema central da conversa foi: Até onde os juros americanos vão sob Trump?.

Trump e juros: economia americana, recuperação e desafios

William Castro Alves começou sua análise destacando a atual performance econômica dos Estados Unidos. O cenário de “soft landing“, quando a economia desacelera sem entrar em recessão, foi confirmado, com inflação controlada e crescimento constante, apesar da aceleração nas altas dos juros implementadas pelo Federal Reserve (Fed) nos últimos anos.

Para Alves, o governo de Joe Biden e a candidata democrata Kamala Harris falharam em convencer a população de que a economia vai bem, o que contribuiu para a insatisfação de muitos eleitores, que, apesar de não estarem vendo recessão ou desemprego, sentem que o poder de compra foi reduzido, especialmente com a inflação dos alimentos e a falta de aumentos salariais.

A reação do mercado à vitória de Trump

Alves destacou como o mercado reagiu rapidamente ao aumento das expectativas de uma possível vitória de Trump. O aumento nas taxas de juros foi uma resposta direta ao discurso do ex-presidente em defesa de tarifas sobre produtos importados chineses, forte combate à imigração e fortalecimento da economia americana.

O mercado interpretou esses fatores como um risco potencial para o aumento da inflação e, por consequência, um possível aperto na política monetária do Fed. A curva de juros se ajustou rapidamente, e o dólar se fortaleceu frente a outras moedas.

William Castro Alves
William Castro Alves, estrategista da Avenue

Juros americanos sob Trump: expectativas para o futuro

Antes da candidatura de Trump, o mercado já especulava que o Fed poderia continuar cortando os juros ao longo de 2025, com taxas chegando até a 2,5% ao ano.

No entanto, com a chegada de Trump ao poder, a perspectiva já se modificou. Segundo Alves, o mercado agora acredita que a inflação pode aumentar e o Fed será forçado a diminuir o corte de juros para controlar o cenário econômico. O esperado agora é que as taxas fiquem entre 3,5% e 4% ao ano.

Setores que podem se beneficiar com Trump no poder

Alves apontou que a política de menos regulação defendida por Trump é favorável a alguns setores. O setor bancário, que esperava ter um controle maior sob a gestão de Kamala Harris, se beneficia com a proposta de desregulamentação do presidente eleito.

Além disso, setores como o de saúde, biotecnologia e petróleo também tendem a prosperar com Trump, já que ele defende menos intervenções no mercado, como no caso da regulação de preços de medicamentos e autorizações para pesquisas.

No setor energético, Trump sempre foi um defensor da prospecção interna de petróleo, o que fortalece empresas do setor nos EUA e mantém o preço do combustível mais acessível para os americanos. Empresas de carvão também se beneficiam dessa postura.

Já as Small Caps, ou empresas de menor porte, também tendem a reagir positivamente, já que Trump defende uma agenda de proteção ao mercado local.

Impactos para o Brasil e o comércio exterior

Alves aponta que o Brasil não deve ser uma prioridade para Trump. A pauta exportadora brasileira, principalmente no que diz respeito ao petróleo, café e outros produtos, não deve sofrer grandes mudanças. O Brasil continua sendo um fornecedor importante para os EUA, especialmente de petróleo, e não há indicações de que Trump busque tarifar esses produtos, já que o efeito prático seria apenas a inflação.

A atenção do novo presidente dos EUA, ele avalia, deve se concentrar mesmo na imigração, guerra tarifárias com China e conflitos entre Rússia e Ucrânia e Israel e Palestina. Do lado comercial, as relações com Europa, México e Canadá são mais representativas para os EUA do que as que o país tem com o Brasil.

Expectativas para o dólar e o mercado cripto

Em relação ao câmbio, Alves acredita que a cotação do dólar pode continuar perto de R$ 6, dependendo das políticas internas do Brasil. A economia brasileira, segundo ele, precisa fazer o “dever de casa”, com reformas estruturais que atraiam investimentos e estabilizem o mercado.

Quanto ao mercado de criptomoedas, Alves apontou uma mudança de postura por parte de Trump. Embora o ex-presidente tenha sido inicialmente contra o setor, seu vice, JD Vance, é um defensor das criptos. A nomeação de Vance como vice indica uma abertura do ex-presidente a um setor que tem atraído a atenção de um público mais jovem e, consequentemente, ampliado o espectro de investidores.

Ele também considera que agrada a Trump a ideia de os EUA serem pioneiros em todas as frentes mundiais e ficar para trás em criptos não seria interessante.

Você leu sobre Trump e os juros americanos. Para investir melhor, consulte os e-books, ferramentas e simuladores gratuitos do EuQueroInvestir! Aproveite e siga nosso canal no Whatsapp!