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Soft landing segue como cenário-base nos EUA, diz Stephan Kautz, da EQI Asset

Soft landing segue como cenário-base nos EUA, diz Stephan Kautz, da EQI Asset

Apesar de dois dias sequenciais de aversão ao risco, na sexta (2) e nesta segunda-feira (5), com forte queda nos mercados globais, Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, considera que, com os dados disponíveis até o momento, é precipitada qualquer mudança de perspectiva para o cenário econômico.

Para ele, o soft landing, ou “pouso suave” da economia americana segue sendo o cenário-base, com dois cortes de juros de 25 pontos-base esperados para acontecerem em setembro e dezembro. Atualmente, a taxa de juros está no intervalo entre 5,50% e 5,25%.

“A gente não acredita no hard landing. Com os dados disponíveis até o momento, não enxergamos espaço para três cortes de juros ou cortes mais rápidos, de 50 pontos ao invés de 25 pontos, como vem sendo cogitado”, avalia.

Ainda é cedo para abandonar soft landing

Kautz explica que o dia agitado nos mercados globais se deve especialmente a dois fatores: alta de juros no Japão e payroll bem abaixo do esperado. Mas que, ainda assim, é cedo para dizer que eles irão alterar as perspectivas de cenário para os investimentos.

“Se vão fazer 3 cortes ou um corte mais forte, de 50 pontos-base ao invés de 25, só os próximos dados econômicos é que vão sinalizar, o que sugere cautela no momento”, aponta.

“Sobre o payroll, não enxergamos que ele tenha vindo tão mais baixo assim. Veio mais fraco, mas não apontando para uma recessão, pelo menos não por enquanto. Vamos aguardar os próximos meses”, diz.

Já sobre o Japão, ele diz, é difícil estimar o quanto o desmonte das posições de carry trade ainda vão pesar sobre o mercado.

“Muitas gestoras globais apostavam na depreciação da moeda japonesa e na apreciação do peso mexicano. Nas eleições do México, tivemos um primeiro movimento contrário a esta aposta. Agora, com a alta de juros no Japão, tivemos outra pernada forte. O Japão teve alta de juros e também intervenções no mercado da moeda, o que começou a apreciar o iene com bastante força, e levou ao desmonte de posições globais. Isso se espalhou em diversos fundos, que tinham posição alavancada”, explica. “Na EQI Asset, não tínhamos essa posição, então não tivemos movimentação nesse sentido. Mas houve uma forte realocação de fluxo de capitais globais”, pondera.

Ouça o áudio na íntegra:

Entenda o que acontece no mercado nesta segunda-feira

Nesta segunda-feira (5), as bolsas de valores globais enfrentam um dia turbulento, impulsionado por uma queda histórica na Bolsa de Valores de Tóquio. O índice Nikkei despencou 12,4%, registrando sua maior queda em pontos (4.451,28) em um único dia desde o tombo de 14,9% em 20 de outubro de 1987.

Esta queda significativa segue uma retração de 5,8% na última sexta-feira (2), marcando um período de alta volatilidade e perdas expressivas para os mercados japoneses.

O epicentro dessa crise nos mercados financeiros é a recente decisão de política monetária do Banco do Japão (BoJ), que na “Super Quarta” da semana passada, anunciou uma alta de juros no Japão, levando as taxas da faixa de 0% a 0,1% para 0,15% a 0,25%.

Essa elevação continua o aperto monetário iniciado em março, quando o Japão encerrou 17 anos de juros negativos. O presidente do BoJ, Kazuo Ueda, indicou que a autoridade monetária continuará a aumentar os juros gradualmente, dependendo das projeções econômicas e inflacionárias.

Uma das principais consequências desta alta de juros é o impacto negativo sobre o carry trade do iene.

carry trade é uma estratégia de investimento onde grandes investidores tomam dinheiro emprestado em uma moeda com baixa taxa de juros e reinvestem em outra moeda com maior retorno.

Antes do aumento dos juros, o BoJ começou a intervir no mercado de câmbio para defender o iene, que estava em níveis historicamente baixos. Isso resultou em uma rápida valorização do iene e na depreciação das ações japonesas, forçando os investidores a vender ativos para cobrir as perdas com o carry trade do iene. A liquidação desses ativos desencadeou uma reação em cadeia que abalou as bolsas de valores em todo o mundo.

Além da alta de juros no Japão, outro fator está contribuindo para a instabilidade dos mercados. Dados econômicos fracos nos Estados Unidos aumentaram as preocupações com uma possível recessão, intensificando o medo entre os investidores.

Como pano de fundo ainda, tensões políticas crescentes no Oriente Médio e movimentações estratégicas da Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, que recentemente se desfez de ações da Apple, adicionam ainda mais incerteza ao cenário global.

A combinação desses elementos cria um ambiente de aversão ao risco, com investidores buscando proteção em ativos mais seguros.

Você leu que o cenário de soft landing está mantido, segundo Stephan Kautz. Para investir melhor, consulte os e-books, ferramentas e simuladores gratuitos do EuQueroInvestir! Aproveite e siga nosso canal no Whatsapp!