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Petróleo hoje sobe, mas acumula perdas semanais

Petróleo hoje sobe, mas acumula perdas semanais

O petróleo hoje (8) opera em alta moderada, mas ainda caminha para suas maiores perdas semanais desde o final de junho, com investidores preocupados com o impacto das tarifas na economia global.

Por volta das 8h40 (horário de Brasília), os contratos futuros do Brent subiam 0,63%, cotados a US$ 66,85 por barril, enquanto o WTI avançava 0,56%, negociado a US$ 64,24. Apesar dos ganhos intradiários, os preços acumulam perdas na semana.

A principal pressão sobre os preços vem das preocupações com o impacto econômico global das tarifas que entraram em vigor na quinta-feira, gerando incertezas sobre a demanda futura por energia. Este cenário macroeconômico desfavorável ofusca parcialmente os fatores diplomáticos positivos observados na sessão anterior.

As tensões geopolíticas no Oriente Médio voltaram a se intensificar após o gabinete de segurança de Israel aprovar que as Forças Armadas assumam o controle da Cidade de Gaza como parte do plano para “derrotar o Hamas”. A decisão prevê a retirada de civis e promessa de ajuda humanitária fora das zonas de combate, mas ocorre em meio a divergências internas entre Netanyahu e a cúpula militar sobre a ocupação total da Faixa.

O Hamas chamou a decisão israelense de “golpe nas negociações de cessar-fogo” e prometeu resistir a qualquer governo civil imposto. A ONU alertou que 87,8% do território de Gaza está militarizado e que a região vive o “pior cenário possível” de fome, elevando as preocupações humanitárias sobre o conflito que já se estende por quase dois anos.

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As expectativas diplomáticas sobre um possível encontro entre Trump e Putin para discutir o fim da guerra na Ucrânia permanecem como fator de suporte, mas perdem protagonismo diante das pressões semanais mais amplas.

O petróleo continua recebendo suporte de múltiplos fatores fundamentais:

  • Estoques Americanos: Os dados da American Petroleum Institute (API) mostram queda de 4,2 milhões de barris nos estoques americanos de petróleo bruto na semana passada, mantendo o cenário favorável de oferta.
  • Demanda Chinesa: As importações chinesas registraram alta de 5,4% em relação a junho, sinalizando robustez na segunda maior economia mundial e maior importadora de petróleo.
  • Oferta Restrita: A Arábia Saudita mantém política de preços elevados para compradores asiáticos pelo segundo mês consecutivo, refletindo oferta controlada e demanda regional robusta.

Apesar dos fundamentos estruturalmente positivos, o mercado enfrenta pressões crescentes no curto prazo. As perdas semanais significativas refletem a predominância das preocupações macroeconômicas sobre os fatores geopolíticos e fundamentais, com investidores priorizando o impacto potencial das políticas tarifárias sobre o crescimento econômico global.

A escalada das tensões em Gaza adiciona um componente de risco geopolítico que, embora possa sustentar um piso nos preços, não tem sido suficiente para reverter a tendência semanal negativa. O mercado permanece dividido entre os fundamentos de oferta e demanda relativamente equilibrados e as crescentes incertezas sobre o cenário macroeconômico global.

Petróleo hoje: o que é o mercado

O mercado de petróleo é um dos pilares fundamentais da economia mundial, desempenhando um papel vital no fornecimento de energia para diversos setores industriais e no desenvolvimento econômico de muitos países. Compreender a dinâmica desse mercado é essencial para entender a geopolítica energética e suas implicações econômicas.

O petróleo é uma fonte de energia fóssil que se formou ao longo de milhões de anos a partir da decomposição de matéria orgânica submersa em camadas sedimentares. Sua extração ocorre em diferentes regiões do globo, tanto em terra quanto no mar, por meio de complexas operações de perfuração e produção. Países como Arábia Saudita, Estados Unidos, Rússia, Canadá e Irã são conhecidos por possuírem grandes reservas de petróleo e desempenham um papel crucial no mercado mundial.

A demanda por petróleo é impulsionada por uma série de fatores, incluindo o consumo de energia em indústrias, transporte e uso doméstico. A disponibilidade e o preço do petróleo têm um impacto direto nos custos de produção de uma ampla gama de bens e serviços, influenciando, assim, a economia global. Além disso, o petróleo é uma importante commodity, negociada em mercados financeiros internacionais, como o New York Mercantile Exchange (NYMEX) e o Intercontinental Exchange (ICE).

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP+) desempenha um papel significativo no mercado de petróleo. Essa organização, composta por 13 países membros, busca coordenar e unificar as políticas de produção e preços de petróleo, a fim de garantir uma oferta estável e equilibrada no mercado internacional. As decisões tomadas pela OPEP têm um impacto direto nos preços do petróleo e, consequentemente, nas economias dos países produtores e consumidores.

Maiores produtores de petróleo em 2024

Contudo, o mercado de petróleo é caracterizado por sua volatilidade. Fatores geopolíticos, eventos climáticos, mudanças nas políticas governamentais e avanços tecnológicos são apenas algumas das variáveis que podem influenciar drasticamente os preços e a oferta de petróleo. Conflitos no Oriente Médio, por exemplo, podem gerar interrupções no fornecimento e elevar os preços, enquanto avanços na produção de energias renováveis podem reduzir a dependência do petróleo e pressionar por mudanças na matriz energética global.

Nos últimos anos, o mercado de petróleo tem enfrentado desafios significativos. A crescente conscientização sobre as mudanças climáticas e a busca por fontes de energia mais limpas têm impulsionado investimentos em energias renováveis, diminuindo gradualmente a dependência do petróleo. Além disso, a pandemia de COVID-19 causou uma redução abrupta na demanda de petróleo devido às restrições de mobilidade e à desaceleração econômica global.

Confira os tipos de petróleo negociados:

Petróleo Hoje: Brent

O Petróleo Brent é um termo que frequentemente ouvimos nos noticiários e relatórios econômicos. Trata-se de um tipo específico de petróleo bruto, amplamente utilizado como benchmark para determinar os preços do petróleo no mercado global. Vamos explorar o que torna o Petróleo Brent tão importante e como ele influencia a economia mundial.

O Petróleo Brent recebe esse nome em referência ao campo de petróleo de Brent, localizado no Mar do Norte, entre a Noruega e o Reino Unido. É um dos principais campos de extração de petróleo da região e tem uma alta qualidade, com baixo teor de enxofre. Essas características tornam o Petróleo Brent ideal para refino em uma ampla gama de produtos petrolíferos, como gasolina, diesel e combustível de aviação.

No entanto, a importância do Petróleo Brent vai além de suas propriedades físicas. Ele se tornou um ponto de referência global para os preços do petróleo devido à sua ampla aceitação e liquidez no mercado internacional. Os contratos futuros de Petróleo Brent são negociados na ICE Futures Europe, em Londres, e são amplamente utilizados como base para as transações de petróleo em todo o mundo.

Os preços do Petróleo Brent são influenciados por uma série de fatores. A oferta e a demanda globais desempenham um papel fundamental, assim como as políticas dos países produtores e os eventos geopolíticos. A instabilidade em regiões-chave produtoras de petróleo, como Oriente Médio e África, pode ter um impacto significativo nos preços do Petróleo Brent. Além disso, eventos como desastres naturais, conflitos e decisões governamentais também podem afetar a oferta e a demanda, levando a flutuações nos preços.

Essas flutuações nos preços do Petróleo Brent têm um impacto direto na economia global. Uma alta nos preços do petróleo pode aumentar os custos de produção em diversos setores, como transporte, indústria manufatureira e agricultura. Isso pode levar a aumentos nos preços de bens e serviços, afetando a inflação e o poder de compra dos consumidores. Além disso, países que são grandes importadores de petróleo, como muitos países europeus, podem enfrentar desafios econômicos quando os preços sobem.

É importante ressaltar que o Petróleo Brent não é o único tipo de petróleo negociado no mercado. Existem outros benchmarks, como o West Texas Intermediate (WTI), que é usado como referência para os preços do petróleo nos Estados Unidos. Cada benchmark possui suas próprias características e influências regionais, mas o Petróleo Brent ganhou destaque global como uma referência crucial para o mercado energético.

WTI

O petróleo hoje é uma das principais commodities que impulsionam a economia global, e os Estados Unidos têm um dos mercados mais influentes nesse setor. Quando se trata de precificar e negociar petróleo bruto nos Estados Unidos, o termo Petróleo WTI é frequentemente mencionado.

A sigla WTI significa West Texas Intermediate, que é um tipo específico de petróleo bruto produzido principalmente na região do Permiano, localizada no oeste do Texas e no sudeste do Novo México, nos Estados Unidos. O Petróleo WTI é conhecido por sua alta qualidade e baixo teor de enxofre, o que o torna altamente desejável para refino em uma ampla gama de produtos petrolíferos, como gasolina e diesel.

Projeção da demanda global de petróleo

O Petróleo WTI ganhou destaque como uma referência importante para os preços do petróleo nos Estados Unidos e também internacionalmente. Os contratos futuros de Petróleo WTI são negociados na Bolsa Mercantil de Nova York (New York Mercantile Exchange – NYMEX), estabelecendo o valor de referência para o petróleo bruto no país. Esse benchmark é amplamente utilizado para determinar os preços do petróleo nos Estados Unidos e influencia diretamente a formação dos preços em outras partes do mundo.

O que é a Opep+

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) é uma aliança internacional composta por 13 países produtores de petróleo, desempenhando um papel crucial na determinação da oferta, preços e políticas relacionadas ao petróleo bruto. Desde sua fundação em 1960, a OPEP tem exercido uma influência significativa no mercado global de petróleo e nas economias dos países membros e consumidores.

A principal missão da OPEP é coordenar e unificar as políticas de produção de petróleo entre seus países membros, a fim de estabilizar os mercados e garantir uma oferta adequada de petróleo. A organização busca alcançar um equilíbrio entre os interesses dos países produtores e consumidores, considerando tanto a estabilidade econômica quanto a sustentabilidade ambiental.

Os países membros da OPEP são responsáveis por uma parcela substancial da produção mundial de petróleo, detendo cerca de 80% das reservas globais comprovadas. Entre os membros mais proeminentes estão Arábia Saudita, Irã, Iraque, Emirados Árabes Unidos e Venezuela. Cada país possui uma cota de produção atribuída, baseada em suas reservas de petróleo e capacidade de extração.

Divulgação Opep+
Divulgação Opep+

A OPEP opera por meio de reuniões regulares, nas quais são discutidas e tomadas decisões importantes para a indústria petrolífera. Durante esses encontros, os países membros buscam chegar a um consenso sobre questões-chave, como níveis de produção, limites de exportação e políticas de preços. As decisões tomadas pela OPEP têm um impacto direto nos preços do petróleo e podem influenciar significativamente a economia global.

Uma das estratégias frequentemente adotadas pela OPEP é a regulação da produção de petróleo hoje por meio de acordos de corte ou aumento da produção. Quando os preços do petróleo estão baixos, a OPEP pode decidir reduzir a produção para aumentar a demanda e, consequentemente, elevar os preços. Por outro lado, quando os preços estão muito altos, a organização pode optar por aumentar a produção para estabilizar o mercado e evitar a escassez.

Embora a OPEP exerça uma influência significativa no mercado global de petróleo, sua posição enfrenta desafios constantes. A produção de petróleo de xisto nos Estados Unidos, por exemplo, alterou o equilíbrio do mercado e diminuiu a dependência dos países importadores em relação à OPEP. Além disso, a crescente demanda por energias renováveis e a preocupação com as mudanças climáticas estão impulsionando a transição para fontes de energia mais limpas, o que pode reduzir a dependência do petróleo no futuro.