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Vale a pena investir em gado? Saiba como funciona este tipo de investimento

Vale a pena investir em gado? Saiba como funciona este tipo de investimento

Será que investir em gado é um bom negócio? O Brasil é, de longe, o maior exportador de carne bovina do mundo. 

Em 2024, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima que o Brasil deverá exportar 2,85 milhões de toneladas de proteína bovina, representando quase 24% do volume total de carne bovina exportada mundialmente.

Um fato que chama a atenção no setor agropecuário brasileiro é o tamanho do rebanho que pasta em nossas terras. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2021, foi estimado que tínhamos 220 milhões de cabeças de gado.

Para efeito de comparação, o último Censo Demográfico, realizado pelo IBGE em 2022, contabilizou 203,1 milhões de habitantes. Portanto, temos mais bois e vacas do que pessoas no Brasil.

Entre as dez maiores empresas de proteína animal do mundo, duas são brasileiras: a JBS ($JBSS3) e a BRF ($BRFS3). Vale destacar que a primeira é a mais valiosa em todo o planeta.

Diante desses argumentos, investir em gado pode ser uma alternativa interessante e tentadora para qualquer brasileiro. No entanto, como qualquer investimento, há diversos riscos envolvidos nesta operação.

Não basta apenas ter um pedaço de terra e algumas cabeças de gado. É preciso estar atento aos cuidados com os animais, como alimentação e assistência veterinária.

Descubra como investir em gado e conheça algumas alternativas para esse investimento.

Investir em gado: o que é um gado?

Antes de revelar se vale a pena investir em gado, é preciso fazer uma definição mais técnica do produto. Um gado vivo pode ser caracterizado como um animal adulto que pesa entre 544 kg e 635 kg, sendo principalmente destinado ao abate, com variações dependendo da raça. 

Inicialmente, os bovinos são criados para fins alimentares. No entanto, a carne e os laticínios são apenas alguns dos produtos derivados do bovino vivo. 

Existem outros subprodutos bovinos, como gelatina, gordura e cartilagens, que são extraídos e utilizados na produção de chicletes, margarina, carnes enlatadas e doces. 

A pele do bovino é empregada na fabricação de diversos produtos, como tecidos, pincéis, bolas de futebol, base para pomadas e materiais de isolamento. 

As gorduras da carne bovina e os ácidos graxos são utilizados na produção de óleos industriais, cosméticos, pesticidas e detergentes. 

Enquanto que botões, teclas de piano, colas e fertilizantes são feitos a partir de ossos, chifres e cascos. 

Principais produtores de bovinos 

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de carne bovina, ficando atrás apenas dos EUA. Mesmo ficando atrás dos americanos, o nosso país é o principal exportador mundial de carne bovina do mundo. 

A Índia ocupa a terceira posição dos maiores produtores de carne bovina do mundo. Embora os indianos não consomem este alimento por questões religiosas, os matadouros processam uma quantidade muito grande de animais, especialmente búfalos de água, que são depois enviados para o exterior para outros países asiáticos e do Oriente Médio, como Vietnã, Egito, Malásia e Arábia Saudita. 

A maior parte da produção de carne bovina se concentra nos EUA, Brasil e União Europeia. Outros produtores que se destacam são a China, Índia, Argentina e México. 

Sobre o mercado consumidor de carne bovina, os EUA possuem a maior demanda pelo consumo de carne bovina do mundo. Em seguida aparecem a China e o Brasil. 

Ainda vale destacar o volume de consumo de carne bovina. A Argentina é o país que mais come carne, de forma proporcional, no mundo. Segundo um estudo da OCDE, os argentinos ingerem 36 kg de carne bovina por ano. Os EUA aparecem na segunda posição, com 26 kg, e o Brasil finaliza o pódio, com 24,4 kg. 

Ao falar de importação, a China, a Coreia do Sul e a Rússia compõem três dos cinco maiores importadores mundiais de carne bovina. 

Por que investir em gado? 

O investimento em gado é um dos mais lucrativos do agronegócio. Além da possibilidade de lucros, o investimento em bovinos pode ser um hedge contra a inflação. 

Em diversos momentos, os preços dos alimentos são um dos principais fatores para o crescimento da inflação, embora seja um dos itens mais voláteis da cesta de produtos que medem a inflação. 

Com isso, o investimento em bovinos é utilizado por alguns investidores como uma proteção contra a perda do poder de compra. 

Além de proteger da inflação, investir em bovinos é uma oportunidade de diversificar a carteira de investimentos. 

Como diz a máxima dos investimentos, nunca coloque todos os ovos em apenas uma cesta. A diversificação permite reduzir grandes perdas e conseguir ter ganhos em diversas áreas.

Quais são os riscos?

Assim como qualquer outro tipo de investimento, existem vários riscos associados à criação de gados. Não basta apenas ter um pasto e colocar o touro e a vaca lá, esperando que eles simplesmente comam grama. 

Os preços de ração representam a maior parte dos custos de produção. Os grandes produtores e comerciantes frequentemente utilizam hedges, onde utilizam a relação entre os preços do bovino vivo e os grãos, por exemplo, o milho. 

Em geral, esperam uma alta correlação entre os preços de ambos os instrumentos. Estes funcionaram bem desde o início de 2021, no entanto, nos últimos dias, essa correlação enfraqueceu devido a temores de recessão. 

Além disso, os preços mais altos do milho podem, às vezes, forçar os produtores a levar o gado ao mercado prematuramente. 

Durante uma recessão econômica, isso frequentemente causa excesso de oferta e empurra os preços ainda mais para baixo. 

Ademais, a variação do clima, como excesso de chuvas, frio e calor, influencia na saúde dos animais e na qualidade da carne quando os animais são abatidos. 

Outra preocupação para quem investe em bovinos são as doenças. 

A doença da vaca louca ou encefalopatia espongiforme bovina é uma doença degenerativa que afeta o sistema nervoso de animais bovinos. 

Ela é causada por um príon, uma partícula proteica infecciosa, e pode ser transmitida, em sua forma clássica, através da ingestão de alimentos provenientes de carcaças infectadas, como farinhas feitas de carne ou ossos. 

A doença da vaca louca foi descrita pela primeira vez em 1986, no Reino Unido. Na ocasião, a doença provocou um dos maiores surtos epidêmicos de uma doença que afeta animais naquele país, sendo responsável pela morte de 180 mil animais. 

Sabia que é possível investir em gado no mercado financeiro

Após conhecer as principais informações sobre o investimento em gado e perceber que o seu processo pode ser bem complexo ou exigente para quem não está inserido no agronegócio, você pode optar por investir no mercado financeiro.

Se ainda deseja aproveitar o potencial do investimento agropecuário, existe a opção de fazê-lo por meio do mercado financeiro.

Na B3 ($B3SA3), é possível negociar contratos futuros de commodities, como o boi gordo. Este é um mecanismo utilizado como uma ferramenta de gestão de risco contra as flutuações de preços desta commodity.

Os contratos futuros de boi gordo são acordos de compra e venda de arrobas deste animal, numa data futura, por um preço pré-estabelecido no momento da negociação. Quem negocia este ativo, geralmente, tem o objetivo de evitar as flutuações dos preços, fixando-o no momento da negociação, através do mercado futuro. É importante esclarecer que o comprador não precisa adquirir os animais, assim como o vendedor não precisa entregá-los.

O que é negociado são os preços da arroba numa data futura. Os contratos de boi futuro vencem em todos os meses do ano e são altamente alavancados, o que significa que é possível movimentar grandes volumes financeiros sem ter todo o capital depositado em conta.

Benefícios do investimento em Boi Gordo 

Investir em contratos futuros de Boi Gordo tem várias vantagens. Primeiro, este mercado tende a seguir longas tendências, o que significa que sua volatilidade costuma ser pequena. Quando os preços começam a cair ou subir, este movimento tende a persistir por vários pregões.

Além disso, o mercado futuro de boi gordo é considerado o que mais proporciona alavancagem para o investidor. Isso significa que é possível movimentar grandes volumes financeiros sem ter todo o capital depositado em conta.

Outra vantagem é que este mercado costuma respeitar pontos gráficos de preços praticados em pregões anteriores. Isso significa que conceitos como suportes (regiões onde o preço não consegue cair) e resistência (níveis de preços que não são superados) são muito bem definidos.

Investindo em futuro de Boi Gordo 

Investir em contratos futuros de Boi Gordo é um processo simples. Basta entrar em contato com a sua corretora de valores, como a EQI Investimentos, solicitar que sejam alocadas as garantias necessárias sobre a quantidade de contratos que você deseja posicionar-se.

Insira o código do ativo em sua plataforma de negociações ou no Home Broker e, então, enviar sua ordem. O identificador do ativo futuro de boi gordo é conhecido como BGI. No entanto, há outros componentes que fazem parte da sua denominação.

Imediatamente após este código, deve-se adicionar a letra que indica o mês de vencimento do contrato que está sendo negociado. O BGI vence todos os meses, sempre na última sessão de negociação do mês. Portanto, cada mês de vencimento é representado por uma sigla específica:

  • Janeiro: F; 
  • Fevereiro: G; 
  • Março: H; 
  • Abril: J; 
  • Maio: K; 
  • Junho: M; 
  • Julho: N; 
  • Agosto: Q; 
  • Setembro: U; 
  • Outubro: V; 
  • Novembro: X; 
  • Dezembro: Z. 

Além disso, também é necessário inserir o ano em que a negociação está ocorrendo. Por exemplo, o contrato futuro de boi gordo com vencimento em julho de 2024 deverá ser negociado com o código BGIN24.

Por fim, envie a sua ordem.

No entanto, antes de tomar a decisão de compra e venda, é necessário realizar um estudo e uma análise de mercado. Você precisa, inicialmente, entender o seu perfil de investidor para verificar se ele está adequado com esse tipo de operação.

O próximo passo é analisar os seus objetivos financeiros de curto, médio e longo prazo. Toda decisão de investimentos deve ser pautada nesses dois elementos. Feita essa primeira análise, você deve estudar sobre o mercado futuro de boi gordo e avaliar boas oportunidades de entradas em operações que podem ser rentáveis.

Investindo em ações 

Investir em gado não significa necessariamente possuir o gado fisicamente. Uma alternativa interessante é investir em ações de empresas que operam na indústria da carne bovina. Aqui estão três exemplos de tais empresas:

Minerva Foods (BEEF3) 

A Minerva ($BEEF3) é uma produtora e comercializadora de carne in natura e derivados, bem como uma exportadora de gado vivo. Além disso, a Minerva Foods também processa carne bovina, suína e de aves. Ao investir em suas ações, você estaria investindo indiretamente no mercado de gado.

JBS (JBSS3) 

A JBS ($JBSS3) é a maior produtora de proteína animal do mundo e a segunda maior empresa global de alimentos. Com mais de 400 unidades internacionais e várias marcas conhecidas, a JBS tem uma presença significativa no mercado de carne bovina. Investir em ações da JBS é outra maneira de se expor ao mercado de gado.

Marfrig (MRFG3) 

A Marfrig ($MRFG3) é uma das gigantes de proteína animal no mundo e líder internacional na fabricação de hambúrgueres. A empresa exporta seus produtos para mais de 100 países. Ao investir em ações da Marfrig, você estaria investindo em uma empresa que tem uma forte presença no mercado de gado.

Investir em ações dessas empresas permite que você se beneficie do mercado de gado sem ter que lidar com os desafios de criar o gado você mesmo. No entanto, como qualquer investimento, é importante fazer sua própria pesquisa e considerar buscar o conselho de um consultor financeiro antes de tomar qualquer decisão de investimento. Além disso, é crucial diversificar seus investimentos para minimizar o risco.

Investindo em ETFs 

Investir em gado também pode ser feito por meio de ETFs (Exchange Traded Funds), que são fundos de investimento negociados em bolsa de valores, assim como as ações. Esses fundos permitem que os investidores tenham exposição a uma variedade de ativos, incluindo commodities como o gado, sem ter que comprar cada ativo individualmente.

Aqui está um exemplo de um ETF que permite investir em gado:

BB ETF Índice Futuro de Boi Gordo B3 – BBOI11 

O ETF $BBOI11 é um fundo que acompanha a variação do índice brasileiro Futuro de Boi Gordo B3. Este índice é um indicador de retorno total de uma carteira teórica composta pelo vencimento mais próximo do contrato futuro de Boi Gordo (BGI) com rolagem mensal e o caixa investido em ativos indexados à taxa de DI 1 dia.

Isso significa que, ao investir no BBOI11, você está indiretamente investindo no mercado de gado, pois o desempenho do fundo é atrelado ao desempenho do índice Futuro de Boi Gordo B3. Assim, você pode se beneficiar das variações de preço do gado sem ter que comprar ou vender gado fisicamente.

Diversificando com outros produtos financeiros

Além do Boi Gordo, ações e ETFs, o mercado financeiro oferece uma variedade de produtos para investimento possibilitando a diversificação dos investimentos.

Neste mercado é possível investir em ações, títulos públicos e privados, fundos de investimento, moedas estrangeiras, criptomoedas, entre outros, são opções disponíveis para diversificar a carteira de investimentos.

Você pode aplicar o seu dinheiro desde a Renda Fixa, com opções mais conservadoras, mas que ainda assim possuem um prêmio interessante para os investidores, até a Renda Variável, cujo cenário se tornou mais atraente com os cortes de juros que se iniciaram neste ano.

Cada um desses produtos tem suas características, vantagens e riscos, e podem se adequar melhor a determinados perfis de investidores e objetivos financeiros. Portanto, é importante estudar cada um deles e, se necessário, contar com a ajuda de profissionais especializados para fazer as melhores escolhas.

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