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Oportunidades de investimento no agronegócio: desafios e expectativas para o setor

Oportunidades de investimento no agronegócio: desafios e expectativas para o setor

O Agronegócio tem papel fundamental na economia brasileira, respondendo por boa parte do Produto Interno Bruto (PIB) do país. No primeiro trimestre de 2023, por exemplo, o setor apresentou surpreende crescimento de 21,6% na comparação com o quarto trimestre de 2022.

Globalmente, o país está entre os cinco maiores produtores do planeta para as 25 maiores commodities. E deve continuar a ocupar a posição de grande provedor de alimentos para o mundo pelo menos pelos próximos 70 anos.

Mas, cada vez mais, o setor também vem sendo desafiado por questões tecnológicas, de sustentabilidade e de financiamento.

Durante a Money Week, o agro mereceu um painel exclusivo. E para debater “As oportunidades de investimento no agronegócio”, o co-head de Agro da EQI Asset, Eça Correia, recebeu Guilherme Nastari, economista e diretor da DataAgro; Bernardo Fabiani, CEO da TerraMagna, maior financiador digital da agricultura na América Latina; e Olivier Colas, co-head de Agro da EQI.

Melhor momento para o agro

Para os convidados da Money Week, o Brasil vive um momento único e precisa aproveitar o reconhecimento para exigir políticas públicas que garantam a continuidade para o setor.

“O agro brasileiro vive seu melhor momento de reconhecimento, tanto nacional quanto internacionalmente. Até pouco tempo, a gente importava grande parte dos alimentos que hoje nós exportamos”, diz Guilherme Nastari, diretor da DataAgro.

E continua: “O mundo está implorando para o Brasil, pelo amor de Deus, produzir comida e energia limpa. Nós estamos no coração do maior negócio dos próximos 100 anos. O que não podemos deixar é que a gente perca essa oportunidade porque não nos organizamos minimamente em um ambiente regulamentado”, enfatiza.

Guilherme Nastari, diretor da DataAgro

Olivier Colas, da EQI Asset, lembra que o agro tem um histórico de boas políticas públicas implementadas, lembrando dos financiamentos governamentais para o setor e do sucesso da Embrapa, empresa de pesquisa agropecuária, que pertence ao Governo. “A Embrapa conseguiu desenvolver sementes de clima temperado adaptadas para o tropical. Ela é a prova de que política pública às vezes funciona”, pontua.

Necessidade de marketing para o setor

Outro ponto que os convidados da Money Week consideram fundamental para impulsionar o setor agro é o investimento em marketing, a fim de que se divulgue mais as boas práticas que já existem no país, mas não têm reconhecimento.

“O agro tem um problema sério de não comunicar. Vou dar um exemplo particular: minha esposa compra tomate orgânico porque disseram que isso ajuda meus filhos a ‘viverem para sempre’. Mas ela enche o tanque do carro com diesel, que é extremamente prejudicial à saúde. E nós temos o etanol, que consegue deixar azul o céu da cidade de São Paulo. Mas nós não falamos bem do etanol”, diz Nastari.

“Nós somos referência em boas práticas para o resto do mundo e não nos valorizamos por isso”, destaca. “A gente é muito bom em falar mal do Brasil, mas somos péssimos em falar bem do Brasil”, conclui.  

A questão da sustentabilidade, pautada no discurso ESG (sigla para governança ambiental, social e corporativa), avalia Bernardo Fabiani, da TerraMagna, ainda é mal recebida pelo produtor rural.

“A gente perdeu o controle da narrativa, a gente permitiu que outros países, com interesses protecionistas, dominassem a narrativa sobre a sustentabilidade do agronegócio brasileiro”, afirma.

Bernardo Fabiani, CEO da TerraMagna

Olivier Colas concorda: “A narrativa é importante. O Brasil se deixou colocar de canto e ainda não sabe vender o lado sustentável da agricultura”, afirma. “Eu sempre pergunto para os clientes ‘você fala que você tem reserva legal’?. Porque o produtor colombiano e o jamaicano não têm. Nós temos reserva legal e não falamos sobre isso”, enfatiza.

Ele ressalta que o país deve ficar ainda mais relevante no cenário externo nos próximos anos, graças à pecuária de confinamento e à regeneração de terras degradáveis, que juntas vão liberar terras para a lavoura. Mas que isso precisa ser melhor difundido.

“Hoje, temos 160 milhões de hectares de pastagem, enquanto grãos ocupam 60 milhões. Dois terços hoje são pastagem. E uma parte vai ser devolvida para a agricultura, o que é uma grande vantagem do Brasil na produção de alimentos”, diz, lembrando que o país já conta com solo, clima e água em estado e quantidade ideais para o cultivo, o que garante mais de uma safra ao ano, diferentemente de outros produtores.

Olivier Colas, co-head de Agro EQI Asset

Financiamento do setor

Bernardo Fabiani pontua ainda o avanço que foi para o setor agro a chegada dos Fiagros, Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais.

Ele faz um paralelo entre o setor agro e o de real estate e afirma que os Fiagros foram tão fundamentais quanto os Fundos Imobiliários (FIIs) para o mercado imobiliário.

“Pense em como era o mercado imobiliário há 10 anos e o que ele é hoje. Ele passou por um grande processo de amadurecimento. Começou com o investidor institucional e depois chegou ao varejo. O agro vai passar por isso e estamos em momento muito apropriado para esses avanços”, diz.

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