
Como começar a investir sem medo: 5 passos que ninguém te contou
26 Mai 2022 às 23:30 · Última atualização: 09 Set 2024 · 31 min leitura
26 Mai 2022 às 23:30 · 31 min leitura
Última atualização: 09 Set 2024
Fundos de investimento são uma das maneiras mais interessantes de você diversificar seus investimentos.
Eles são bem estruturados e seguem padrões estabelecidos por órgãos de supervisão.
Mas, como existem diferentes tipos de fundos e considerando que esta modalidade de investimento apresenta características específicas, é sempre importante conhecer um pouco mais antes de investir.
Para te ajudar, a EQI Investimentos preparou este guia completo sobre fundos de investimento.
Entenda os conceitos básicos, funcionamento, taxas e rentabilidade. Invista em fundos de investimento com segurança!
Fundo de investimento é uma modalidade de investimento coletivo. Em resumo, é uma comunhão de recursos sob forma de um condomínio. Nele, os cotistas têm o mesmo interesse e objetivos ao investir.
Assim, quando você investe em um fundo de investimento, você está comprando cotas do mesmo.
Fazendo uma analogia, é como se você tivesse comprando um apartamento dentro de um condomínio. Este apartamento pode se valorizar e posteriormente você pode vendê-lo com lucro.
O capital investido por cada investidor (cotista) é somado aos recursos do outro investidor para, em conjunto, ser investido no mercado.
Assim, tem todos os benefícios dos ganhos de escala, da diversificação de risco e da liquidez das aplicações.
No momento em que você investe em um fundo, você está delegando a gestão e administração dos seus recursos a uma equipe de profissionais qualificados.
São eles que alocarão estes valores dentro das regras definidas pelo regulamento do fundo.
Os fundos de investimentos funcionam como um condomínio de apartamentos, nele cada condômino é dono de uma cota (um apartamento) e paga a um terceiro para administrar e coordenar as tarefas do prédio (jardineiro, pessoal da limpeza, porteiro, manutenção de elevadores etc).
É no condomínio que são estabelecidas as regras de funcionamento (horário de funcionamento da piscina, do salão de festas, de música alta nas dependências dos apartamentos, entre outras). Essas regras são seguidas por todos os moradores.
Um Fundo de Investimentos funciona da mesma forma. Ou seja, os cotistas (os “moradores”) compram uma quantidade de cotas ao aplicar, e pagam uma taxa de administração a um terceiro (administrador e gestor) para coordenar as tarefas do fundo e gerenciar seus recursos no mercado.
Ao comprar cotas de um fundo, o cotista está aceitando suas regras de funcionamento (aplicação, resgate, horários, custos etc.). Assim, ele passa a ter os mesmos direitos dos demais cotistas, independentemente da quantidade de cotas que cada um possui.
Os tipos de fundos são classificados, de acordo com a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais), em quatro grandes categorias.
Essa divisão também é feita pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Confira abaixo as categorias e as subcategorias.
Eles podem ser de baixa, média ou alta duração e também não há limite mínimo ou máximo de compromisso.
Esse tipo admite alavancagem e as subcategorias de nível 3 são: macro, trading, long and short direcional, long and short neutro, juros e moedas, livre e capital protegido.
Os Fundos de Investimentos devem aplicar, no mínimo, 80% da carteira de ativos em moedas estrangeiras. O valor que não é ligado à moeda deve ser aplicado apenas em operações de renda fixa.
Os fundos de investimento têm longo histórico de acessibilidade. É possível investir em fundos com taxas de rentabilidade acima do CDI com aportes iniciais de R$ 1.
Antigamente, muitos investimentos (CDB, LCI, LCA) com rentabilidade acima de 100% do CDI somente estavam disponíveis para investidores com alto potencial de aporte. Hoje em dia, já é possível achar boas opções com baixo valor inicial.
No quesito diversificação, os fundos são ótimas opções. Isso porque é possível ter acesso a diferentes investimentos.
Assim, é possível melhorar a segurança, seguindo a velha máxima de “não colocar todos os ovos na mesma cesta”.
Os gestores dos fundos de investimentos dividem o patrimônio do fundo em uma gama de investimentos diferentes a fim de proteger as suas “cestas”. Veja alguns exemplos:
Imagine que você tem R$ 20 mil para investir e existem dois fundos de entrada mínima de R$ 20 mil. Qual escolher? Qual vai render mais? O melhor seria investir metade em cada um para assim ter menos riscos e maximizar o “custo de oportunidade”.
No caso de um fundo de ações, faz-se uma carteira composta por diversos papéis não correlacionados.
Já no caso de fundos de crédito privado, é possível selecionar empresas de setores distintos para mitigar o risco específico setorial.
A rentabilidade chama a atenção do investidor de fundos de investimento.
Para os conservadores, é possível obter retornos próximos a 130% do CDI em fundos de crédito privado com baixa volatilidade.
Já para quem tem um perfil moderado ou agressivo, os fundos conseguem superar o desempenho do índice Bovespa. Claro, se optar por um bom gestor que tenha uma carteira diversificada e com gestão ativa.
A gestão dos fundos de investimentos é feita por uma equipe especializada. Ou seja, os fundos permitem que você tenha os recursos investidos por profissionais com anos de experiência e conhecimento de mercado.
Na prática, pense no seguinte exemplo: imagine que você mora em uma casa (portanto está fora de um condomínio). Dessa forma, você precisa escolher quem vai fazer a manutenção da piscina, quem vai cortar a grama ou quem vai contratar para a segurança.
Você terá mais trabalho para encontrar esses prestadores de serviços e gastará mais, já que este custo não pode ser rateado. Mas se estivesse em um condomínio, essa seria uma tarefa para o síndico, com a vantagem de poder dividir esses custos com os outros condôminos.
Situação semelhante poderia acontecer com você, caso estivesse sozinho no mercado financeiro. Caberia a você escolher os ativos para compor uma carteira de investimento.
Isso significa analisar com frequência riscos, nível de endividamento e expectativa de resultados de cada empresa da qual você comprou ação ou de cada banco do qual você adquiriu um CDB ou LCI.
Mas, investindo através de fundos você paga para um profissional capacitado e focado em fazer este serviço e rateia o custo com uma centena de cotistas.
A maior parte dos bons fundos cobra cerca de 1% do seu patrimônio para fazer este serviço. Você vai ver a seguir que isto é muito barato.
Você só é tributado nos fundos de investimentos no momento do saque.
Se você investir em um fundo que aplica em ações (IR de 15% sobre o lucro) o montante de R$ 100 mil e no momento do futuro saque possuir R$ 120 mil, seu lucro será de R$ 20 mil. Portanto, deve pagar um imposto de 15% sobre R$ 20 mil = R$ 3 mil.
É por só ser tributado no momento do saque que os fundos têm uma vantagem tributária em relação a investir “sozinho”.
Quando você investe sozinho, a cada operação de compra e venda de um investimento você tem que apurar o lucro (como feito anteriormente) e então pagar o imposto. Para depois disso poder fazer outro investimento com o restante.
Já os fundos podem ficar comprando e vendendo investimentos sem pagar imposto. O IR só será cobrado quando você sacar os recursos, ou seja, você fica investindo com o dinheiro do governo.
O imposto de renda funciona diferente para cada tipo de fundo seguindo a seguinte regra:
Para os fundos de investimento em ações, o imposto é de 15% sobre o lucro líquido. Ou seja, se você investir R$ 10 mil em um fundo e ele valorizar para R$ 15 mil depois de pagar as taxas, então, você ganhou R$ 5 mil que serão tributados em 15%.
Você vai pagar R$ 750,00 de impostos que serão descontados diretamente na fonte pelo banco que administra o fundo. Sendo então o seu resultado final igual a R$ 14.250.
São isentos de Imposto de Renda na receita mensal e pagam 20% sobre a valorização das cotas.
Como regra geral, a tributação nos fundos de investimento ocorre de acordo com a tabela regressiva de Imposto de Renda, a alíquota vai diminuindo de acordo com o aumento do prazo:
Mas, como no caso anterior, o imposto só é calculado sobre o lucro.
Porém, existem algumas exceções, se o fundo for de curto prazo (deve estar descrito em sua denominação), os quais têm em sua carteira ativos com prazo médio igual ou inferior a 60 dias, a tributação é a seguinte:
Além disso, o fundo tem uma peculiaridade em sua tributação: o come cotas. Ele funciona como um adiantamento (parcelamento) do Imposto de Renda.
Ao invés do imposto ser cobrado somente no resgate, ele é cobrado de seis em seis meses, sempre no último dia útil de maio e novembro na alíquota de 15% com exceção dos fundos de curto prazo que é de 20%.
Quando ocorre o desconto do imposto, a quantidade de cotas que o investidor tem diminui, por isso, do nome come cotas. Os fundos de ações não têm come cotas.
Para cada fundo existe uma taxa de administração. Além disso, alguns possuem uma taxa de performance. Entenda agora em mais detalhes:
É a taxa cobrada pela gestão/administração do fundo como um todo. Em resumo, remunera os profissionais e empresas envolvidas no fundo: gestor, administrador, custodiante, distribuidor e auditor.
Trata-se de um valor que costuma flutuar entre 0,25% e 3% do patrimônio líquido do fundo. Em geral, depende de suas estratégias de destinação dos recursos ou ainda de quanto o banco cobra de seus clientes.
De maneira geral, os fundos de renda fixa tem como meta (ou “benchmark”) o CDI. Já os fundos multimercado e os fundos de ações costumam ter como meta de desempenho o Índice Bovespa.
A taxa de performance flutua entre 15% e 20% do que os fundos superarem do benchmark, sendo 20% o mais comum.
A taxa de performance dos fundos de investimentos é cobrada quando ele supera o benchmark, ou seja, quando ele supera a sua meta. Isso ocorre na maioria dos fundos de renda variável.
A taxa de entrada é mais comum para fundos de previdência e é conhecida como taxa de carregamento. Serve para incentivar o cliente a ficar um tempo maior dentro do fundo.
Quanto maior for o tempo que o cliente permanecer investindo, mais ela pode diminuir. A taxa de carregamento pode ser de até 5%.
Já a taxa de saída funciona da mesma forma, porém é cobrada na saída. Além disso, também pode diminuir conforme o tempo passar, podendo chegar a zero.
Existem cinco personagens envolvidos no processo de funcionamento de um fundo de investimento.
Acompanhe agora quais são eles.
Responsável pela remuneração da carteira do fundo. É ele quem decide quais ativos comprar, por quanto tempo mantê-los em carteira e quando vendê-los para conseguir a melhor remuneração possível.
Em resumo, ele traça a estratégia para montar a carteira de acordo com a política de investimentos do fundo. Ou seja, é o trabalho dele (e de sua equipe) que definirá a rentabilidade do seu investimento.
Responsável legal do fundo e pelas informações prestadas aos cotistas e à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Responsável pela guarda dos ativos do fundo. Quando você investe seu dinheiro em um fundo, o seu recurso fica custodiado em uma instituição (normalmente o próprio banco).
Quem distribui as cotas dos fundos de investimentos. Em outras palavras, exerce a função comercial entre fundos e cotistas, pois é ele quem efetivamente venderá as cotas dos fundos de investimentos.
Responsável pela fiscalização e auditoria dos fundos.
Por se tratarem de um CNPJ (sociedade de várias pessoas), os fundos têm que ser divididos em frações (ou pedaços mínimos). Isso é necessário para poder ser apurado qual é o “pedaço” de cada participante e seu preço.
Dessa forma, um novo cotista pode pagar pela aquisição de um novo pedaço (cota) deste fundo e participar desta sociedade.
Vamos supor que você tenha R$ 1.000 e que o valor da cota do fundo que investirá é de R$ 10.
Nessas condições você se tornaria detentor de 100 cotas. Bastaria dividirmos o valor a ser aplicado pelo valor da cota: 1.000/10 = 100 cotas.
Essas cotas têm seus valores atualizados diariamente.
Dando continuidade ao exemplo citado, vamos supor agora que em um dia essa cota teve uma valorização de 1%.
Ou seja: R$ 10,00 x (1+1%) = R$ 10,10
Isso quer dizer que suas cotas que inicialmente valiam 10 reais, hoje valem R$ 10,10 cada uma.
Logo, 100 (cotas) x R$ 10,10 = R$ 1.010,00 (seus mil reais tiveram um rendimento de 10 reais).
Agora, vamos à parte que nos interessa e que é a razão de toda esta exemplificação.
Conforme mencionado anteriormente, a taxa de administração é descontada diariamente do valor da cota dos fundos de investimentos.
Calculamos que depois de uma valorização de 1%, um fundo cuja cota valia R$ 10 passou a ter cota de R$ 10,10.
E depois disso, a cota precisa receber o desconto da taxa de administração diária equivalente que calculamos inicialmente.
Ainda seguindo o mesmo exemplo, supondo que este fundo cobre 2% a.a. (ao ano) ou 0,0078585% a.d. (ao dia) teremos a seguinte conta.
Depois de 1 dia com uma rentabilidade de 1% e cobrança da taxa de administração, você que é dono de 100 cotas teria: 100 x 10,0992 = R$ 1.009,92 (ao invés dos R$ 1.010,00)
Assim, esta é a matemática que está por trás da cobrança da taxa de administração.
Ou seja, a taxa de administração é cobrada independente da rentabilidade apresentada do fundo, ou seja, incide tanto nos ganhos quanto nas perdas.
Importante lembrar que não estamos entrando no mérito da tributação (IR e IOF) dos fundos de investimentos, apenas no cálculo devido à título de taxa administrativa.
Os fundos que têm uma gestão ativa, ou seja, que precisam mudar constantemente os ativos investidos na carteira e que possuem liberdade para trabalhar seus ativos (inclusive com maior risco) tendem a cobrar taxas de administração mais altas.
Um bom exemplo são os fundos de ações e os fundos multimercados que operam alavancados.
Esses fundos demandam mais atenção do gestor e consequentemente dão muito mais trabalho devido às escolhas criteriosas que devem ser feitas visando sempre a melhor estratégia.
Os fundos de ações e multimercados costumam ter taxas de administração perto de 2%. Mas essas taxas podem variar conforme o nível de complexidade e atuação.
Outras classes como cambiais e de dívida externa também podem ter uma gestão bem ativa. Como no caso dos fundos de ações e fundos multimercado, é compreensível a cobrança de taxas de 2% e de taxa de performance.
Cabe lembrar que mesmo dentro das classes de fundos de ações e fundos multimercado (que tradicionalmente são compostas por fundos de gestão ativa), existem fundos de gestão passiva que buscam simplesmente comprar cotas de outros fundos de ações.
Dessa forma, estão à mercê de outra gestão, muitas vezes da mesma casa de gestão.
Isso é bem comum em fundos de ações de grandes bancos que simplesmente seguem o índice Ibovespa. Esse trabalho é absolutamente passivo, porém em muitos desses fundos as taxas de administração ultrapassam os 2%.
Por isso, procure sempre pesquisar no regulamento do fundo (ou mesmo na lâmina) para entender melhor sobre as políticas de gestão do patrimônio.
Assim, não faz sentido algum ser cobrado com taxas maiores do que 1% em um fundo de gestão passiva. Esses fundos (como o próprio nome já diz) são fundos nos quais os gestores não têm tanto trabalho assim.
São classes mais conservadoras como: curto prazo, referenciados DI e renda fixa, por serem passivos, não justificam ter uma taxa maiores que 1%.
Muitos investidores correm imediatamente de fundos com altas taxas de administração, mas eles podem estar errados.
Uma informação muito importante é que quando você vê a rentabilidade dos fundos, ela já aparece depois dos descontos das taxas de administração e performance.
Assim, quando falamos em fundos de gestão ativa a taxa de administração não é o fator preponderante de escolha, mas sim o histórico de rentabilidade.
Quando falamos em taxas de administração de fundos de investimento do país, fica difícil apresentar uma lista.
Isto porque mais de 500 fundos no Brasil nem cobram taxas de administração (normalmente fundos de aporte inicial muito alto), bem como alguns fundos fechados ou com poucos cotistas (que podem pertencer à tesouraria dos bancos).
De maneira geral, existem muitos fundos de longo prazo e fundos de previdência cujo saque é de mais de 5 anos, em que as taxas variam entre 0,1% ao ano e 0,3% ao ano, dependendo do aporte do cliente (mesmo nos grandes bancos).
Existem três grandes riscos de investimento em fundos de investimentos. Entenda a seguir:
O risco de mercado está ligado à capacidade da equipe de gestão na correta escolha dos ativos.
Por exemplo:
É um risco que pode ser controlado com uma carteira diversificada.
É a capacidade de pagamento dos ativos que o fundo está aplicando. Ou seja, é a possibilidade de não pagamento das Debêntures, CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), CRA que os fundos de Crédito Privado alocam os recursos.
Muitos fundos de renda fixa e até multimercados investem o patrimônio em títulos públicos, diz-se que o risco de crédito é baixo, pois quem garante o pagamento é o próprio governo.
É o menor risco dos três, pois é a possibilidade do custodiante (cofre) do fundo falir. Por isso, é fundamental o administrador do fundo optar por banco sólidos para guardar os recursos.
Na hora de escolher um fundo você deve observar:
Veja também este vídeo:
Em apenas 12 minutos você aprenderá tudo o que precisa saber para investir em fundos de investimentos.
⭐Aprenda tudo sobre Taxas cobradas em Fundos de Investimentos
Investir em Fundos é um processo muito simples.
Primeiro você precisa ter um cadastro em uma corretora de valores ou uma gestora de fundos ou simplesmente conta corrente em um Banco Comercial.
Nos bancos ou nas gestoras, normalmente você só tem acesso aos fundos geridos pelos mesmos. Nas corretoras ou distribuidoras de valores, você tem acesso a fundos de diversos gestores.
Para aplicar em um bom fundo você precisa de quantias mínimas mais baixas, que começam em cerca de R$ 100.
Para encontrar o melhor fundo de investimento, é preciso considerar o seu perfil de investidor.
Investir em fundos é a maneira mais prática de diversificação. Como uma das grandes vantagens de investir em fundos é que você conta com uma equipe de muitos profissionais experientes e de alto nível que cuidam do seu dinheiro.
Tudo isso a um custo muito baixo, desde que sejam analisadas cuidadosamente questões como rentabilidade, taxas, entre outras variantes.
Uma boa dica para o investidor é usar uma ferramenta que facilite o acesso ao conhecimento sobre as características dos fundos.
Uma delas é o Comparador de Fundos. Essa ferramenta ajuda você a acompanhar, comparar e conhecer o histórico de fundos de investimentos.
Veja também esse vídeo:
É comum os investidores encontrarem pela frente diferentes nomenclaturas usadas para designar e separar os produtos da indústria de Fundos de Investimentos.
Isso acontece, pois a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a Receita Federal e o próprio mercado financeiro podem ter divergências nesse sentido.
Para não se confundir, conheça agora os conceitos adotados por cada entidade e também a divisão de nomenclatura adotada para as estratégias dos Fundos.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estabeleceu na Instrução 555, de 2014, uma série de regras no que tange a constituição, administração, funcionamento e divulgação de informações sobre os Fundos.
Dessa forma, eles são classificados em quatro divisões:
Nos quais as políticas de investimento devem envolver vários fatores de risco, sem compromisso de concentração em nenhum fator
Nos quais o principal fator de risco deve ser taxa de juros, índice de preços ou ambos.
Nos quais o principal fator de risco deve ser a variação de preços das ações.
Nos quais o principal fator de risco deve ser a variação de preços em moeda estrangeira ou cupom cambial.
Na divisão da indústria de Fundos pela Anbima, é utilizada uma estrutura de funil:
Já para fins de tributação na Receita Federal, a divisão de Fundos é bastante objetiva: só podem ser tributados de cinco formas (conforme veremos a seguir).
A escolha por uma ou outra vai depender muito de como o administrador do Fundo estruturou o produto.
No caso dos Fundos de longo ou curto prazo, a classificação depende do prazo médio de vencimento da carteira de títulos que o Fundo carrega:
Cada classificação tem a sua faixa de alíquotas.
A grande confusão sobre os Fundos de curto e longo prazo reside na forma como a cobrança do imposto é feita: o recolhimento não é feito só no resgate.
A cada seis meses, o investidor paga para a Receita Federal uma antecipação do imposto que seria recolhido no resgate. Esse mecanismo é o “come-cotas”.
Quando os recursos forem efetivamente resgatados, o investidor vai pagar proporcionalmente o que faltar: ou seja, não há cobrança dupla.
Já no caso da classificação de ações, o recolhimento é feito apenas no resgate, com alíquota de 15% sobre o lucro do período.
Alguns multimercados conseguem um enquadramento tributário de ações, por exemplo, dado que podem atuar com concentração na bolsa, como é o caso dos Fundos Long Biased.
O mesmo vale para Fundos de Previdência, em que o investidor escolhe se vai usar a tabela progressiva ou regressiva.
A partir daí, os recursos ficam investidos e, quando houver o saque, paga-se o imposto de acordo com a tabela, sobre o lucro do período (se VGBL) ou sobre o montante total aplicado (se PGBL).
Os Fundos isentos, como o nome sugere, são isentos de imposto de renda.
É uma condição bastante específica, aplicável sobre os produtos de debêntures incentivadas.
Como não há cobrança de imposto sobre o título diretamente negociado, também não há
imposto para os Fundos que os compram, desde que ofertados ao varejo.
É uma forma de estimular o investimento em infraestrutura, uma área crítica no Brasil e que consome recursos em prazos muito longos.
Já o mercado financeiro adota uma classificação para os Fundos que pode mesclar características atribuídas pela Anbima e pela CVM, adicionando algumas divisões.
Neste quesito, o mais comum é ver uma separação dos Fundos tendo como base sua estratégia.
Isso se deve, pois o mercado entende que esse é o ponto de análise mais relevante para atestar sua eficiência.
De acordo com o BTG Pactual, a separação dos Fundos de Investimento é a seguinte:
Produtos que compram, preferencialmente, dívida privada (corporativa e bancária) do tipo high grade (melhor qualidade) ou high yield (maior retorno e maior risco) com benchmark CDI.
Produtos que compram dívida privada ou pública offshore (emitidas fora do Brasil), com ou sem exposição cambial.
Produtos que compram debêntures incentivadas (enquadramento na Lei 12.431/2011) e têm benchmark atrelados à inflação (IPCA, IMA-B, IMA-B 5, etc.).
Multimercados que buscam retornos independentemente da direção do mercado e utilizam pesquisa macroeconômica para operar todas as classes de ativos, dentro de um limite estabelecido de volatilidade.
Multimercados ou fundos da classe ações que operam nas pontas compradas e/ou vendidas, com exposição neutra (sem preferência por um mercado) ou direcional limitada (com viés em algum mercado).
Fundos alternativos líquidos expostos ao mercado internacional, em geral agnósticos a qualquer índice de mercado e livres para operar várias classes de ativos.
Fundos da classe ações ou multimercados com risco principal em renda variável, mas com maleabilidade para ter posição vendida (short) em um único papel, conjunto de papéis, índice ou derivativos, para reduzir a volatilidade e preservar patrimônio.
Fundos da classe ações que carregam risco direcional comprado acima de 67% de seu patrimônio (concentrado ou diversificado) no mercado de renda variável e buscam superar benchmarks como IBr-X ou Ibovespa.
Fundos da classe ações com concentração em renda variável global, por regiões geográficas ou países e que ofereçam proteção contra a variação do dólar.
Fundos da classe ações com concentração no mercado de renda variável global, por regiões geográficas ou países, mas sem hedge cambial, ou seja, sem proteção contra a variação do dólar.
Os fundos Long Only são aqueles que adotam estratégias apenas “compradas”, apostando sempre na valorização das ações que investem.
Como exigência da CVM, no mínimo 67% do patrimônio líquido do fundo de ações deve ser composto por ações, bônus ou recibos de subscrição, cotas de fundos de ações, cotas de fundos de índice de ações ou BDRs (Brazilian Depositary Receipts).
Os fundos Long Short, apesar de poderem investir em qualquer tipo de ativos, já que são multimercados, geralmente investem prioritariamente em ações.
Este tipo de fundo tem como foco a compra de um ativo e a venda de outro, quase que simultaneamente, e que tenham uma correlação entre si.
O ganho vem dos momentos de alta ou de baixa de determinados ativos.
A categoria “Long Short” é um tipo de fundo multimercado que está entre a que mais capta recursos.
Os Fundos Long Short conjugam posições compradas (long) com posições vendidas (short).
Ou seja, o gestor opera tanto comprado (apostando na alta dos preços dos ativos) quanto vendido (apostando na queda dos preços dos ativos).
Assim, o gestor faz a análise das ações para definir quais estão valorizando mais ou menos e, assim, decidir comprar ou vender e em quais quantidades.
Desta forma, o lucro do fundo vem dos movimentos de compra e venda feitos pelo gestor.
Nos fundos Long Short podem ser usadas estratégias como a intersetorial, intrassetorial ou, então, operações relacionadas a uma mesma empresa:
Tanto os fundos de ações como os multimercados podem ser Long Biased ou Long Bias.
A alocação de um fundo Long Biased diz respeito às posições compradas e vendidas dos ativos da carteira.
Sendo assim, parte do capital é alocado na compra e outra parte na venda.
A posição comprada traz retornos positivos com a alta de preços, enquanto que as posições vendidas se beneficiam com a queda do mercado.
A intenção com esse tipo de estratégia é “ganhar nas duas pontas”, como se diz no mercado.
Como essa estratégia precisa operar na venda, ela obrigatoriamente usa os artifícios disponíveis no mercado de ações e de derivativos.
Sendo assim, somente os fundos que operam nesse mercado estão aptos a montarem posições Long Biased.
Segundo o BTG Pactual, pode-se dividi-los em dois grandes grupos.
Apesar de utilizar o mercado de ações como seu principal fator de risco e alocação do capital, os Fundos Long Biased do tipo retorno absoluto não fazem referência a qualquer índice ou mercado específico.
Assim, eles passaram a ser considerados por muitos uma versão evoluída dos Fundos Long & Short, já que extraem ganhos do valor relativo entre as ações, negociadas em pares (pair trade) no mesmo setor (intrassetorial) ou em setores distintos (intersetorial), e adicionando a isso as estratégias de alfa por seleção de ações.
O segundo grupo de Long Biased são fundos na escala entre Long & Short e Long Only, mais próximos dos Long Only, mas com uma dose a mais de liberdade.
Aqui, também se adiciona a capacidade do gestor de fazer a seleção da parcela short, além da possibilidade de reduzir a exposição ao mercado de ações abaixo do exigido para os fundos dessa natureza.
Com todas essas informações e estratégias esclarecidas sobre Fundos de Investimento, fica mais simples entender a relação com o mercado e qual o risco de cada estratégia.
Conhecer esse universo ajuda o investidor a diversificar sua carteira de investimentos com mais segurança.
Assim como qualquer ativo, o tipo de fundo ideal para você depende de sua estratégia de investimentos e do seu perfil como investidor.
Agora, munido de todas as informações necessárias, o próximo passo é iniciar as alocações em fundos de investimentos.
Busque sempre a ajuda de um especialista.
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Como começar a investir sem medo: 5 passos que ninguém te contou
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