Produzir conteúdo no mundo digital é um grande desafio, ainda mais para quem está iniciando. Começar a publicar nas redes é fácil, o difícil é planejar e falar de forma clara com o público, principalmente quando é sobre o mercado financeiro. Comunicação e finanças, por mais que não pareçam, estão lado a lado.
A interseção entre comunicação e finanças foi o foco central de uma das palestras da Money Week, evento realizado pela EQI Investimentos em Balneário Camboriú, em que quatro especialistas discutiram como o digital tem remodelado a forma como o mercado financeiro se conecta com seus clientes.
Ana Laura Magalhães, Dani Colombo e Natália de Moraes sob a mediação de Kaique Gabriel, fundador da Fatos Capital, abordaram questões cruciais sobre como as plataformas digitais vêm se tornando ferramentas essenciais para atrair novos investidores e educar o público sobre finanças.
Um dos pontos mais destacados durante a palestra foi a dificuldade de comunicar conceitos financeiros complexos a um público mais amplo. Ana Laura Magalhães, especialista em investimentos e com vasta experiência na área, compartilhou sua frustração com o jargão técnico que domina o setor.
“Quando comecei a fazer conteúdo de finanças, meu intuito era democratizar o universo que a gente sabe como é”, afirmou. Essa necessidade de simplificação e acessibilidade na comunicação se mostrou uma preocupação central em sua trajetória.
De acordo com a especialista, ao deixar o mundo corporativo e passar um tempo afastada das redes sociais, foi possível perceber o quão importante era a comunicação para o setor financeiro. Ela relembrou como seus vídeos, embora inicialmente despretensiosos em um grupo financeiro onde era sócia, acabaram gerando resultados surpreendentes.
“Ficar fazendo vídeo na internet, por mais que às vezes parecesse algo obsoleto, foi um projeto que trouxe 42 mil novos clientes para a empresa e uma captação líquida de R$ 700 milhões”. Esse impacto expressivo demonstra a força do digital na criação de uma conexão mais direta e eficaz com o público.
Natália de Moraes, empresária na área de educação financeira, que também começou a investir ainda jovem, enfatizou o papel da educação financeira como ferramenta de transformação. Ela comentou que, apesar de ser economista formada, teve dificuldades em entender conceitos complexos quando estava na faculdade.
“O professor explicava, mas eu demorava para entender. Foi aí que percebi que nem todos têm facilidade com esses conceitos”, explicou. Essa constatação motivou Natália a desenvolver um conteúdo mais acessível e voltado para a educação financeira, alcançando mais de dez mil alunos ao redor do mundo.
Ela também discutiu estratégias práticas para captar clientes pelo digital, como o uso de funis de vendas e a oferta de conteúdos gratuitos, que se mostraram eficazes na conversão de leads em alunos pagantes. “Criar um conteúdo estratégico, como um e-book ou uma planilha, e oferecê-lo em troca de informações de contato, tem sido uma das formas mais efetivas de atrair e qualificar clientes”, afirmou Natália. Essa abordagem reforça a importância de uma comunicação que não apenas informa, mas também engaja e converte o público.
Um dos desafios abordados foi o de conciliar a criação de conteúdo com outras responsabilidades profissionais, algo que muitos no setor financeiro enfrentam. Dani Colombo, diretora de marketing e influenciadora de investimentos da Fatos Capital, compartilhou sua estratégia pessoal para lidar com essa questão, que envolve organização e planejamento rigorosos.
“Quando comecei a gravar conteúdo, eu escrevia todos os roteiros aos sábados e gravava tudo no domingo. Durante a semana, eu editava e postava. E hoje em dia você consegue agendar as postagens”, contou. Essa disciplina é fundamental para manter a consistência nas redes sociais, um fator crucial para o sucesso no digital.
Redes sociais: comunicação e finanças
Olhando para os dias atuais, Dani Colombo, por sua vez, trouxe uma perspectiva sobre como os jovens estão se inserindo no mundo dos investimentos, muitas vezes buscando informação no TikTok e que nem sempre é tão clara quanto deveria ser. Ela compartilhou sua própria experiência de começar a investir aos 18 anos e cometer muitos erros iniciais.
Contudo, Dani apontou que foi através do TikTok que ela encontrou uma maneira eficaz de educar outros jovens: “Eu comecei a criar conteúdo numa linguagem mais simples para os jovens que estavam no TikTok”. Esse formato acessível não só conquistou uma grande audiência, como também a consolidou como uma referência para jovens investidores.
Dani destacou ainda o poder das redes sociais na expansão de seus negócios, mencionando que um único vídeo que produziu gerou mais de 2 mil contatos para sua assessoria de investimentos.
Hoje, a influenciadora de investimentos conta com quase 1 milhão de seguidores no Instagram e no TikTok, o que prova que existe um grande universo para explorar e gerar conteúdo que transforma negócios. O caso de Dani exemplifica como as redes sociais podem ser mais do que um simples canal de comunicação; elas podem ser a espinha dorsal de uma estratégia de crescimento empresarial.
Por outro lado, Ana Laura Magalhães trouxe ainda um ponto interessante sobre a importância de se posicionar estrategicamente nas plataformas digitais, mesmo que isso não signifique estar presente em todas elas. “Eu não preciso ser mais forte no Instagram, no Facebook, no YouTube e no Twitter. Quero ser representativa para o meu público-alvo e impactar as pessoas que vou conseguir alcançar”, disse. Isso enaltece a necessidade de uma abordagem focada e personalizada na comunicação, evitando a dispersão de esforços e garantindo que a mensagem chegue de forma eficaz ao público certo.
A palestra foi rica em insights sobre como a comunicação digital está transformando o setor financeiro, oferecendo novas oportunidades para educar, conectar e crescer. Através de estratégias bem executadas e uma compreensão clara de seu público, os especialistas demonstraram que é possível alcançar resultados expressivos e impactar positivamente a vida financeira de milhares de pessoas.
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