O esgotamento das minas de minério de ferro pode garantir um período de valorização em 2026, aponta o BTG Pactual em um relatório divulgado nesta quinta-feira (4).
A percepção veio após detalhes divulgados pelas gigantes Vale (VALE3) e Rio Tinto em seus Dias do Investidor recentes.
“À medida que os ativos antigos amadurecem, os produtores naturalmente enfrentam teores decrescentes, jazidas mais profundas e material mais duro, o que se traduz em uma erosão constante da oferta”, apontam os analistas Leonardo Correa e Marcelo Arazi.
As duas mineradoras mencionaram taxas de esgotamento bastante substanciais para o futuro: a Vale em cerca de 50 milhões de toneladas por ano para o mercado marítimo e a Rio Tinto em 80 milhões de toneladas por ano para o mercado total de minério de ferro.
Na prática, explica o BTG, o esgotamento aumenta o custo marginal da indústria e aperta o equilíbrio entre oferta e demanda. Ou seja, à medida que as grandes mineradoras exploram mais os depósitos existentes para capturar os preços elevados, a deterioração da qualidade se acelera, forçando uma maior dependência da mistura e do beneficiamento.
“Embora prever os preços do minério de ferro seja extremamente desafiador (e nossos erros anteriores de subestimar consistentemente os preços do minério de ferro nos lembram disso), acreditamos que esse pode ser um fator estrutural de alta mal precificado”, ressaltam Correa e Arazi.
O banco projeta preços conservadores de longo prazo para o minério de ferro em US$ 85/t.
No entanto, os analistas atribuem uma alta probabilidade de que os preços do minério de ferro permaneçam acima das expectativas em 2026, já que a oferta e a demanda devem estar (mais uma vez) em equilíbrio delicado.
A previsão base para o preço do minério de ferro em 2026 é de US$ 102/t, mas há riscos de alta. A Vale continua sendo a mineradora de minério de ferro preferida, com recomendação de compra.
