42,195 quilômetros. Esse é o número mágico da maratona, uma das provas mais icônicas e desafiadoras do atletismo.
Resistência, disciplina e preparo são indispensáveis. Mas não é preciso ser atleta olímpico para cruzar essa linha de chegada.
Qualquer pessoa pode definir a meta de correr uma maratona e, a partir dela, construir um plano de treinos, ajustes na alimentação e mudanças no estilo de vida para chegar lá.
O segredo está no planejamento inverso
Primeiro se define o objetivo: correr 42,195 km. Depois, vem o diagnóstico da condição atual: consigo correr 21 km? 10 km? Ou ainda estou nos 5 km?
Essa avaliação não decide se o objetivo é alcançável ou não, mas determina a estratégia, a sequência de passos e a necessidade de apoio especializado. É a estratégia que conectará o ponto de partida à linha de chegada.
Talvez correr uma maratona não esteja nos seus planos. Mas viver de renda, provavelmente, sim. E aqui a lógica é a mesma.
Planejamento para viver de renda
Não se trata de abandonar o trabalho ou de esperar que a vida se resuma a “margaritas na praia”, como ironiza o psicólogo e escritor canadense Jordan Peterson.
O verdadeiro sentido de viver de renda está em conquistar liberdade de escolha, com a possibilidade de reduzir o ritmo, de dizer alguns “nãos” sem culpa e de estruturar um futuro menos refém da pressão imediata.
E, claro, tomar margaritas na praia, eventualmente…
Número mágico da renda mensal desejada
Assim como o maratonista tem o número mágico dos 42,195 km, o investidor também guarda o seu: o da renda mensal desejada. Para alguns, pode ser R$ 10 mil mensais. Para outros, R$ 30 mil, valor que permite independência financeira e liberdade para novos projetos.
Não importa o tamanho do número, mas sim o fato de que ele existe, e é ele que deve guiar o planejamento.
É aqui que entra a lógica do planejamento inverso. Sempre que me perguntam “qual FII vai entregar o maior dividendo no mês que vem?” ou “vale a pena comprar este ativo para baixar meu preço médio?”, confesso que entro em desespero.
Essas não são as perguntas certas.
As perguntas centrais, que realmente orientam suas decisões, são: “minha carteira de investimentos está indo na direção dos meus objetivos?” ou “esse ativo me deixará mais próximo de alcançar a renda que desejo?”.
Com essas respostas, o investidor deixa de ter uma postura reativa ao mercado e passa a trilhar uma rota clara e estruturada, assim como um atleta que treina para a maratona.
É impossível prever todas as condições que ele enfrentará no dia da prova. Vai chover? Vai fazer calor? Como estará o corpo fisicamente? As combinações são infinitas. Mas, com um plano bem traçado, ele saberá reagir às intempéries.
No mercado financeiro é igual. Os Fundos Imobiliários ganharam protagonismo porque oferecem previsibilidade de fluxo, isenção de imposto de renda nos proventos e a possibilidade de diversificação entre setores e estratégias.
Os FIIs funcionam como aquele “segundo salário” que pode ser construído aos poucos e calibrado de acordo com o objetivo final.
Mas são mais de 400 deles listados em Bolsa, mudanças ocorrem e nem todos seguem a mesma lógica, apresentam a mesma consistência ou são adequados para todos os objetivos.
Por isso, uma carteira bem estruturada é essencial. Na carteira do Investidor Imobiliário, por exemplo, seleciono 13 FIIs entre papel, tijolo, multiestratégia e híbridos, equilibrando a exposição aos diferentes ciclos econômicos e diversificando fontes de receita e tipologia de imóveis.
Não se trata de investir nos maiores dividendos pontuais, mas de construir um portfólio robusto e consistente.
Uma carteira de FIIs bem estruturada, com diversificação setorial adequada e critérios técnicos de seleção, funciona como essa assistência especializada: não elimina os imprevistos do caminho, mas aumenta suas chances de reagir melhor a eles e encurtar a distância até o seu número mágico.
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