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Super Quarta: o que esperar das decisões de juros de Brasil e EUA?

Super Quarta: o que esperar das decisões de juros de Brasil e EUA?

No próximo dia 19 de março, o mercado financeiro estará de olhos atentos na chamada “Super Quarta“, data em que o Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos e o Banco Central do Brasil (BC), anunciarão suas respectivas decisões sobre política monetária.

A data será um marco importante para os mercados financeiros globais. No Brasil, as expectativas são de um novo aumento da Selic, com um olhar atento para os sinais sobre os próximos passos do BC no combate à inflação. Já nos Estados Unidos, a cautela parece ser a palavra de ordem, com o Federal Reserve em uma posição de espera, aguardando a evolução da inflação e dos indicadores econômicos para definir suas próximas ações.

Super Quarta: expectativas para o Brasil

No cenário brasileiro, a expectativa é que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central suba a taxa Selic em 1 ponto porcentual, chegando a 14,25% ao ano. Essa alta viria como uma resposta contínua aos desafios impostos pela inflação persistente, que ainda está acima da meta do governo – a última leitura do IPCA apontou alta de 5,06% em 12 meses, bem acima dos 3% perseguidos pela meta de inflação.

Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, destaca que a principal dúvida sobre essa decisão gira em torno não da decisão em si, que já foi antecipada na última ata do Copom, mas da sinalização dos próximos passos.

A dúvida vai ser como vão sinalizar os próximos passos. A gente tem expectativa de que vão continuar subindo a taxa nas próximas reuniões, dado que o necessário para conter a inflação é mais alto do que 15%“, afirma o economista. Ele complementa que a comunicação do Banco Central sobre os riscos inflacionários e a avaliação do balanço de riscos serão fundamentais para entender a trajetória futura da Selic.

A decisão do Copom é resultado de análises detalhadas sobre a atividade econômica e a inflação no Brasil, com reuniões realizadas a cada 45 dias. A taxa Selic baliza todas as transações financeiras do país e tem impacto direto no bolso do consumidor, seja no custo do crédito ou nos investimentos. Atualmente, a Selic está fixada em 13,25% ao ano, após quatro altas consecutivas que elevaram o patamar da taxa desde o ciclo de cortes realizados até maio de 2024.

gráfico Selic
Fonte: EQI

O Boletim Focus aponta uma expectativa de Selic a 15% ao final de 2025. A EQI Asset, por sua vez, acredita que a Selic pode alcançar 16,25% até o fim do ano, dependendo do comportamento da inflação e da economia brasileira. Para os anos seguintes, as expectativas são de uma redução gradual, com Focus estimando a Selic em 12,50% em 2026 e 10,50% em 2027.

Super Quarta: expectativas para os EUA

Enquanto no Brasil as perspectivas são de mais aumentos na Selic, o cenário nos Estados Unidos é marcado por incertezas.

Atualmente, os juros nos Estados Unidos estão em uma faixa de 4,25% a 4,50% ao ano, após uma pausa no ciclo de corte realizada em janeiro de 2025, a primeira decisão sob o governo de Donald Trump. Antes disso, o Fed havia realizado três cortes consecutivos.

A visão de Kautz para o Fomc, comitê de política monetária norte-americano, é de manutenção da taxa de juros no intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano. Desde o final de 2024, o Federal Reserve tem enfrentado dificuldades para controlar a inflação, com variações mensais nos índices de preços. “A inflação tem vindo um mês melhor, um mês pior. Janeiro foi mais alto, fevereiro mais baixo, e a dúvida sobre para onde está indo a inflação ainda persiste“, explica o economista.

Além disso, o mercado de trabalho nos EUA permanece robusto, mas os sinais de desaceleração econômica começam a aparecer. “Temos que ver se o crescimento vai permanecer robusto ou se vai desaquecer”, comenta Kautz, ressaltando que fatores como políticas fiscais e imigratórias, tarifas comerciais, dispensa de funcionários públicos e disputas geopolíticas que afetam comércio internacional e câmbio ainda terão um grande impacto na economia americana nos próximos meses.

Com o cenário econômico ainda indefinido, a expectativa é que o Fed mantenha a taxa de juros onde está até pelo menos junho ou julho deste ano, tomando decisões futuras com base no desempenho da economia. Kautz acredita que há espaço para um ou dois cortes nos juros, caso a inflação continue desacelerando, mas com a cautela de que o ambiente está “bastante fluído” e difícil de prever.

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