O Fomc, que é o comitê de política monetária dos Estados Unidos, ligado ao Federal Reserve (Fed), decidiu manter a taxa de juros do país na faixa entre 4,25% e 4,50%, na primeira reunião do colegiado sob o governo de Donald Trump.
De acordo com o colegiado, indicadores recentes sugerem que a atividade econômica continuou a se expandir a um ritmo sólido e que a taxa de desemprego se estabilizou em um nível baixo nos últimos meses e as condições do mercado de trabalho permanecem sólidas. Já a inflação permanece um pouco elevada.
Em seu comunicado, o comitê informou que busca alcançar o máximo de emprego tendo a inflação à taxa de 2% no longo prazo. Além disso, o colegiado considera que os riscos para atingir suas metas de emprego e inflação estão aproximadamente equilibrados. As perspectivas econômicas são incertas e o comitê informou estar atento aos riscos.
O comitê informou também que avaliará cuidadosamente os dados recebidos, a perspectiva em evolução e o equilíbrio de riscos e continuará reduzindo suas participações em títulos do Tesouro e títulos lastreados em dívidas de agências e hipotecas de agências.
Expectativas para a próxima reunião
Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, o Fomc deve seguir com cautela. “A expectativa é que o Fed permaneça parado até meados do ano, considerando que ainda há muita coisa para acontecer até lá. No entanto, enxergamos que há espaço para mais dois cortes de 25 pontos-base ao longo do ano”, analisa.
Trump exige queda dos juros
Em seu discurso no Fórum Econômico Mundial, na semana passada, o presidente Donald Trump havia defendido uma redução imediata das taxas de juros, o que ainda não ocorreu. Durante seu discurso, Trump destacou que pressionará por cortes nas taxas, que, segundo ele, deveriam ser adotados mundialmente.
“Vou exigir que as taxas de juros caiam imediatamente”, afirmou Trump, na ocasião. “E da mesma forma, elas deveriam estar caindo em todo o mundo. As taxas de juros devem nos seguir por toda parte”, disse.
Powell não vê pressa em atingir a meta
Em entrevista coletiva após a decisão do Fomc, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que não há pressa em atingir a meta estabelecida da inflação, que é de 2%. Sobre a pressão de Trump, ele preferiu não fazer comentários “sobre o que o presidente falou”, acrescentando que ainda não teve oportunidade em conversar com o presidente norte-americano sobre os juros. Disse ainda que o colegiado está em “modo de espera”, com relação às políticas adotadas por Trump.
“As expectativas de inflação estão bem ancoradas e os riscos para metas de emprego e inflação estão relativamente equilibrados. Os dados do mercado de trabalho não são fonte significativa de pressão inflacionária”, disse ele.
O presidente do Fed disse que há incertezas elevadas com políticas para tarifas, imigração e questão fiscal. E sobre uma possível queda nos juros, disse que é necessário ver primeiro um enfraquecimento do mercado de trabalho.
Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, avaliou, após a decisão do Fomc, que mantém o cenário base para o começo dos cortes de juros em março, mas ressaltou que tudo dependerá dos dados que saírem da economia norte-americana até lá.
Ele disse ainda que a decisão da autoridade monetária norte-americana veio dentro do esperado e mantendo uma postura de cautela com relação aos próximos passos. Porém, Kautz avaliou que o Fed manteve a porta aberta para um futuro corte de juros.
“Powell continua reforçando a meta de 2% como fator para a decisão, dizendo que gostaria de ver uma melhora, seja com a queda da inflação ou na flexibilidade do mercado de trabalho, fazendo com que a inflação se aproxime mais da meta”, comentou.
Ouça o comentário completo abaixo:
O que é Fomc?
A sigla quer dizer Federal Open Market Committee, que traduzindo livremente significaria algo como Comitê Federal de Mercado Aberto.
Trata-se de um órgão público ligado ao Federal Reserve, o Fed. Analogamente, o Fed corresponde ao nosso Banco Central do Brasil.
E uma boa forma de entender a atuação do Fomc também é por meio de uma analogia. Se compararmos ao nosso Copom, o Comitê de Política Monetária, teremos uma boa ideia dos objetivos desse órgão dos Estados Unidos.
Assim como o Copom, o Fomc é quem define a taxa básica de juros do país norte-americano. Também no mesmo formato de reunião, seus membros se encontram de tempos em tempos para fazer as avaliações.
São oito reuniões ao longo de um ano, com o objetivo de traçar os melhores rumos para a política monetária do país de forma que o Fed consiga executar um bom controle de aspectos econômicos.
A composição do Fomc talvez seja um dos aspectos mais interessantes a seu respeito. Ao total, são 17 membros participantes, dos quais 12 tem direito a voto.
Entre os que votam, está o mandatário máximo do Fed de New York, sete conselheiros provenientes do Federal Reserve Board e mais quatro presidentes dos outros Reserve Banks dos 11 restantes.
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