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“Falar em recessão nos EUA é exagerado”, diz Kautz, da EQI Asset

“Falar em recessão nos EUA é exagerado”, diz Kautz, da EQI Asset

Em meio a preocupações crescentes sobre o desempenho da economia dos Estados Unidos (EUA), Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, avalia que a interpretação de uma iminente recessão no país é exagerada. Segundo ele, apesar da desaceleração do crescimento econômico, o mercado de trabalho segue robusto e os dados de consumo continuam positivos.

O debate sobre uma possível recessão ganhou força após declarações do ex-presidente Donald Trump no último domingo (9), durante uma entrevista à Fox News. Questionado sobre a possibilidade de uma recessão em 2025, Trump admitiu que o país pode estar “num período de transição”, mas minimizou os impactos econômicos das tarifas comerciais impostas por seu governo. Ele reforçou a ideia de que tais medidas são parte de uma estratégia para “trazer a riqueza de volta à América”.

No entanto, o mercado financeiro demonstra apreensão. Investidores passaram a antecipar uma redução nas taxas de juros pelo Federal Reserve, possivelmente já em junho deste ano, em resposta às incertezas econômicas. O rendimento dos títulos do Tesouro americano de dois anos caiu para 3,86%, o menor nível desde outubro de 2024. O Fed de Atlanta, por sua vez, projeta um crescimento econômico negativo (retração de 2,4%) para o primeiro trimestre de 2025, principalmente devido à queda nas exportações líquidas.

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Recessão nos EUA? Kautz vê desaceleração gradual da economia

Apesar das preocupações do mercado, Kautz sustenta que o crescimento da economia americana, embora mais fraco, não caracteriza uma recessão. “Vemos uma desaceleração gradual, com expectativa de crescimento de 1% este ano. A incerteza quanto às políticas econômicas aumentou muito, o que impacta investimentos e consumo, mas ainda não podemos falar em recessão”, explica.

O economista alerta, no entanto, para um possível cenário de estagflação, caracterizado por crescimento anêmico combinado com inflação persistente. “As tarifas impostas afetam diretamente o preço de bens importados, o que deve pressionar a inflação para um patamar entre 3% e 3,5%. O crescimento econômico, por outro lado, deve se aproximar de 1%, longe dos 2% vistos anteriormente”, analisa. O impacto das tarifas, neste ano, deve ser maior do que o que ocorreu em 2018, também sob Trump, ele avalia, dado que as tarifas agora são mais abrangentes.

O conceito de recessão econômica é definido tecnicamente como dois trimestres consecutivos de queda no Produto Interno Bruto (PIB), o que ainda não ocorreu nos EUA. No entanto, os sinais de desaceleração econômica e a persistência inflacionária reforçam um ambiente de incerteza. Com o avanço da política tarifária e a falta de novos incentivos fiscais, o crescimento econômico do país segue sob pressão.

Ouça o áudio de Stephan Kautz na íntegra:

EUA: Últimos dados de emprego, inflação e crescimento

Na sexta-feira (7), foi divulgado o payroll, dado oficial do mercado de trabalho norte-americano, que apontou a criação de 151 mil vagas em fevereiro, abaixo da previsão do mercado, que era de 160 mil. A taxa de desemprego ficou em 4,1%, levemente acima do previsto pelo mercado de 4%. 

O PCE, que é o dado de inflação favorito do Federal Reserve (Fed), indicou, em sua última leitura, alta anual de 2,5%, abaixo da projeção de 2,6%. Mas ainda assim acima da meta de 2% da autoridade monetária.

Já o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu ao ritmo anualizado de 2,3% no quarto trimestre de 2024, dentro do esperado pelo mercado.

Os EUA definem juros no próximo dia 19 e a expectativa é de manutenção das taxas. Os investidores apostam agora em três cortes de juros até o final do ano. É o que aponta a ferramenta FedWatch.

Os cortes em junho, setembro e dezembro fariam com que as taxas encerrem o ano no intervalo entre 3,50% e 3,75% ao ano. Hoje, os juros estão no intervalo entre 4,25% e 4,50% ao ano após o banco central americano pausar o ciclo de corte de juros na última reunião, realizada no final de janeiro, a primeira sob o governo de Donald Trump. Antes, havia realizado três cortes consecutivos.

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