Os Estados Unidos criaram 151 mil vagas em fevereiro, abaixo da previsão do mercado, segundo o relatório de emprego Payroll, divulgado nesta sexta-feira (7) pelo Departamento do Trabalho dos EUA.
A previsão do consenso dos analistas da Reuters era de que a economia dos EUA criasse 160 mil postos de trabalho.
A taxa de desemprego ficou em 4,1%, levemente acima do previsto pelo mercado de 4%. O salário médio por hora subiu 0,3%, dentro do esperado pelos analistas. Na base anual, a alta foi de 4%, ante projeção de 4,1%.
A taxa de participação na força de trabalho e o indicador emprego-população ficaram em 62,4% e 59,9%, respectivamente, em fevereiro.
Quanto aos salários, a remuneração média por hora do trabalhador nos EUA foi de US$ 35,93, registrando um aumento de 0,3% em comparação com o mês anterior e uma alta de 4% em relação a fevereiro de 2024.
Como o payroll impacta as decisões do Fed?
O payroll é o segundo de três indicadores chave sobre o mercado de trabalho que serão divulgados até a próxima semana, sendo o mais relevante deles.
Na terça-feira (4), o relatório ADP revelou que o número de vagas abertas no país caiu mais do que o esperado no mês passado. O setor privado dos Estados Unidos gerou 77 mil novos empregos em fevereiro, um número abaixo da previsão de 148 mil. Esse ritmo de contratações representa o menor crescimento desde julho, conforme os dados apresentados.
O relatório Jolts, o último dos indicadores que detalha o número de vagas abertas no mercado de trabalho dos EUA, será publicado no dia 11.
Apesar de parecer contraditório, dados positivos sobre o emprego não são necessariamente benéficos para o Federal Reserve (Fed). Quando o mercado de trabalho está em alta, isso indica uma forte demanda por trabalhadores por parte das empresas.
Para atrair novos funcionários, as empresas tendem a oferecer salários mais altos, o que pode gerar pressão inflacionária — um cenário que o Fed busca evitar. Como consequência, o banco central pode optar por manter as taxas de juros elevadas por mais tempo.
A próxima reunião do Federal Reserve ocorrerá no próximo dia 19, e os dados do mercado de trabalho podem influenciar as expectativas sobre a possibilidade de uma pausa na redução das taxas de juros.
Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, o resultado ficou praticamente em linha com o esperado. Apesar da perda de 10 mil empregos no setor público federal, o setor público estadual conseguiu compensar essa redução.
Dentro do setor privado, que é o mais relevante, é possível observar ainda resultados positivos tanto na indústria e construção civil quanto no setor de serviços, especialmente no comércio e transporte.
Ou seja, de forma geral, o mercado de trabalho nos Estados Unidos apresenta uma desaceleração, mas o Fed segue inalterado, pois precisa esperar o impacto das tarifas sobre a inflação. O banco central precisa de mais certezas antes de considerar um corte nas taxas de juros nas próximas reuniões.
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