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Renda Fixa Summit: até quando os juros vão cair?

Renda Fixa Summit: até quando os juros vão cair?

A grande pergunta que intriga os brasileiros vem aí e talvez parte de sua resposta chegue na próxima quarta-feira (20), quando o Comitê de Política Monetária (Copom) vai se reunir para definir sobre a taxa Selic, que atualmente está no patamar dos 11,25%. Mas afinal, até quando teremos queda nos juros?

O Renda Fixa Summit, evento da EQI Investimentos realizado na quinta-feira (14), abordou o cenário macroeconômico.

Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, comentou que é possível ver a melhora da inflação desde 2023 tanto no Brasil quanto no exterior. Entretanto, não se sabe ao certo o que acontecerá daqui para frente.

“A gente teve um PIB no ano passado, de novo, muito forte, crescendo próximo de 3%, que também foi bastante impulsionado pelo crescimento da demanda e inclusive das transferências do governo. A dúvida agora é o que acontece com o PIB e com essa inflação de serviços”, disse.

Kautz aponta que a expectativa é de que haja um alívio na taxa Selic para até 9,25% ainda neste ano, com um ritmo de corte de 50 pontos a cada reunião.

Para Teco Medina, consultor financeiro da CBN São Paulo, essa desaceleração econômica pode acontecer chegando no máximo a uma taxa de 9%. “Acho que, para a gente imaginar que a taxa Selic caia mais do que isso, precisariam acontecer três coisas que hoje parecem difíceis: o governo parar de gastar, ter uma surpresa para a inflação e uma expectativa de queda dos juros americanos, o que poderia abrir espaço para irmos além”, comenta.

Renda Fixa Summit: o impacto dos juros americanos

Medina aponta que o país aguarda ainda uma recessão da economia americana há 15 meses e relembra que, neste ano, haverá ainda a eleição nos Estados Unidos, o que pode ou não alterar esse cenário do mercado.

O fato de a taxa de juros não ser mexida no momento se deve também à relação dos americanos com a poupança, já que o governo repassou uma verba para auxiliar as famílias durante a pandemia da Covid-19, dinheiro que muitos deles pouparam e seguem utilizando sem precisar se preocupar com o juros do país.

“Parece que a pandemia já passou há tanto tempo, mas as pessoas ainda têm dinheiro guardado desse evento. Então, à medida que isso acabe, pode ser o momento em que o consumo comece a desacelerar e haja o corte de juros nos Estados Unidos”, comenta Kautz.

Olhando para dentro

No Brasil, o arcabouço fiscal mostra um compromisso do país com os gastos para com a população. No entanto, Teco Medina comenta que para ele a principal política econômica para qualquer país deveria ser juro baixo: “Derruba esse juro para o mais baixo que puder, isso vai estimular a economia”, enfatiza.

“Quanto mais o governo gasta, mais ele piora esse cenário todo, gera uma hiperatividade econômica. Isso trava o investimento, todo mundo fica pensando ‘qual é a bola da vez’. Então, é uma aceleração ruim”, diz. A questão vira um “vamos gastar que o país cresce”, segundo ele.

Stephan complementa que o arcabouço será testado para valer neste ano e que precisa ser visto o quanto as regras serão ou não respeitadas agora. “Se a popularidade do presidente cair e ele precisar se manter ali, ele vai aumentar os gastos. Há uma latência de que se algo der errado, os gastos são aumentados”, reforça.

Renda Fixa Summit: Reforma Tributária é grande vitória

“Uma grande vitória”, é assim que os convidados do Renda Fixa Summit definem a Reforma Tributária, após anos em pendência. Eles falaram também sobre como ficariam definidas cada alíquota já que não há um parâmetro fixo ainda.

“Isso é um debate que deveríamos estar tendo diariamente. Ninguém sabe o quanto paga de imposto, e isso vai ficar explícito para a sociedade”, diz Stephan sobre a oportunidade desta taxa ser discutida com a reforma.

O que vem depois de Campos Neto?

Roberto Campos Neto fica no cargo de presidente do Banco Central só até dezembro deste ano. Em 2025, o Banco Central contará com um novo presidente, mas será que haverá muita mudança?

Medina comenta estar preocupado com um cenário em que a economia cresça menos neste ano, que haja baixa popularidade do presidente e que isso gere gastos via juros.

“A autonomia do Banco Central foi uma grande conquista e se provou no ano passado. O fato de ter conseguido blindar o BC da troca de presidente é uma vitória enorme, dá estabilidade, previsibilidade, ancora uma expectativa de inflação. Seria uma pena jogar isso fora tão rápido”, ressalta.

De acordo com ele, gostando ou não da gestão do Roberto Campos Neto, essa “turnê do Banco Central se pagou no ano passado”. Para ele, é necessário que o sucessor venha para fazer o que pode ser feito e não o que querem que ele faça.

“É preciso que seja alguém flexível”, complementa Kautz.

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