Com ciclo de alta da Selic chegando ao fim – ou bem próximo disso -, saiba aqui quais são as recomendações de investimentos.
“Os papéis pós-fixados atrelados à taxa de juros passam a render já esse 0,5% a mais da Selic ou até mais do que isso, dependendo do porcentual do CDI que o papel está remunerando. O que é bom para quem tem esses papéis”, explica Denys Wiese, head de renda fixa da EQI Investimentos.
E qual o impacto nos demais papéis não indexados à Selic?
“Os papéis pré-fixados não recebem esse impacto direto. Mas, olhando para um efeito indireto, podemos presumir que, com a Selic mais alta, a economia tende a desaquecer e a inflação tende a arrefecer. E a Selic mais alta é um catalisador de um pré-fixado mais baixo daqui para a frente. Claro que existem outros catalisadores, mas com juros altos, os pré-fixados alcançam uma espécie de teto”, afirma.
“O que temos que fazer é aproveitar para comprar os pré-fixados o quanto antes. Isso porque, muito provavelmente, esse pré-fixados não estarão mais nesses patamares”, complementa.
Sobre os IPCA+, atrelados à inflação, vale investir pensando em uma saída antecipada. “Com Selic mais alta, estimamos que a inflação fique mais baixa, é o que se espera. Então, a parte da inflação desses títulos vai render menos do que nos últimos 12 meses. Logo, não seria por causa do carrego que você compraria esses papéis. Mas, sim, para ganho de capital, para uma saída antecipada de uma NTN-B mais longa, por exemplo”, recomenda.
Já bolsa de valores e fundos imobiliários, afirma Denys, seguem prejudicados. “Conforme os juros sobem, a bolsa e os fundos imobiliários ficam menos atrativos. O pessoal tira dinheiro da renda varável e vai para a renda fixa. Não existe gatilho para a bolsa avançar agora. O gatilho será o início da queda de juros, o que a EQI Asset estima que acontecerá em maio do ano que vem”, complementa.