O Ibovespa hoje (9) fechou em leve queda de 0,13%, aos 157.981 pontos. Ao longo do dia, a bolsa de valores variou entre 158.851 e 155.187 pontos. O giro financeiro foi de R$ 25 bilhões.
Depois de afundar quase 2% pela manhã, o índice voltou a recuperar terreno e, por volta das 14h, caía cerca de 0,3%, aos 157,7 mil pontos. Já por volta das 16h55, virou e passou a operar no positivo, até encerrar em lev baixa.
O movimento ocorreu em um dia marcado pelo início das discussões sobre o futuro dos juros no Brasil e nos Estados Unidos. Lá fora, saíram os dados de emprego do relatório Jolts e da ADP, que ajudam a calibrar as apostas para a trajetória da taxa básica americana em 2026. Na véspera da decisão do Federal Reserve (Fed), a expectativa predominante é por mais um corte de 0,25 ponto percentual, mas com discurso mais duro.
No Brasil, o Copom chega à reunião desta quarta-feira com cenário bem mais previsível: o consenso de mercado é por manutenção da Selic em 15% ao ano, reconhecendo a desaceleração da atividade e algum alívio inflacionário, mas ainda sob forte pressão da incerteza fiscal.
Política volta ao centro do pregão
Enquanto a agenda de indicadores domésticos é mais esvaziada, o cenário eleitoral continua dominando as mesas de operação. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reafirmou que sua candidatura à Presidência em 2026 é “irreversível”, o que reforça, na leitura de parte do mercado, a chance de uma direita fragmentada na disputa e aumenta o risco de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No início da tarde, porém, uma nova frente política ajudou a reduzir o ritmo de queda da bolsa. Em entrevista ao blog de Andréia Sadi, da GloboNews, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que pretende pautar ainda hoje o chamado PL da Dosimetria, projeto que pode reduzir penas dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, inclusive do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O texto é apresentado como uma alternativa ao projeto original de anistia ampla e vem sendo costurado pelo relator, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP).
Também segue no radar a disputa dentro da própria direita. Flávio avisou que não pretende ceder sua vaga na corrida presidencial para Tarcísio de Freitas (Republicanos). Depois de deixar escapar que teria um “preço” para abandonar a disputa, o primogênito de Jair Bolsonaro tem buscado controlar a má repercussão e reforçar que conta com o apoio do PL e de parte do Centrão.
Mercados internacionais
No exterior, o humor também é de cautela. Os mercados norte-americanos fecharam praticamente estáveis nesta terça-feira, em um pregão marcado pela cautela dos investidores antes do anúncio do Federal Reserve sobre a trajetória da taxa de juros.
O S&P 500 registrou queda de 0,38%, encerrando o dia aos 47.560,29 pontos, após recuar 179,03 pontos. O desempenho foi afetado principalmente pelo recuo das ações do JPMorgan, pressionadas por projeções de despesas para 2026 acima do esperado.
O Nasdaq Composite também teve variação limitada e fechou em 6.840,51 pontos, com oscilação negativa de 0,09% no pregão. Já o Dow Jones Industrial Average avançou 0,13%, terminando o dia em 23.576,49 pontos, apoiado pelo desempenho de setores defensivos.
O número de vagas de emprego nos setores não agrícolas dos Estados Unidos permaneceu inalterado em 7,7 milhões em outubro, segundo dados do relatório Job Openings and Labor Turnover Survey (Jolts), divulgado nesta terça-feira (9) pelo Departamento do Trabalho do país.
Na Europa, as bolsas oscilaram perto da estabilidade, em clima de espera não apenas pelo Fed, mas também por uma bateria de decisões de política monetária nas próximas semanas — incluindo Banco da Inglaterra e Banco Central Europeu.
Já na Ásia, os mercados fecharam majoritariamente em queda, acompanhando a realização de lucros em Wall Street e refletindo dados mistos da economia chinesa, enquanto o Japão segue no radar por conta da discussão sobre uma possível normalização mais rápida da política monetária.
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O que é o Ibovespa hoje?
O Ibovespa (Índice Bovespa) é o principal indicador do desempenho das ações negociadas na Bolsa de Valores do Brasil, atualmente chamada B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). Ele funciona como um termômetro do mercado acionário brasileiro, mostrando se, em média, as ações das principais empresas do país estão subindo ou caindo.
Como o Ibovespa funciona?
Imagine o Ibovespa como uma cesta de ações: ele é composto por uma seleção das ações mais negociadas e com maior representatividade no mercado. Essa cesta é revista a cada quatro meses, e podem entrar ou sair ações, dependendo do volume de negócios e da relevância de cada empresa.
Atualmente, o índice inclui ações de grandes empresas brasileiras, como Petrobras, Vale, Itaú, Ambev, entre outras. Cada ação dentro do Ibovespa tem um peso diferente, de acordo com seu volume de negociação e valor de mercado. Isso significa que uma alta nas ações da Petrobras, por exemplo, pode impactar mais o índice do que uma alta em uma empresa menor.
Para que serve o Ibovespa?
O Ibovespa é utilizado por investidores, analistas e gestores como um ponto de referência (benchmark) para avaliar o desempenho de investimentos em ações no Brasil. Ele também serve como um indicador da confiança dos investidores na economia brasileira: quando o índice sobe, geralmente é sinal de otimismo; quando cai, indica maior pessimismo ou incerteza.
Importante saber:
- O Ibovespa não é uma empresa nem uma ação específica – é um índice, ou seja, uma medida.
- Ele reflete tendências, mas não garante resultados futuros.
- Seu valor é expresso em pontos, e esses pontos representam a soma ponderada dos preços das ações que compõem o índice.
Exemplo simples:
Se hoje o Ibovespa está em 120 mil pontos, e amanhã ele vai para 122 mil pontos, isso significa que, em média, as ações das principais empresas da bolsa valorizaram cerca de 1,67%.
Ou seja, o Ibovespa é uma ferramenta essencial para quem acompanha o mercado financeiro brasileiro. Mesmo que você ainda não invista em ações, entender o que ele representa ajuda a interpretar melhor as notícias econômicas e a evolução da economia do país.
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