O mercado aguarda com expectativa pelo início do ciclo de queda de juros na próxima quarta-feira (2). E você confere aqui como investir com a queda da Selic. Acompanhe!
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) realiza nos dias 1 e 2 de agosto sua 256ª reunião, quando é amplamente esperado o anúncio do início do corte de juros.
Depois de uma escalada do piso de 2% até 13,75% ao ano, tendo sido mantida neste patamar alto desde agosto do ano passado, a Selic deve iniciar um ciclo de queda, bastante aguardado pelo mercado.

As opiniões seguem bem divididas quanto à intensidade do corte. Há quem veja espaço para 25 pontos-base, caso da EQI Asset. Mas há quem acredite em queda maior, de 50 pontos-base, caso do BTG Pactual.
“A gente segue com call de corte de 25 pontos-base, mas com baixa convicção, porque se o Banco Central quiser fazer corte de 50 pontos-base não será nenhuma ‘barbeiragem’, ele tem condições já para isso”, afirma Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset.
O IPCA-15, prévia da inflação divulgada na semana passada, surpreendeu positivamente, o que abriu brechas para um corte mais agressivo, apesar de o cenário-base se manter em Selic a 13,50% ao ano a partir da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), desta quarta-feira (2).
Até dezembro, a Selic deve alcançar 11,75% e, em 2024, 9%, aponta a EQI Asset. De acordo com o Boletim Focus, divulgado pelo BC com a média das expectativas do mercado, a Selic deve ficar em 12% até o final deste ano e em 9,25% em 2024.
Kautz destaca como relevante observar também no comunicado pós-Copom de quarta-feira se ele trará alguma sinalização do ritmo dos cortes daqui em diante.
E como será a participação dos novos diretores indicados pelo atual Governo – o economista Gabriel Galípolo, apontado como possível substituto de Roberto Campos Neto, que cumpre mandato até 2024, e o advogado Ailton Aquino dos Santos. “É natural que o discenso ocorra e vai ser interessante interpretar as opiniões diversas”, avalia.
Ouça o comentário na íntegra do economista-chefe da EQI Asset:
Como investir com a queda da Selic: neste cenário, qual o melhor investimento?
Segundo Denys Wiese, estrategista da EQI Investimentos, dado o atual contexto, é importante o investidor ter em carteira, neste momento:
- bons prefixados e IPCA+ para a parte conservadora da carteira;
- multimercados, renda variável e investimentos internacionais para a parte mais sofisticada.
“A época de rendimentos gordos do CDI provavelmente ficará para trás e o investidor que desejar manter rendimentos altos terá, necessariamente, que ampliar a sua diversificação”, ele aponta.
E ressalta que sair da segurança e do conforto dos pós-fixados implicará um aumento de risco do portfólio.
“O risco maior de um prefixado é o de os juros subirem. Qual é risco de comprar um IPCA+? O risco de a inflação ser baixa… e o risco de comprar renda variável? É ver seu patrimônio se desvalorizar com as quedas dos preços dos ativos”, afirma.
Por isso, ele recomenda, o ideal é ampliar a diversificação. “O investidor precisará lidar com frustrações, porque não será possível ter alto rendimento em todas as classes de ativos”, pondera.
“Uma boa carteira de investimentos possui classes e ativos descorrelacionados entre si: quando uma parte da carteira vai muito bem, a outra, por definição, irá mal… e vice-versa”, enfatiza.
Para Denys Wiese, o investidor deve olhar atentamente para dois pontos em um cenário em que o rendimento mensal perto de 1% da renda fixa parece estar com os dois contados:
- Diversificar os investimentos, buscando opções na Renda Variável, como ações, fundos imobiliários (FIIs) e outras opções que possam oferecer uma rentabilidade maior;
- Aproveitar o cenário que ainda persiste e priorizar, na Renda Fixa, os investimentos de prazo mais longo, que prometem sustentar por mais tempo uma rentabilidade que deve ser reduzida ao longo dos próximos meses.
“Um título prefixado que esteja oferecendo em torno de 15% ao ano é um excelente investimento, e ainda pode ser encontrado. Se o investidor alongar os prazos, pode garantir a taxa alta por mais tempo, já que, quando for renovar o título, essa taxa não vai ser mais tão boa”, aponta Wiese.
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Como investir com a queda da Selic: carteiras recomendadas e administradas
A recomendação da EQI Investimentos para este primeiro momento de queda da Selic é manter uma exposição o mais segura possível em renda variável.
Para tanto, existem duas ótimas estratégias a serem seguidas:
- Carteiras Recomendadas, como as da EQI Research, para ações e fundos imobiliários;
- Carteiras Administradas, como as da EQI Asset.
Carteiras Recomendadas da EQI Research
Uma Carteira Recomendada é uma seleção de ativos feita por analistas do mercado. Com ela, o investidor aproveita a expertise de uma casa de análise de confiança, maximizando o uso do seu tempo.
A EQI Research possui duas carteiras mensais de renda variável: a Carteira Recomendada de Ações e a Carteira Recomendada de Fundos Imobiliários – clique nos links para ter acesso a elas.
O que observar em ações?
No atual cenário, a EQI Research optou por aumentar a exposição em ações do mercado de consumo, com a troca de alguns ativos para obter a captura do efeito da queda dos juros e o fluxo de investimento.
E também reduziu a exposição a commodities, por causa do ambiente internacional de baixo crescimento.

O que observar nos FIIs?
Carolina Borges, analista de FIIs da EQI Research, projeta um segundo semestre promissor para os FIIs.
“Com as expectativas de queda da Selic se consolidando, e a gente tendo uma visão mais clara de como vai ser o ciclo de queda de juros até o final do ano e no início do ano que vem, os FIIs vão subir ainda mais”, pontua.
No entanto, orienta, um aspecto importante a ser considerado é o critério de seleção dos ativos. Por mais que o mercado traga condições favoráveis para investimento em fundos imobiliários com a queda da Selic, não serão todos os FIIs que terão capacidade de entregar bons resultados.
“Nos fundos de tijolo, que investem diretamente em imóveis, prezamos pela localização, qualidade dos ativos e diversificação interna. Essas características trazem uma forte demanda pelos imóveis, fazendo com que o FII entregue bons dividendos ao longo dos anos e apresente crescimento da receita em linha com a inflação”, diz.
“Para os fundos de papel, que investem em títulos de renda fixa lastreados em imóveis, preferimos os que assumem um risco de crédito moderado, com boa remuneração, garantias robustas e exposição ao CDI e IPCA”.
“Nos fundos de fundos (FOFs), que investem em cotas de outros fundos imobiliários, buscamos uma gestão ativa capaz realizar bons giros no portfólio e auferir ganhos superiores à média do mercado. Por dependerem muito do desempenho do mercado para realização de ganhos, também privilegiamos FOFs que tenham uma boa carteira de ativos, capaz de carregar as posições em bons FIIs por um prazo superior, se necessário”, complementa.

Carteira Administrada da EQI Asset
Por meio das Carteiras Administradas de Ações, a EQI Asset oferece gestão ativa e calibragem oportunista de ativos, ajudando o investidor a identificar as boas oportunidades de entrada e saída dos ativos.
O investimento mínimo para participar das Carteiras Administradas é de R$ 100 mil, com a vantagem de o investidor contar com a gestão e com assessoria ativa, diferentemente do investidor que opera pelo home broker.
São três as carteiras de ações:
Ações Brasil
Focada 100% em ações de empresas brasileiras listadas na B3, contemplando small caps, dividendos, e mantendo como meta rentabilidade superior ao Ibovespa.
Esta carteira é recomendada para quem fica 100% confortável investindo em ações, ou seja, é um investidor arrojado.
Dividendos
A segunda carteira tem foco exclusivo em ações que pagam bons dividendos, também com diversificação setorial. Destina-se, principalmente, a um perfil mais moderado de investidor de renda variável.
Carteira balanceada
A terceira modalidade é para o cliente que se sente desconfortável com o mercado de ações. Para este, foi montada uma carteira composta de 80% de renda fixa e apenas 20% de renda variável.
Como investir com a queda da Selic: Oportunidades no exterior
Os investimentos no exterior também se colocam como uma opção interessante no atual cenário. E o foco, por lá, ainda é a renda fixa.
“As taxas de juros ainda estão altas, tem fundo rendendo 7,5% ao ano. É importante ter uma parte no exterior e começar a dolarizar um pedaço do patrimônio”, defende Wiese.
A opinião é a mesma de Rodrigo Samaia, head de Produtos Internacionais da EQI.
“A Renda Fixa continua sendo o principal ‘cavalo’ em um mercado em que a queda de atividade é iminente e os bancos centrais foram obrigados a elevar rapidamente os juros, mas encontram restrição para mais aumentos devido ao tamanho do endividamento em relação ao PIB”, aponta Rodrigo Samaia, head de Produtos Internacionais da EQI Investimentos.
Ele explica que os juros devem permanecer em patamar ainda muito alto para os padrões dos Estados Unidos por longo período.
E reforça que investir no exterior é altamente recomendado para todos os perfis de investidores. A diversificação regional e a exposição a fatores econômicos diferentes daqueles que influenciam a economia brasileira podem trazer benefícios significativos à carteira.
“Todos os ativos brasileiros são correlacionados. Então, investir em dólar é essencial para diversificação da carteira e para melhorar a relação risco-retorno do portfólio”, explica.
- Saiba mais: Pós-Fed, Renda Fixa nos EUA segue como principal recomendação para internacionalizar carteira
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