Muitas pessoas perguntam: como montar uma carteira de investimentos? Sem dúvidas, esse é um questionamento recorrente, principalmente para os menos experientes.
Mas não se preocupe: depois desse artigo saberá quais os primeiros passos para montar uma carteira de investimentos. Claro, uma ajuda profissional sempre ajuda.
Aliás, os pontos levantados aqui são geralmente os tópicos analisados no início de uma assessoria de investimentos.
No final te contamos como falar com um assessor!
Trace objetivos e demandas para sua carteira de investimentos
O primeiro ponto que você deve se perguntar para compor uma carteira de investimentos é qual seu objetivo ou demandas de vida.
Ou seja, você quer se preparar para aposentadoria, comprar um terreno ou casa própria, alguma viagem ou garantir o estudo dos filhos? Defina isso!
Cada investidor deve saber responder essa pergunta de forma clara e transparente. Aliás, você jamais deve mentir para si próprio, principalmente quando estiver traçando um plano para alcançar um sonho.
Defina um investimento inicial e aportes mensais para a sua carteira de investimentos
Uma vez traçado seu objetivo, você deve quantificar financeiramente o quanto será preciso ter no futuro para alcançar o que você almeja.
Por exemplo, se quer se preparar para aposentadoria e viajar, precisa de R$ 2 milhões para a aposentadoria mais R$ 15 mil por ano para uma viagem com a família.
Quantificado os valores para seus objetivos, é hora de planejar qual seria o aporte mensal, ou seja, quanto você consegue guardar de dinheiro para seus investimentos.
Veja bem, esse número deve ser realista. Se você ganha R$10 mil e gasta R$7 mil por mês, teria condições de aportar R$3 mil.
Se você precisa guardar mais do que R$3 mil para alcançar seus objetivos, terá que aumentar suas entradas mensais ou diminuir as saídas.
Isso seria possível? Se sim, ótimo; se não, talvez seja preciso replanejar algum outro ponto como a idade que pretende se aposentar ou realizar sua viagem com menos conforto.
Lembrando que quanto maiores os valores iniciais, mais fácil chegará ao seu objetivo, uma vez que a rentabilidade incidirá sobre um montante maior.
Uma vez definidos os pontos iniciais (demandas e objetivos; aporte inicial e mensal), o investidor definirá a melhor configuração do que se chama tripé financeiro dos investimentos: liquidez, risco e retorno.
Vamos ao próximo passo para montar a carteira de investimentos.
Melhor carteira de investimentos: conheça tripé financeiro
Nessa parte, deve ficar claro o seguinte: existem duas maneiras de melhorar a rentabilidade da carteira de investimentos.
Uma seria injetando risco. Você pode, por exemplo, trocar um fundo de renda fixa por um fundo multimercado com mais risco que vem entregando uma rentabilidade superior.
Caso o investidor não queira injetar risco, ele pode injetar prazo. Um CDB com liquidez diária rende em torno de 100% do CDI, enquanto um CDB para 3 anos pode render em torno de 115% do CDI.
Toda a carteira de investimentos se deparará em algum momento com esses trade-offs, e você investidor precisa estar preparado e bem alinhado com seus objetivos para tomar a melhor decisão.
Liquidez
Por liquidez entende-se a velocidade com que se tem o dinheiro disponível em conta. Assim, se seus gastos e receitas mensais costumam ser mais voláteis, talvez seja necessária mais liquidez para os meses ruins.
A reserva de emergência, também tratada como necessidade de liquidez, geralmente gira em torno de 20% do patrimônio financeiro.
Porém, essa reserva é muito pessoal. Há pessoas que se sentem mais seguras com uma reserva maior. Já outras que confiam nos seus fluxos de caixa e resiliência do posto de trabalho, podem trabalhar com reservas de emergência menores.
Risco
O risco é algo muito subjetivo, pois você deve ser perguntar como suportaria perdas financeiras nos seus investimentos.
Se você é daqueles que não suportam nenhum tipo de variação, nem mesmo diária e temporária, opte por investimentos ultraconservadores.
Se, por outro lado, você entende que muitos investimentos podem variar de forma contrária ao que gostaríamos a fim de alcançar uma rentabilidade superior e fica tranquilo com esse cenário, seria possível adicionar investimentos mais arriscados ao seu portfólio. Logo, seu perfil seria moderado ou até mesmo sofisticado.
Você pode (e deve) saber qual é o seu perfil de investidor respondendo a um questionário disponibilizado pelas instituições financeiras que oferecem aplicações. Não deixe de fazê-lo para definir a carteira de investimentos.
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Retorno
Todo o investidor gosta de ganhar dinheiro e quanto mais melhor. As finanças comportamentais (área que vem ganhando muita relevância nos últimos anos) diz que para um mesmo grau de risco, o investimento que render melhor será sempre preferido ao investimento que render menos.
No entanto, precisamos analisar se essa rentabilidade está de acordo com as necessidades de liquidez e quanto ao risco estipuladas nos passos anteriores.
Por fim, uma vez alinhado todo o “tripé financeiro dos investimentos”, devemos verificar se a rentabilidade esperada com o portfólio supre a expectativa de retorno.
Esse retorno, lembrando, é a rentabilidade que se deve atingir para alcançar os objetivos e demandas estipulados inicialmente baseados na na capacidade de poupança mensal e o valor inicial investido.
Inflação: considere essa variável na sua carteira de investimentos
Essa variável também deve ser considerada na carteira de investimentos. Basicamente a inflação é a alta contínua e generalizada de preços.
No Brasil temos alguns índices para medir esse fenômeno, como o IPCA e o IGP-M. Cada um é calculado de uma maneira, dando pesos diferentes para cada item da cesta de produtos do índice em questão.
No momento em que vários produtos e serviços de nossa economia aumentam de preço, nosso dinheiro passa a valer menos. Ou seja, conseguimos comprar cada vez menos coisas com aquele mesmo dinheiro.
Relação com investimentos
De nada adianta termos o famoso 1% ao mês se a alta de preços for superior a isso. Imagine que no começo do ano investimos R$ 10 mil em um produto que renda 15% ao ano. Logo, no final desse mesmo ano teremos R$ 11,5 mil.
Agora imagine uma cesta de produtos e serviços da nossa economia que valha R$ 1000 e a inflação acumulada no ano seja de 25%, logo essa cesta no final desse ano custará R$ 1250.
No começo do ano nosso dinheiro comprava 10 cestas (10000 / 1000 = 10) e no final desse ano mesmo após nosso dinheiro ter rendido, teremos menos poder de compra uma vez que compraremos menos cestas (11500 / 1250 = 9,2).
Toda vez que escutarem rendimentos nominais, estamos falando única e exclusivamente do rendimento absoluto. Porém, quando o termo utilizado for rendimento real significa que estamos descontando a inflação desse rendimento absoluto.
É o rendimento real que importa, é ele que mensura se estamos mais ricos ou mais pobres.
Um caso clássico foi em 2015, quando muitos investidores leigos estavam felizes com o rendimento da poupança que ultrapassava os 8% ao ano; no entanto, a inflação deste ano beirou os 10%. Logo, todos os investidores de poupança ficaram mais pobres em 2015.
- Mais sobre carteira de investimentos, veja mais: como a inflação impacta os investimentos?
Tempo
Uma vez alinhados os investimentos com o perfil e objetivos, devemos definir acompanhamentos periódicos para saber se a estratégia está performando de acordo com o planejado. Em caso negativo, fazer as alterações necessárias.
Devemos acompanhar, mas cuidado para esse acompanhamento não gerar movimentações desnecessárias por pura ansiedade.
Apesar de achar esse “tempo” subjetivo, nenhuma alteração no portfólio deve ser realizada com menos de três meses, salvo casos específicos de notícias relevantes sobre algum ativo que estejamos posicionados.
Produtos financeiros
Nesta parte, será explicado de forma simples e sucinta os produtos financeiros disponíveis hoje em dia para montar a carteira de investimentos. A seguir, acompanhe as opções.
Títulos públicos pós-fixados
Esse é o ativo mais conservador de todos, conhecido como LFT ou Tesouro Selic. Sua rentabilidade está atrelada à taxa básica de juros ou Selic. Ou seja, se a taxa aumentar, o rendimento aumenta; se diminuir, o rendimento diminuirá também.
Nenhum título público conta com o FGC, porém o risco é soberano. Dificilmente haverá um calote da dívida interna, uma vez que o governo pode imprimir dinheiro e pagar todos seus credores (o calote viria na forma de calote branco, ou seja, inflação). O imposto de renda segue a tabela regressiva abaixo.
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Títulos pré-fixados
Esses produtos são um pouco mais arriscados, pois a marcação a mercado desses títulos (o preço negociado hoje) varia de acordo com a curva de juros.
Assim, caso o investidor deseje liquidar esses títulos antes do vencimento, pode tirar até menos dinheiro do que investiu inicialmente.
Um conselho? A não ser que você seja um investidor muito experiente nesse tipo de operação, sugiro sempre levar esses títulos até o vencimento. Esses ativos também seguem a tabela regressiva de IR.
Produtos de renda fixa garantidos pelo FGC
Caso o investidor opte por um pouco mais de rentabilidade, as Letras de Crédito Imobiliário (LCI), as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), os CDBs e as Letras de Câmbio (LC) são boas opções.
Esses produtos contam com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até o limite de R$1 milhão por CPF e R$250 mil por emissor.
O FGC garante os rendimentos e o principal mesmo que a instituição emissora venha a falir.
Esses produtos rendem mais do que as LFTs citadas acima e quanto mais prazo nesses produtos, mais rentabilidade. LCIs e LCAs são isentas de imposto de renda. CDBs e LCs seguem a tabela regressiva de imposto de renda.
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Certificado de Operações Estruturadas (COE)
São produtos estruturados com títulos de renda fixa e opções (derivativos). Os COEs tem diferentes tipos de configurações.
Porém, a grande maioria deles possui capital protegido no cenário negativo e ganhos alavancados no cenário positivo. Com isso, possuem boas matrizes de risco/retorno da atualidade.
Os Certificados de Operações Estruturadas também obedecem a tabela regressiva de imposto de renda.
Fundos imobiliários
São produtos que reúnem capital de diversos investidores para investimentos imobiliários. Os FIIs podem investir em shoppings, pavilhões de logística, prédios comerciais, papéis (dívida imobiliária) ou hotéis.
Podem até mesmo ser um fundo que investe em diversos outros fundos imobiliários. Independente do tipo, todos eles seguem um padrão de rendimentos mensais isentos de IR.
Isso faz deles um excelente produto para quem procura um fluxo mensal de rendimentos.
No ganho de capital da cota (quando vendemos ela mais caro do que compramos) incide a tributação de 20% sobre o lucro.
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Ações
São a mínima divisão do capital social de uma empresa. Ao comprar ações de uma determinada empresa, o investidor se torna sócio dela na proporção do total de ações compradas.
Existem duas maneiras de ganhar dinheiro com ações: a primeira é por meio de ganhos de capital (comprando uma ação para posterior venda a preços superiores); a segunda é pelo recebimento de proventos, como os dividendos e juros sobre capital próprio que seria a divisão de parcela do lucro líquido da empresa proporcional a participação de cada investidor.
Os ganhos de capital incidem alíquota de 15%, sendo que as vendas mensais inferiores a R$20 mil ao mês são isentas independente do lucro. A carteira de investimentos de muitas pessoas hoje em dia tem um pedaço em ações.
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Fundos de investimentos
É a reunião de recursos de investidores para investimentos diversos, de acordo com a política de investimentos de cada fundo.
Os gestores são as pessoas que tomam as decisões de investimento do fundo. São profissionais extremamente capacitadas, experientes e bem informadas em seus mercados de atuação.
Existem fundos de renda fixa, ações, previdência e multimercados. Ações e renda fixa são fundos que mantêm grande parte do seu PL em ativos do próprio nome de classificação.
Já os multimercados já possuem “carta branca” para investir em diferentes produtos e mercados. Portanto, merecem uma atenção extra para entender os riscos de cada fundo em específico.
Os fundos de previdência também podem ser de renda fixa ou multimercado. Contudo, devem respeitar algumas cláusulas, como por exemplo a não alavancagem.
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Carteira de investimentos: conheça algumas estratégias
A seguir, são apresentadas duas estratégias passíveis de serem aplicadas na carteira de investimentos.
Barbell Strategy
Essa estratégia consiste em manter de 90-95% dos seus investimentos em ativos conservadores como a renda fixa. Outros 5-10% dos investimentos vão para ativos ultra agressivos com assimetrias positivas, caso de opções fora do dinheiro.
Rebalanceamento de carteira RF/RV
Essa é uma estratégia mais ativa. Em resumo, você estipula um percentual de renda fixa e renda variável para a carteira.
Digamos que estipulemos R$50 mil para cada parte, totalizando uma carteira de R$100 mil. Ou seja, 50% para cada classe de ativo.
No primeiro cenário, temos nossa parte variável subindo 45% (bolsa de valores subindo, ações subindo) enquanto nossa parte fixa valorizou 5% (títulos de renda fixa).
Assim, no final desse período, temos R$ 72.500,00 (RV) e R$ 52.500,00 (RF), totalizando R$125 mil.
Se dividirmos esse novo valor em duas partes de 50% (como inicialmente tinha sido estipulado), chegamos a um novo valor de R$ 62.500,00.
Nesse caso devemos vender a RV e comprar mais da RF para chegarmos a esse novo valor de 50/50.
Os rebalanceamentos podem ser periódicos (a cada seis meses ou a cada ano, por exemplo). Mas também ocorrem quando algum lado ficar muito mais “pesado” do que outro. Ambos são parâmetros subjetivos, ou seja, cada investidor trabalhará com um período ou peso diferente.
Apesar da parte subjetiva, notem que essa estratégia é uma maneira muito eficiente de praticarmos a máxima do mercado: comprar barato e vender caro. Deve-se comprar mais renda variável quando o mercado cair e vender quando o mercado sobe.
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investimentos – renda fixa e variável.
Escalando os ativos: como montar uma carteira de investimento?
O cuidado para montar uma carteira de investimento, muitas vezes, pode ser comparado ao bom técnico de futebol ao escalar sua equipe.
Assim como jogadores de diferentes posições, ativos financeiros têm características e finalidades distintas, e esse cuidado vai permitir obter a vitória.
Ou seja, os maiores rendimentos, no menor tempo possível, que é, afinal, o que todo mundo busca ao investir.
Blindagem patrimonial: goleiro
Um grande time, já diz o ditado, começa por um grande goleiro.
Esse papel de garantir o seu patrimônio, numa carteira de investimentos, cabe aos mecanismos de blindagem patrimonial, ou seja, aplicações que podem ser facilmente resgatadas, inclusive por parentes, em casos emergenciais.
Pós-fixados: defesa
Uma boa defesa, sólida, garante a proteção dos investimentos. No mercado de capitais, ela se dá por meio dos ativos pós-fixados, que acompanham uma eventual alta da inflação e, consequentemente, da Selic.
Assim, o investidor fica protegido de eventuais choques e pressões de preços – exatamente o cenário macroeconômico que tem se desenhado aqui no Brasil, mas também nos EUA e na União Europeia nos últimos meses.
Títulos atrelados ao IPCA: laterais
Nas laterais, os técnicos precisam contar com jogadores de força e resistência física, que defendem e atacam.
Na carteira de investimentos os ativos equivalentes são aqueles diretamente atrelados aos índices de inflação, que oferecem uma taxa de rentabilidade fixa além da alta de preços.
Alguns desses fundos investem em títulos que, depois, podem se rentabilizar além da inflação. As debêntures de empresas fortes também se encaixam nesse perfil.
Pré-fixados: meio-campo
O meio-campo é o lugar de equilíbrio e criatividade, onde os atletas se movimentam para criar as chances de gol que levarão um time de futebol à vitória.
Na carteira de investimentos, esse papel cabe aos pré-fixados, que permitem ao investidor ter a certeza do rendimento que alcançarão, independentemente do que vier a acontecer com o mercado.
Os bonds, que são uma espécie de debêntures ofertadas no exterior, garantem essa possibilidade nesse caminho, assim como alguns fundos de multimercados.
Ações e FIIs: ataque
Já os atacantes costumam ser as grandes estrelas, os craques que desafiam todos os riscos para marcar os gols que levam às vitórias e aos títulos.
A camisa 9 na sua carteira de investimentos deve ser voltada para as aplicações que vão buscar o máximo da rentabilidade, papel hoje voltado às ações e aos fundos imobiliários, que têm apresentado um enorme potencial de valorização.
É possível ainda montar carteiras administradas que combinam ações de diversas empresas e papéis de vários fundos, que vão se esforçar para garantir o máximo de rentabilidade e sucesso.
É por tudo isso que um bom investidor é como um bom técnico: consciente das necessidades de seu time.
E a assessoria de investimentos, nesse cenário, ocupa o posto da comissão técnica, que garante ao treinador os subsídios para a realização de um trabalho bem-sucedido e da conquista do título.
Sua carteira de investimentos: entenda os pesos e contrapesos
Quando se fala em ter equilíbrio na carteira de investimentos isso significa lançar mão de uma estratégia de alocação que permita diluir os riscos e potencializar os ganhos dos ativos.
Afinal, como sabemos, o desempenho dos investimentos responde aos ciclos econômicos. “Trocando em miúdos”, isso quer dizer que é esperado que alguns ativos performem melhor em determinadas épocas e nem tanto em outras.
E para acompanhar esse “sobe e desce”, uma carteira de investimentos precisa ter os chamados “pesos e contrapesos”, conforme a direção que o país toma em um determinado período.
No entanto, é bem difícil de prever essa direção.
Por isso, o principal objetivo dos pesos e contrapesos é de encontrar o equilíbrio no qual, em nenhum cenário, uma carteira sofra com grandes oscilações ou falta de liquidez.
Carteira de investimentos para cada fase do ciclo econômico: entenda!
Se a economia apresenta um cenário com inflação maior, os juros serão maiores e, consequentemente, o PIB será menor.
Nesse cenário, os ativos que mais irão performar serão os pós-fixados, o dólar, o ouro e a prata.
Se apresentar inflação menor, os juros estarão em patamares mais baixos e o PIB tende a ser maior.
Nesse cenário, os ativos que mais irão performar serão os prefixados, IPCA+, Ibovespa, small caps e Fundos Imobiliários.
Já os multimercados não têm direção definida: a depender do gestor e do tipo de fundo, um multimercado pode se dar bem com o Brasil indo “para trás”, ou “para frente”.
E as criptomoedas ainda não possuem correlação clara com o mercado brasileiro. Por isso, cripto e multimercados são ativos importantes, que podem se dar bem ou nem tanto em ambos os cenários.
Correlação de ativos
No mercado financeiro, a correlação de ativos tem como objetivo entender o comportamento entre dois investimentos.
Isso significa compreender se eles possuem desempenho semelhante ou diferente, de acordo com os acontecimentos econômicos.
Essa estratégia deve ser colocada em prática, principalmente, para preservar rentabilidade e liquidez, sem risco de defasagem no patrimônio.
Dessa forma, é fundamental montar e rebalancear uma carteira, sempre observando o ciclo da economia que estamos vivendo.
Entenda agora o que é correlação de ativos e como compor investimentos de forma mais eficiente.
Correlação positiva
Existem ativos com correlação positiva, ou seja, que se correlacionam de forma conjunta. Isto quer dizer que quando um ativo sobe, o outro sobe também.
Um exemplo prático de correlação positiva é quando um investidor possui em sua carteira ações de empresas de um mesmo setor.
“Se montarmos uma carteira somente com ativos que são correlacionados positivamente, o resultado da carteira será uma média desses dois ativos”, explica Denys Wiese, Head da EQI Investimentos.
Correlação negativa na carteira de investimentos
Na correlação negativa, a tendência de subida de um ativo se caracteriza em uma propensão de queda do outro.
Um exemplo prático de correção negativa é a composição de uma carteira com ativos dolarizados e Ibovespa. Quando o Ibovespa sobe, o dólar cai, quando o dólar sobe, o Ibovespa cai.
“A carteira resultante da compra desses dois ativos será menos oscilante ”, comenta o especialista da EQI.
Uma carteira é eficiente quando é montada com ativos de correlação negativa, ou descorrelacionados, conforme observa Wiese.
Na prática, a correlação e descorrelação está relacionada com a diversificação adequada de uma carteira de investimentos.
“Essa é a estratégia que garante uma real diversificação. Se os investimentos estão muito correlacionados, temos uma falsa diversificação”, adverte.
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