O desempenho de empresas pagadoras de dividendos volta ao centro das atenções do mercado em meio à expectativa de início do ciclo de cortes da Selic em 2026 e ao movimento simultâneo de flexibilização monetária nos Estados Unidos. Segundo reportagem do Valor Econômico, análises do Itaú BBA indicam que o ambiente pode abrir uma das janelas mais favoráveis dos últimos 30 anos para esse tipo de estratégia.
A leitura parte de um estudo que avaliou todos os ciclos de afrouxamento monetário desde 1995. A mediana de retorno do Índice de Dividendos (Idiv) nesses períodos alcançou 22,1%, desempenho mais de quatro vezes superior ao do Ibovespa, que avançou 5,4% nos mesmos episódios. Considerando apenas janelas de queda da Selic, o diferencial permanece expressivo: 20,1% contra 6,6%.
O Valor destaca que, para o Itaú BBA, a possível coincidência entre cortes de juros no Brasil e nos EUA é especialmente relevante. Esse alinhamento não ocorreu em nenhum outro momento nas últimas três décadas, o que reforça a percepção de um “ponto ideal” para ações de empresas que distribuem proventos e operam com maior previsibilidade de resultados.
Além do cenário macroeconômico, o jornal lembra que parte das companhias acelerou o pagamento de dividendos para evitar a tributação de 10% prevista para vigorar a partir de janeiro. Esse movimento tende a influenciar preços e pode se somar ao impulso estrutural proporcionado pela queda dos juros básicos.
Setores que se destacam entre as pagadora de dividendos
De acordo com a reportagem, o Itaú BBA aponta setores como energia elétrica, financeiro e construção civil entre os mais bem posicionados para manter retornos elevados aos acionistas no próximo ano.
Copel (CPLE3), Axia Energia (AXIA3), Direcional (DIRR3) e Cyrela (CYRE3) são citadas como exemplos de companhias com capacidade de preservar geração de caixa em um cenário de juro declinante ou mesmo estável em patamar alto.
Os dados obtidos pelo Valor mostram ainda que a força das empresas de dividendos não se limita a períodos de flexibilização monetária.
Em ciclos de aperto, o Idiv registrou ganho acumulado de 6,8%, enquanto o Ibovespa e o Índice Small Caps caíram 7,2% e 12,1%, respectivamente. O jornal atribui essa resistência ao baixo grau de endividamento, à previsibilidade operacional e ao menor impacto de ciclos econômicos adversos.
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