Romeu Zema, governador de Minas Gerais, fez um apelo público aos presentes na Money Week, evento da EQI Investimentos, realizado na última sexta-feira (2): participar da política, direta ou indiretamente.
Para ele, a única maneira de fazer o Brasil prosperar é ter pessoas competentes e com boas intenções em cargos do executivo e legislativo.
“Eu só enxerguei a importância da política aos 54 anos de idade. Eu considerava a política uma atividade semicriminosa. Tinha um pensamento simplista e errado. Achava que estava fazendo o melhor no setor privado, e que no público isso também acontecia. Eu vi que não”, revela.
“Pessoas do bem têm que participar o máximo que puderem. Se não tem perfil para política, elas têm que apoiar um bom candidato. Não podemos ficar assistindo e vendo barbaridades acontecendo”, afirmou.
Zema: caminho até se tornar político
Zema conta que nunca havia cogitado ser político. Considerava que deveria se preocupar só com a operação de sua empresa em Minas. “Um dos motivos que me levou a ser candidato foi a recessão de 2015 e 2016, quando a economia afundou quase 8% e tive que demitir mais de 2 mil funcionários. A partir dali, eu comecei a enxergar de forma diferente”, diz.
Para o governador de Minas, aquele foi o momento de constatação de que precisaria atuar diretamente na política. “Não adianta você estudar muito, ser um bom profissional e ter uma empresa eficiente, se você está em um país que está afundando e se tornando uma Venezuela”, avalia.
Zema tomou a decisão, então, de se afastar da empresa e aceitar o convite do Partido Novo. “Fui a mais de 200 cidades de Minas Gerais, percorri mais de 60 mil quilômetros. E o que descobri é que com todo o meu histórico de 30 anos como empresário e varejista, eu já estava fazendo campanha dentro de Minas Gerais, eu já era reconhecido pelo que fazia. Eu só não sabia”, lembra.
“Governo sem parente, só gente competente”
Zema defende a eficiência dos governos, afirmando que em seu governo a prioridade número 1 é economizar. “Fazemos um governo melhor, economizando naquilo que é dispensável. São 300 mil funcionários e nenhum parente, só gente competente”, afirma.
Juliano Custodio, CEO da EQI Investimentos presente ao painel da Money Week, concordou, avaliando que o falta aos políticos é justamente o que sobra ao empresário: o entendimento de que é preciso controlar finanças, contratar bem e ser eficiente.
“Muitos prefeitos eleitos em 2020, em Minas e em outros estados, me falaram que se inspiraram na minha história. São pessoas que já estão no pós-carreira, fizeram empresas que funcionam bem, e sabem que se ganhar ou perder a eleição, isso não afetar suas vidas. Nós temos que dar a contribuição à nossa cidade, ao nosso estado. Se você achar que não tem o perfil, que apoie um bom candidato”, pede.

Romeu Zema: apoio à reforma tributária
O governador afirmou ser favorável à reforma tributária, considerando que ela será muito favorável aos empreendedores. “Eu sempre fui favorável à reforma tributária. Ela vai simplificar a vida de todo mundo. Como empresário, eu tinha 50 pessoas para a área fiscal e, mesmo com consultorias, tinha erros. As receitas te notificam e te multam. Se você paga a mais, vai ter que contratar a peso de ouro uma assessoria e vai levar anos para compensar o que pagou a mais. O sistema, até então, era caro, ineficiente e feito para o Brasil perder competitividade”, avalia.
“Este é o único país do mundo que se um produto sair de São Paulo e for para o Nordeste e a Amazonia, ele volta mais barato. No mundo todo transporte encarece produto, no Brasil não. Tem alguma coisa errada”, exemplificou.
Agora, ele acredita, a reforma servirá para “lubrificar a economia”. “Se algum estado perder, a princípio, com ela, vai recuperar no longo prazo. Pior do que está não vai ficar para ninguém”, defende.
Campos Neto ou Paulo Guedes para presidente?
Questionado qual seria seu candidato à presidência em 2026, Romeu Zema falou que tanto Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, quanto Paulo Guedes, ex-ministro da Economia, seriam bons nomes. Já perguntado sobre Fernando Haddad, ministro da Fazenda, Zema riu e desconversou.