A Inteligência Artificial (IA) já não é mais promessa: é realidade e veio para ficar. Capaz de acelerar processos e impulsionar inovações, ela deve ser vista como uma aliada, e não como uma “muleta” ou solução absoluta. Afinal, ainda existem desafios importantes a serem superados. O tema foi debatido durante a Money Week, evento promovido pela EQI Investimentos, em Balneário Camboriú (SC), no painel “IA Generativa na transformação dos negócios: criação de conteúdo, automatização de processos, personalização de produtos e aceleração da inovação”.
A conversa reuniu Cesar Almiñana, Data & AI Consultant e AI & Business Professor da Intel, e Rodrigo Rocha, especialista em marcas, gerações e transformação, com mediação de Franco Marchetti, cofundador da PIPO Capital.
Ia Generativa: segurança e ética no centro do debate
Para Almiñana, um dos pontos que mais exigem atenção é a segurança da informação. Rocha acrescentou que, nesse contexto, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é peça-chave.
“Temos de ter cuidado, porque o ser humano pode usar essa tecnologia tanto para o bem quanto para o mal. A LGPD é crucial nesse sentido”, alertou Rocha.
PublicidadePublicidade
Segundo Almiñana, a IA é capaz de encurtar drasticamente o tempo de desenvolvimento de soluções — processos que antes levavam meses podem ser realizados em questão de dias ou até horas. Ele citou como exemplo a criação de protótipos de testes de processos em apenas uma semana.
“Há ferramentas que aceleram a validação de novas ideias e soluções de negócios. Mas é preciso lembrar: sempre haverá a necessidade de pessoas por trás, entendendo e moderando o que está sendo feito”, destacou.
Onde começar
Os especialistas reforçaram que, para implementar a IA de forma eficaz, o ponto de partida deve ser a identificação do problema real da organização. A partir daí, a tecnologia pode mapear falhas e indicar caminhos para a solução.
Na medicina, por exemplo, Rocha apontou que a IA pode assumir tarefas de análise de exames, liberando o médico para se concentrar no que a máquina não é capaz de oferecer: o apoio humano e a empatia no cuidado com o paciente.
Quando a IA desce da nuvem para a prateleira
Cesar Almiâna lembra de um caso emblemático. Uma grande varejista sofria com “ruptura” — aquele nome bonito para o simples fato de faltar produto na prateleira. A cadeia de abastecimento estava azeitada, mas, por falhas pontuais, os itens não chegavam ao ponto de venda.
A solução? Câmeras nas gôndolas, IA para analisar as imagens e identificar os buracos no estoque. A tecnologia não só resolveu o problema, como virou uma startup, que passou a se dedicar a estudar os problemas das grandes varejistas com o uso da inteligência artificial. E mais: ao perceber que podia rastrear produtos, a mesma lógica passou a ser aplicada para mapear o fluxo de pessoas e otimizar processos.
IA no consultório e na sala de cirurgia
Para Rodrigo Rocha, o setor de saúde é um exemplo claro de como a IA pode fazer diferença em escala global. Com o envelhecimento da população, cresce a pressão para tornar o sistema mais eficiente. E a tecnologia já está atuando em frentes importantes, como na detecção de fraudes e os desperdícios de recursos em operadoras de saúde e tornar o sistema de saúde mais acessível.
Em experiência recente na China, ele disse que o país asiático já vem usando a tecnologia em larga escala, já que eles têm uma grande preocupação em atender o cliente de forma mais adequada.