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Agro virou Tech: como Fintechs estão redefinindo o jogo no campo

Agro virou Tech: como Fintechs estão redefinindo o jogo no campo

O painel “Agro virou Tech: como fintechs estão redefinindo o jogo no campo” foi um dos destaques da Money Week, evento realizado pela EQI Investimentos em 1º de agosto, em Balneário Camboriú (SC).

Reunindo líderes de empresas que unem tecnologia e agronegócio, a conversa mostrou como soluções digitais estão transformando a concessão de crédito, reduzindo custos e ampliando o acesso dos produtores a recursos essenciais para expansão e modernização.

Participaram do debate Fabrizzio Marchetti (CIO e fundador da Milenio Capital), Bernardo Fabiani (CEO e fundador da Terra Magna), Gustavo Foz (CEO e fundador da Culttivo) e Felipe d’Avila (CEO e fundador da Agro Forte), todos com experiência prática em conectar tecnologia às necessidades do campo.

Acompanhe a cobertura completa clicando no botão abaixo.

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Potencial bilionário para fintechs do agro

Os números apresentados por Marchetti deixam claro que o agronegócio ainda é um oceano de oportunidades para fintechs especializadas. A Agroforte, por exemplo, atua na cadeia de proteína animal e possui hoje cerca de R$ 100 milhões em carteira, mas já tem acordos que podem elevar esse montante para R$ 10 bilhões, dentro de um mercado estimado em R$ 120 bilhões.

A Culttivo, focada no segmento de café, gerencia R$ 150 milhões e mira um mercado potencial de R$ 42 bilhões. Já a Terra Magna, especializada em crédito para grãos, administra R$ 1,7 bilhão, de olho em um setor avaliado em R$ 128 bilhões.

Segundo Marchetti, essas empresas conseguem chegar a produtores e cadeias produtivas que os bancos tradicionais não alcançam, por oferecerem soluções personalizadas para cada cultura e perfil de cliente. “A tecnologia tem avançado silenciosamente no campo, mas com grande impacto. Ela reduz custos de avaliação, formalização e monitoramento de crédito, aumentando a eficiência e a penetração”, explicou.

Agro virou Tech: inovação como vantagem competitiva

As fintechs do agro têm apostado em ferramentas como análise remota por satélite, integração com sistemas de agroindústrias e cooperativas, aplicativos de solicitação de crédito, automação de análise de risco e cobrança digital. Esses recursos permitem uma resposta mais rápida e assertiva, especialmente em cadeias produtivas pulverizadas, onde cada minuto faz diferença na viabilidade da operação.

Bernardo Fabiani destacou que, na Terra Magna, o uso de monitoramento por satélite e o penhor de safra garantem mais segurança nas operações. Gustavo Foz explicou que a Culttivo usa dados e tecnologia para avaliar a capacidade produtiva das lavouras de café antes mesmo da colheita.

Já Felipe d’Avila ressaltou como a Agroforte encurta a distância entre o pequeno produtor e o crédito, permitindo que recursos cheguem rapidamente a quem precisa.

Conexão com a realidade do produtor

Felipe d’Avila contou que a ideia da Agroforte surgiu de sua vivência no oeste catarinense, onde sua família atua na produção de frangos. Observando o dia a dia dos pequenos produtores, percebeu que a burocracia e a falta de linhas de crédito acessíveis limitavam investimentos em modernização de equipamentos e estruturas.

“Quando o produtor investe e melhora a eficiência, toda a cadeia se beneficia, desde a indústria até o consumidor final”, afirmou.

Os participantes do painel foram unânimes em afirmar que a tecnologia não é apenas um diferencial, mas uma necessidade para manter a competitividade do agronegócio brasileiro.

Ao oferecer crédito mais rápido, barato e adaptado à realidade do campo, as fintechs contribuem para aumentar a produtividade, reduzir riscos e sustentar o crescimento de um setor que já representa cerca de um quarto do PIB nacional.