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Como funciona o Tesouro Direto: saiba tudo sobre os títulos de dívida do governo

Como funciona o Tesouro Direto: saiba tudo sobre os títulos de dívida do governo

Quando se fala em começar a investir, muitos brasileiros travam. A dúvida, o medo de perder dinheiro ou o excesso de opções geralmente paralisam quem ainda está dando os primeiros passos no mundo financeiro. Mas existe um caminho claro, confiável e democrático para iniciar essa jornada: o Tesouro Direto. E nós vamos explicar como funciona.

Lançado em 2002, o programa foi criado para permitir que qualquer pessoa possa investir em títulos públicos — aqueles mesmos que os grandes bancos utilizam para compor suas carteiras. Com valores mínimos acessíveis e um funcionamento simples, ele se tornou o investimento mais seguro da economia brasileira. Mais do que isso: virou uma ferramenta de educação financeira e autonomia.

Se você ainda acha que investimento é coisa só para quem tem muito dinheiro ou conhecimento técnico, está na hora de mudar essa ideia. Entenda a seguir o que é o Tesouro Direto em detalhes. Com isso, você terá não só conhecimento para investir melhor, mas segurança para tomar decisões baseadas em lógica, e não em medo.

Tesouro Direto: o que é e como funciona?

O Tesouro Direto é um programa do governo federal criado para democratizar o acesso aos investimentos em títulos públicos. Por meio dele, qualquer cidadão pode emprestar dinheiro diretamente ao Estado brasileiro, que emite os títulos com o objetivo de captar recursos para financiar suas atividades — como infraestrutura, educação, saúde e outras áreas essenciais. Em troca, o investidor recebe juros, ou seja, uma remuneração pelo valor que emprestou.

A grande diferença do Tesouro Direto em relação a muitos produtos financeiros disponíveis no mercado está na clareza das regras de rentabilidade e, principalmente, na segurança. Estamos falando de títulos da dívida pública federal, que são garantidos pelo próprio Tesouro Nacional, o emissor com o menor risco de crédito do país.

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Na prática, isso significa que o risco de perdas é praticamente nulo. Afinal, o governo tem à sua disposição uma série de mecanismos para honrar seus compromissos, inclusive a capacidade de emitir moeda, o que nenhuma empresa ou banco privado consegue fazer. Diferente de outras aplicações de renda fixa, como CDBs ou LCI, que são cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até um determinado valor, os títulos do Tesouro não têm limite de cobertura porque a garantia é plena e estatal.

Por essa razão, o Tesouro Direto é frequentemente citado como o investimento mais seguro do Brasil. Mesmo em momentos de instabilidade econômica ou política, ele continua sendo a âncora da carteira de muitos investidores, desde iniciantes até os mais experientes.

Além disso, o programa oferece transparência. No momento da aplicação, você já sabe como será remunerado: seja por uma taxa fixa acordada previamente, seja por um índice de correção (como a inflação medida pelo IPCA ou a taxa Selic). Isso permite um planejamento financeiro muito mais eficiente e confiável.

Outro ponto importante: mesmo que você precise resgatar o valor antes do vencimento, o Tesouro Nacional garante recompra dos títulos em todos os dias úteis, o que significa que há liquidez diária, com exceção de finais de semana e feriados. Ainda que os preços dos títulos possam variar nesse período, em função da chamada “marcação a mercado“, o fato de ter um comprador garantido (o próprio Tesouro) já elimina uma boa parte do risco presente em outras modalidades de investimento.

Em resumo, o Tesouro Direto une a previsibilidade e simplicidade da renda fixa com a credibilidade e segurança de um investimento lastreado pelo governo federal.

Como investir no Tesouro Direto?

Investir no Tesouro Direto é mais simples do que parece. O primeiro passo é abrir conta em uma corretora de valores, como a EQI Investimentos, ou banco habilitado. Após isso, você será cadastrado na plataforma do Tesouro Nacional, onde receberá login e senha para acessar o portal.

A partir daí, você terá acesso a todos os títulos disponíveis, com informações claras sobre rendimento, vencimento e valor mínimo de aplicação. É possível investir com menos de R$ 2 em títulos fracionados.

Esse processo é 100% digital, transparente e direto. Não há intermediações confusas, nem a necessidade de conversar com um gerente de banco. Você comanda sua carteira com liberdade e clareza.

Mas antes de escolher um título, é fundamental entender a engrenagem que move todos os títulos do Tesouro: a taxa Selic.

Passo a passo para entender como funciona o Tesouro Direto

  1. Entenda o que é o Tesouro Direto

    Antes de começar a investir, é fundamental compreender o que é o Tesouro Direto. Trata-se de um programa de compra de títulos públicos pela internet, onde você empresta dinheiro ao governo em troca de uma rentabilidade acordada.
    Principais tipos de títulos:
    Tesouro Selic: ideal para curto prazo e reserva de emergência.
    Tesouro Prefixado: oferece rentabilidade fixa até o vencimento.
    Tesouro IPCA+: protege contra a inflação com ganho real.

  2. Escolha uma corretora habilitada

    Para investir no Tesouro Direto, você precisa abrir conta em uma corretora de valores ou banco autorizado pelo Tesouro Nacional. Prefira corretoras sem taxa de custódia adicional, o que aumenta sua rentabilidade.

  3. Abra sua conta e faça o cadastro

    Após escolher a corretora:
    Acesse o site da instituição e preencha o formulário de cadastro.
    Envie documentos como RG, CPF e comprovante de residência.
    Aguarde a aprovação e liberação para operar no Tesouro Direto.

  4. Transfira dinheiro para a corretora

    Com a conta ativa, faça uma transferência bancária (TED ou PIX) da sua conta para a conta da corretora. O valor ficará disponível para investimentos em até um dia útil.

  5. Acesse o sistema do Tesouro Direto

    Você pode investir diretamente pelo site do Tesouro Direto ou pelo sistema da sua corretora.

  6. Escolha o título ideal para seu perfil

    Avalie seu perfil de investidor (conservador, moderado ou agressivo) e seus objetivos:
    Tesouro Selic: liquidez diária, ideal para quem pode precisar do dinheiro a qualquer momento.
    Tesouro Prefixado: para quem acredita que a taxa de juros vai cair no futuro.
    Tesouro IPCA+: excelente para objetivos de longo prazo, como aposentadoria.
    Use simuladores disponíveis no site do Tesouro Direto para comparar a rentabilidade.

  7. Realize a compra do título

    Após escolher o título:
    Indique o valor que deseja investir.
    Confirme a operação no site da corretora ou do Tesouro.
    Pronto! O investimento será efetivado!

  8. Acompanhe seus investimentos

    Você pode acompanhar a rentabilidade, prazos e valor atualizado dos seus títulos no site do Tesouro Direto ou no aplicativo da sua corretora. Reinvista os rendimentos ou faça aportes regulares para aumentar seus ganhos com juros compostos.

  9. Acompanhe o mercado e rebalanceie sua carteira periodicamente

    Após iniciar seus investimentos no Tesouro Direto, é fundamental monitorar o desempenho da sua carteira e o cenário econômico. Mudanças na taxa Selic, inflação ou eventos econômicos podem impactar a rentabilidade dos títulos públicos. Contar com assessoria profissional também pode ser interessante – clique aqui para conhecer mais sobre a EQI Investimentos.

A importância da taxa Selic

A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela define o custo do dinheiro no país e influencia tudo: de financiamentos a empréstimos, da poupança aos rendimentos dos títulos públicos.

Quando a Selic está alta, significa que o dinheiro está mais “caro”, o que reduz o consumo e ajuda a conter a inflação. Já quando a Selic cai, o crédito fica mais barato, o consumo cresce e a economia é estimulada.

Para o investidor em Tesouro Direto, entender esse movimento é essencial. Isso porque a rentabilidade de alguns títulos depende diretamente da Selic. Quando ela sobe, certos títulos se tornam mais atrativos. Quando ela cai, outros ganham destaque. Saber disso te ajuda a escolher o melhor título de acordo com o cenário econômico e com os seus objetivos.

Os tipos de títulos do Tesouro Direto

Além de funcionar com base na taxa Selic, o Tesouro Direto oferece diferentes tipos de títulos. Cada um possui características próprias, indicados para objetivos e momentos diferentes. Saiba quais são as opções de títulos do Tesouro.

Tesouro Selic: simplicidade e segurança

O Tesouro Selic é o título pós-fixado mais conhecido e mais indicado para iniciantes. Seu rendimento acompanha a variação da taxa Selic, ou seja, quanto maior for a Selic, maior será a rentabilidade.

Esse título é ideal para quem busca segurança, liquidez e estabilidade. Como sua rentabilidade varia pouco e seu preço quase não oscila, ele é perfeito para quem pretende resgatar o dinheiro a qualquer momento, sem risco de perdas.

Além disso, ele serve como reserva de emergência, já que o investidor pode vender o título de volta ao Tesouro com rapidez e com pouca volatilidade. Mesmo com o imposto de renda e a taxa de custódia, o Tesouro Selic geralmente rende mais que a poupança e os CDBs oferecidos por bancos tradicionais.

Tesouro Prefixado: previsibilidade com estratégia

O Tesouro Prefixado funciona de maneira diferente. Aqui, a taxa de rendimento é acordada no momento da compra. Você sabe exatamente quanto vai receber no final do prazo, desde que mantenha o título até o vencimento.

Esse tipo de título é estratégico. Ele costuma ser vantajoso quando a expectativa é de queda da Selic, já que garante uma taxa mais alta por todo o período, mesmo com os juros em queda.

Este pode ser uma boa opção para quem tem objetivos financeiros com data definida, como o pagamento de uma faculdade, uma viagem ou a entrada de um imóvel, e deseja saber com precisão quanto terá ao final do prazo.

O cuidado aqui está na venda antecipada: como os preços oscilam de acordo com as taxas de juros, vender o título antes do vencimento pode gerar perdas, caso a Selic tenha subido.

NTN-F: renda periódica com taxa fixa

As NTN-F (Notas do Tesouro Nacional – Série F) são títulos prefixados que pagam juros a cada seis meses. São uma alternativa interessante para quem quer receber uma renda regular sem abrir mão da previsibilidade.

Por causa dos cupons semestrais, esses títulos são menos sensíveis a oscilações de juros, o que pode ser uma vantagem em tempos de incerteza econômica. Eles são ideais para quem está perto da aposentadoria ou deseja começar a receber uma “renda extra” de forma estável.

Tesouro IPCA+: proteção contra a inflação

imagem de pilhas de moedas e blocos de madeira com as palavras IPCA e Selic escritas neles
Foto: Adobe Stock

O Tesouro IPCA+ é um dos títulos mais poderosos para planejamento de longo prazo. Sua rentabilidade é composta por dois elementos: uma taxa fixa e a variação do IPCA, que é o índice oficial da inflação.

Esse modelo garante que seu dinheiro terá poder de compra preservado, não importa quanto a inflação suba. Por isso, é amplamente recomendado para quem deseja construir uma aposentadoria segura, planejar projetos de longo prazo ou proteger o patrimônio ao longo dos anos.

Existe também a versão com pagamento de cupons semestrais, ideal para quem já está aposentado e quer transformar seus investimentos em uma fonte de renda constante e protegida da inflação.

No entanto, como os prazos são longos, esse título é sensível a mudanças na taxa Selic. Se você precisar vender antes do vencimento, corre o risco de perdas em cenários de alta nos juros. Por isso, o Tesouro IPCA+ deve ser encarado como uma estratégia de longo prazo.

Tributação: o que você precisa saber

Todos os títulos do Tesouro Direto são sujeitos à tributação via Imposto de Renda, que segue uma tabela regressiva. Quanto mais tempo você deixar seu dinheiro investido, menor será o imposto:

  • Até 180 dias: 22,5%
  • De 181 a 360 dias: 20%
  • De 361 a 720 dias: 17,5%
  • Acima de 720 dias: 15%

Além disso, há a cobrança de IOF caso o resgate ocorra em menos de 30 dias — o que reforça a recomendação de manter o investimento por mais tempo.

Por que investir no Tesouro Direto?

Visando segurança, o fácil acesso e conhecimento, o Tesouro Direto é o primeiro passo para quem quer aprender a cuidar do próprio dinheiro de forma responsável.

Mais do que um investimento, o Tesouro Direto é uma escola prática de finanças pessoais. Ao escolher seus títulos, acompanhar a taxa Selic e entender como o mercado reage, você passa a enxergar o dinheiro com outros olhos.

Assim, você deixa de ser refém de produtos bancários com rentabilidades ruins e torna-se dono do seu planejamento financeiro. Tudo com autonomia, clareza e, principalmente, propósito.