Conhecida por muitos como o investimento mais seguro, a poupança ainda é recorrente na busca de quem quer poupar ou até mesmo investir. Mas será que ainda vale a pena?!
Quando crianças, muitas vezes os pais criam uma conta bancária para os filhos terem seu dinheirinho ou mesada poupados em um grande banco que gere segurança e baixo custo de manutenção.
Atualmente, como muitos adultos, os pequenos já podem ter uma carteira de investimentos onde os pais aplicam tanto em Renda Fixa quanto em Renda Variável. Entretanto, nem todos acessam esses tipos de produtos ainda e seguem aplicando na antiga caderneta de poupança.
O que é a poupança?
Forma popular de economizar e investir o capital, a poupança é um produto de investimento oferecido por instituições financeiras em muitos países ao redor do mundo. Com baixo risco, essa é uma opção simples e segura de guardar dinheiro.
O objetivo dela é funcionar como um cofrinho com economias e reservas de emergência. E seus fundos depositados são geralmente segurados pelo governo.
As cadernetas de poupança estão amplamente disponíveis e fáceis de abrir na maioria das instituições financeiras, incluindo bancos tradicionais e cooperativas de crédito. Muitas vezes elas funcionam para fundamentar a educação financeira de crianças e adultos.
Considerada um investimento seguro, ela é garantida pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) em caso de falência da operadora da conta, tendo um valor determinado por CPF e por instituição.
Um ponto importante é que esse produto gera juros sobre o saldo mantido na conta, calculados diariamente e pagos mensalmente ou trimestralmente. Entretanto, a taxa de juros da poupança tende a ser baixa quando comparada com outros investimentos, como Ações ou Títulos.
Apesar de ser ótima para poupar, o rendimento dela é baixíssimo e pode ser inconveniente para aqueles que buscam retornos que superem a inflação vigente. Isso faz com que o valor do fundo depositado seja menor ao longo do tempo devido à pouca rentabilidade.
Para uma primeira economia pessoal, a poupança pode ser uma ferramenta fundamental com segurança, acessibilidade, liquidez e fácil acesso. Todavia, é importante saber de suas limitações e considerar outros produtos para objetivos de longo prazo ou para maximizar o retorno sobre o capital.
Como funciona a poupança?
A base de investimento na caderneta costuma ter um valor inicial mínimo, que pode variar dependendo das exigências do banco. Os titulares da conta podem fazer depósitos regulares ou esporádicos na poupança, por transferência eletrônica, depósito direto, cheques ou em dinheiro.
Alguns bancos podem exigir um saldo mínimo para manter a conta ativa ou evitar taxas. É imprescindível que ao abrir a caderneta o cliente saiba os requisitos específicos do banco com esse produto.
Disponível para saque a qualquer momento, o dinheiro da poupança traz certa flexibilidade para o poupador, apesar de ter limitações, como um número máximo de transações mensais sem taxa.
Como surgiu a poupança?

Criada na Caixa Econômica Federal no Rio de Janeiro, em 1861, pelo imperador Dom Pedro II, a poupança veio para que as pessoas tivessem acesso a um investimento seguro e que se encaixasse para diversos perfis, desde os pequenos aos grandes investidores.
Uma curiosidade da época, é que em 1872, a poupança passou a aceitar depósitos feitos por escravos, como uma ferramenta importante para guardar dinheiro. Foi assim que muitas pessoas escravizadas conseguiram “comprar” sua alforria, ou seja, a liberdade de ir e vir. A diferença era que nessa caderneta constava o nome do senhor, já que era preciso de sua autorização para a abertura da conta.
É importante ressaltar que o nome “caderneta de poupança” veio pela forma como o processo de poupar era feito. Através de anotações sobre o dinheiro guardado e os detalhes dos juros recebidos, que eram colocados em cadernos pequenos pelos funcionários da Caixa.
Vale lembrar que o objetivo desse produto era possibilitar uma “reserva de emergência”. Hoje há mais opções que trazem tanta solidez quanto.
Qual a vantagem de deixar o dinheiro na poupança?
Para quem busca simplicidade e se manter em bancos tradicionais, a poupança pode agregar algumas vantagens como segurança, baixo risco, liquidez, isenção de IR e usabilidade. Confira os pontos positivos desse produto!
- Segurança e Garantia: a poupança é considerada um investimento seguro devido à garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que protege os valores depositados em até um certo limite em caso de falência da instituição financeira. Esse é um dos principais pontos, pois proporciona tranquilidade para o investidor, já que o dinheiro está protegido.
- Baixo Risco: com rendimentos garantidos e previsíveis, esse é um investimento pouco arriscado. Sem estar sujeita às mudanças do mercado, os investidores não correm o risco de perder dinheiro. Enquanto outros tipos de produtos, como Ações ou Fundos de Investimentos, sofrem com a volatilidade, a poupança oferece estabilidade para o investidor conservador.
- Liquidez: com alta liquidez, os investidores podem acessar seu dinheiro a qualquer momento. O que é muito positivo para situações de emergência ou quando há a necessidade do dinheiro rapidamente, sem enfrentar penalidades.
- Isenção de Imposto de Renda: sem taxas, os investimentos da poupança possuem isenção na hora de declarar o Imposto de Renda. Ou seja, os investidores não se preocupam em pagar impostos sobre os rendimentos, o que pode aumentar a rentabilidade líquida do investimento.
- Acessibilidade: abrir e gerenciar a poupança é simples e acessível, pelo investimento inicial baixo e acesso em caixas eletrônicos, internet banking, agências bancárias e outros canais de atendimento ao cliente. Viável para investimentos menores e conveniente, ela pode ser gerenciada pelo próprio cliente.
Apesar de contar com diversas vantagens e ser uma opção popular e estável, é importante observar que os rendimentos podem ser relativamente baixos em comparação a outras opções do mercado.
Por que fugir da poupança?
Ainda que esse seja um investimento de baixo risco, alguns pontos sobre a poupança precisam de atenção. Como por exemplo, a baixa rentabilidade em ambientes de taxas de juros baixas, que faz com que a poupança renda menos. Em cenários de alta inflação, a rentabilidade pode até mesmo ser negativa, pois os retornos podem não acompanhar o aumento dos preços.
O rendimento limitado para ganhos também é um risco quando o investidor visa bons resultados. Além disso, a perda do poder de compra é um bom motivo para fugir dela, já que o dinheiro passa a ter um valor menor que a inflação.
Apesar de estar garantida pelo FGC, se o valor total dos depósitos do investidor em uma financeira ultrapassar o limite de cobertura do Fundo, o cliente corre o risco de perder parte do seu dinheiro.
O último ponto, mas não menos importante, é que a poupança não é adequada para investimento de longo prazo, como com foco em uma aposentadoria, por exemplo. Neste caso, investimentos em Ações, Fundos ou Previdência Privada podem dar um retorno mais significativo.
Como um todo, os riscos de usar a poupança, são baixos em relação à perdas. Entretanto, quando comparado a outros produtos, esse acaba sendo um recurso que mais perde do que ganha perante as oscilações do mercado, como a Taxa Selic, a i9nflação, entre outros fatores.
Como a inflação afeta a caderneta?
Entre as principais formas em que a poupança pode sofrer com a alta generalizada dos preços, a famosa inflação, está o rendimento real.
O rendimento da poupança é determinado por uma taxa fixa de 70% da Taxa Selic mais a Taxa Referencial (TR), quando a Selic é igual ou inferior a 8,5% ao ano. Quando a inflação está alta, o rendimento real, após descontar a inflação, vai ser negativo.
A conta é bem simples, por exemplo, se a taxa de inflação foi maior que o rendimento da poupança, o poder de compra com o dinheiro depositado na caderneta deve diminuir ao longo do tempo.
A explicação para esse desempenho ruim da poupança em ambientes inflacionários é justamente porque o dinheiro colocado na caderneta não cresce o suficiente para compensar a alta de preços dos bens e serviços.
Ou seja, a inflação alta pode reduzir o poder de compra do investidor caso seu dinheiro esteja investido na poupança e não em outros tipos de ativos com segurança e baixo risco.
Quais bancos oferecem a opção de poupança?

Atualmente, boa parte dos bancos e instituições financeiras contam com a opção da conta poupança. Bancos comerciais, digitais, cooperativas de crédito e outras instituições financeiras entram nessa lista.
Dentre os tradicionais, há opções como Banco do Brasil ($BBAS3), Caixa Econômica Federal, Itaú ($ITUB4), Bradesco ($BBDC4), Santander ($SANB11), Safra, BTG Pactual ($BPAC11) e Original.
Na gama de bancos digitais, Nubank, Neon, Next (do Bradesco), Inter, C6 Bank, PagBank (do PagSeguro), Agibank e Modalmais também possuem os serviços da poupança.
Já no âmbito das cooperativas de crédito, temos Sicredi, Sicoob, Unicred e Cresol como alternativas.
Estes são apenas alguns exemplos dos mais conhecidos, mas há muitas outras instituições que oferecem a caderneta para seus clientes.
Onde investir com segurança?
Com bons retornos e segurança, o mercado de investimentos oferece opções melhores que a poupança para aqueles que se identificam com o perfil de investidor conservador.
Algumas delas são os Títulos do Tesouro Direto, Certificados de Depósito Bancário (CDB), Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), Fundos de Renda Fixa, Fundos de Previdência Privada, Fundos DI e Tesouro Selic. Confira mais sobre cada produto!
- Títulos do Tesouro Direto: considerados investimentos seguros, os títulos públicos do Tesouro Direto são emitidos pelo governo brasileiro. Existem diferentes tipos de títulos disponíveis, como Tesouro Selic (LFT), Tesouro IPCA+ (NTN-B) e Tesouro Prefixado (LTN), que oferecem diferentes perfis de risco e retorno.
- Certificados de Depósito Bancário (CDB): esses são títulos de Renda Fixa emitidos por bancos e oferecem retornos melhores do que a poupança. Segurados pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) em até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira, os CDBs contam com uma camada adicional de segurança.
- LCIs e LCAs: títulos de Renda Fixa lastreados em financiamentos imobiliários e do agronegócio, esses investimentos contam com isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas e também são garantidos pelo FGC em até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira.
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- Fundos de Renda Fixa: esses investem em uma carteira diversificada de ativos de Renda Fixa, como Títulos Públicos, CDBs, LCIs, LCAs, entre outros. Os Fundos de Renda Fixa são gerenciados por gestores profissionais e são uma opção conveniente para investidores que desejam diversificar sua carteira sem a necessidade de selecionar individualmente os ativos.
- Fundos de Previdência Privada: com investimento de longo prazo, esses fundos têm como foco a aposentadoria privada, contando com benefícios fiscais e a possibilidade de diversificação da carteira. Eles podem ser uma boa escolha para investidores que querem planejar sua previdência e estão dispostos a manter seus investimentos por um período mais longo.
- Fundos DI e Tesouro Selic: conhecidos pelo baixo risco, esses investimentos são adequados para objetivos de curto prazo. Eles investem em títulos de Renda Fixa, como títulos do Tesouro Selic e CDBs de bancos de alta liquidez, mantendo retornos próximos à taxa básica de juros da economia.
Para investir em outros ativos, além da poupança, é importante que o investidor analise seus objetivos financeiros, tolerância ao risco e horizonte de investimento para tomar a melhor decisão.