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Selic ainda em 15%: quais os melhores investimentos?

Selic ainda em 15%: quais os melhores investimentos?

Como amplamente esperado pelo mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a Selic — taxa básica de juros da economia — em 15% ao ano. A decisão, embora sem surpresas, reforça o tom conservador da autoridade monetária diante de uma inflação ainda fora da meta e de incertezas fiscais que devem marcar o início de 2026.

O mercado financeiro, porém, já mira adiante. Segundo o Boletim Focus e projeções da EQI Asset, a expectativa é que os cortes na taxa de juros comecem apenas no ano que vem, levando a Selic para cerca de 12,5% até o fim de 2026. Nesse cenário de juros ainda elevados — mas com perspectiva de queda —, investidores buscam estratégias para equilibrar rendimento e risco. Mas, afinal, quais os melhores investimentos?

Quais os melhores investimentos com Selic a 15%: Fundos imobiliários: entre renda e valorização

Para Carolina Borges, head e analista de Fundos Imobiliários (FIIs) da EQI Research, a manutenção da Selic reforça um cenário de transição.

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“Essa manutenção era amplamente esperada pelo mercado. O ponto mais relevante agora é a curva de juros futuros, que continua sinalizando queda nos primeiros meses de 2026”, explica.

Segundo a analista, o movimento é importante para a credibilidade do Copom, já que ainda há “inflação fora da meta e desafios fiscais no horizonte”.

Nos fundos imobiliários de papel, que investem em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) atrelados ao CDI e ao IPCA, o ambiente atual segue favorável.

“Esses fundos continuam entregando resultados mensais atrativos, com rendimentos elevados. O carrego garante uma renda recorrente interessante ao investidor”, afirma Borges.

No entanto, ela faz um alerta:

“Muitos desses fundos já estão sendo negociados próximos ou acima do seu valor patrimonial. Nesse momento, preferimos não recomendar compras acima do valor justo, já que existem outras opções de alocação com potencial de retorno mais competitivo.”

Já nos fundos de tijolo — aqueles lastreados em imóveis físicos, como shoppings, galpões e escritórios —, o cenário é de otimismo moderado.

“Quando a curva de juros antecipa cortes, esses fundos tendem a se valorizar. Em 2025, o setor avançou mais de 15%, refletindo essa expectativa de juros mais baixos no futuro”, destaca.

A recomendação de Borges é olhar com mais atenção para shoppings com vendas crescentes, galpões logísticos e escritórios AAA em regiões de alta demanda.

“Enquanto os fundos de papel oferecem dividendos interessantes, os de tijolo podem proporcionar ganhos patrimoniais relevantes nos próximos trimestres”, conclui.

Ouça o áudio de Carolina Borges na íntegra:

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Renda fixa: oportunidade de travar taxas altas

O analista Thiago Freire, do time de produtos da EQI Investimentos, destaca que o Brasil vive um momento de transição no ciclo monetário global.

“O país está inserido num contexto de tensões comerciais que enfraquecem o dólar, o que tende a ser desinflacionário. Isso abre espaço para que o Banco Central, no momento certo, inicie um ciclo de cortes”, explica.

Enquanto isso não acontece, Freire aponta oportunidades em diferentes classes de renda fixa:

  • Títulos prefixados: ainda oferecem taxas atrativas, refletindo uma inflação esperada acima da média. “É um bom momento para travar juros altos antes que a curva futura comece a ceder.”
  • Títulos atrelados ao IPCA (IPCA+): combinam juros reais elevados com proteção contra choques inflacionários. “São vantajosos em um ambiente de transição e tendem a ganhar valor conforme a inflação cede.”
  • Pós-fixados (CDI): seguem relevantes pela liquidez e segurança, mantendo bons rendimentos enquanto a Selic se mantém alta.

A EQI projeta uma Selic em torno de 12,5% em 2026, em linha com o Boletim Focus.

“Mesmo num cenário de queda gradual, o patamar segue elevado, garantindo bons retornos no curto prazo”, reforça Freire.

A vez da diversificação

Além da renda fixa e dos fundos imobiliários, Freire lembra das oportunidades com o dólar desvalorizado, que permite internacionalizar parte da carteira a custos menores.

“Apesar das tensões comerciais, o dólar continua sendo sinônimo de qualidade e porta de entrada para investimentos globais.”

No médio prazo, a renda variável também tende a se beneficiar.

“O Brasil já começa a surfar o movimento global de busca por mercados emergentes, mas o grande impulso deve vir com o início dos cortes de juros em 2026”, projeta.

A recomendação final é manter diversificação:

“Uma carteira equilibrada entre prefixados, IPCA+, pós-fixados, investimentos internacionais e ações oferece rendimento, proteção e flexibilidade diante do novo ambiente monetário”, resume Freire.

Ouça o áudio de Thiago Freire na íntegra:

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Para saber mais: como a Selic impacta a sua vida?

A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), a cada 45 dias, e serve de referência para todo o mercado financeiro.

A taxa Selic é utilizada como instrumento de controle da inflação e também como referência para diversas operações financeiras no país. Assim, ela é um indicador-chave que afeta as decisões de investimento, sendo particularmente relevante na escolha de ativos em uma carteira de investimentos.

Quando a taxa Selic está em alta, isto é, em um cenário de juros elevados, os investidores têm maior incentivo para alocar seus recursos em ativos de Renda Fixa. Isso ocorre porque esses ativos costumam oferecer rendimentos mais atrativos em momentos de taxas de juros elevadas. Títulos públicos, CDBs, LCIs e outros instrumentos de renda fixa se tornam opções mais interessantes, proporcionando retornos competitivos em relação ao custo de oportunidade associado ao rendimento básico da economia.

Por outro lado, em períodos de queda da taxa Selic, os investidores podem buscar alternativas mais rentáveis para maximizar seus ganhos. Nesse contexto, ativos de Renda Variável, como Ações e Fundos Imobiliários, tornam-se mais atrativos, uma vez que o custo de oportunidade para investir nesses instrumentos diminui. Ações de empresas com bom desempenho e potencial de valorização passam a ser consideradas como parte integrante de uma carteira diversificada.

Além disso, a taxa Selic influencia diretamente o custo do crédito no país. Em momentos de juros mais baixos, as condições de financiamento tendem a se tornar mais favoráveis, impactando setores como o imobiliário e o empresarial. Investidores podem, então, considerar alocações em setores específicos que se beneficiam desse ambiente econômico.

É fundamental que os investidores compreendam o papel da taxa Selic e monitorem seu comportamento para tomar decisões informadas sobre suas carteiras de investimentos. O cenário macroeconômico, as expectativas de inflação e as projeções para a taxa de juros são variáveis que devem ser cuidadosamente consideradas ao definir estratégias de investimento.

A compreensão do ciclo econômico e a adaptação da carteira às condições do mercado são aspectos essenciais para otimizar os resultados dos investimentos em um ambiente dinâmico e sujeito a mudanças.