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Por que Buffett está se desfazendo das ações da Apple? Veja motivos

Por que Buffett está se desfazendo das ações da Apple? Veja motivos

Entre os principais ajustes, a Berkshire reduziu de forma significativa sua exposição à Apple, com a venda de aproximadamente 41,7 milhões de ações no trimestre

A Berkshire Hathaway, holding liderada por Warren Buffett, iniciou uma posição em ações da Alphabet (GOOG; GOGL34), controladora do Google, durante o terceiro trimestre, em um movimento que marcou uma inflexão relevante na estratégia recente da companhia. Ao fim do período, o conglomerado mantinha cerca de US$ 267 bilhões investidos em 41 ações listadas nos Estados Unidos, volume praticamente estável em relação ao trimestre anterior, mas com mudanças pontuais de grande impacto na composição do portfólio. Em paralelo, o fundo de investimentos começou a vender papéis da Apple (AAPL; AAPL34). Mas afinal, porque este movimento? O aumento de investimentos em Inteligência Artificial (IA) a as métricas de valuation podem ser a resposta.

Entre os principais ajustes, a Berkshire reduziu de forma significativa sua exposição à Apple, com a venda de aproximadamente 41,7 milhões de ações no trimestre. Apesar do corte, a fabricante do iPhone segue como o maior investimento da carteira, respondendo por cerca de 21% do total.

Ainda assim, a posição já foi reduzida em cerca de 74% ao longo dos últimos dois anos, sinalizando uma postura mais cautelosa em relação à empresa, especialmente diante das atuais métricas de valuation.

Warren Buffett e Apple: multiplos elevados

A Apple apresentou resultados acima das expectativas no trimestre encerrado em setembro, com crescimento de 8% na receita, que atingiu US$ 102 bilhões, impulsionado principalmente pelas vendas de iPhones, Macs e pela expansão do segmento de serviços. O lucro líquido não-GAAP avançou 13%, para US$ 1,85 por ação diluída, refletindo a melhora da margem operacional e a continuidade do programa de recompra de ações. A tese de investimento da companhia segue apoiada em sua forte presença no mercado de smartphones, na integração entre hardware e software e em uma base instalada que ultrapassa 2,35 bilhões de dispositivos.

Além disso, a Apple vem se posicionando para capturar oportunidades relacionadas à inteligência artificial. Em 2024, a empresa lançou o pacote Apple Intelligence, com recursos de IA generativa integrados a dispositivos mais recentes. Embora essas funcionalidades ainda sejam oferecidas gratuitamente, há expectativa de monetização futura, o que pode abrir uma nova frente de crescimento.

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Ainda assim, analistas de mercado avaliam que o papel negocia a múltiplos elevados, considerando projeções de crescimento de lucros em torno de 10% ao ano, o que ajuda a explicar a redução gradual da exposição pela Berkshire. É o que aponta o relatório da The Motley Fool.

Na outra ponta, a Berkshire Hathaway comprou cerca de 17,8 milhões de ações da Alphabet no terceiro trimestre, passando a deter uma posição equivalente a aproximadamente 2% de sua carteira. Embora seja uma alocação relativamente pequena, o movimento chamou a atenção por envolver uma empresa de tecnologia, segmento tradicionalmente evitado por Buffett ao longo de sua trajetória.

A Alphabet acumula uma valorização de aproximadamente 12.180% desde sua abertura de capital, em 2004, e possui valor de mercado estimado em US$ 3,7 trilhões, figurando entre as três maiores empresas do mundo.

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A Alphabet também apresentou resultados robustos no terceiro trimestre, com crescimento de 16% na receita, que alcançou US$ 102 bilhões, superando as estimativas do mercado. O lucro por ação em base GAAP avançou 35%, para US$ 2,87, refletindo ganhos de escala e maior eficiência operacional. A companhia destacou a forte demanda por infraestrutura de inteligência artificial, incluindo a adoção de chips próprios e o avanço dos modelos Gemini, voltados a aplicações de IA generativa.

A estratégia da Alphabet segue centrada no domínio da publicidade digital, segmento que vem sendo reforçado pelo uso intensivo de inteligência artificial. Desde o lançamento do AI Max para campanhas de busca, a empresa observou melhora nas taxas de conversão e aumento no volume de consultas, impulsionados pela integração de recursos de IA generativa ao mecanismo de busca do Google.

Paralelamente, o Google Cloud vem ganhando destaque no setor, sendo apontado por analistas como líder em modelos de linguagem de grande porte, ferramentas de desenvolvimento de aplicações de IA e soluções de IA conversacional.

Outro pilar estratégico

Outro pilar estratégico é o desenvolvimento de chips próprios de inteligência artificial, conhecidos como Tensor Processing Units (TPUs), já adotados por grandes clientes do setor, como Apple e Anthropic. Há ainda expectativa de que outras empresas de tecnologia passem a utilizar essas soluções nos próximos anos, ampliando o potencial de monetização da infraestrutura da Alphabet. Além disso, a Waymo, subsidiária focada em veículos autônomos, já opera serviços comerciais de robotáxi em seis cidades dos Estados Unidos e planeja expandir suas operações para novos mercados no curto prazo, além de testar a tecnologia em outras localidades.

Segundo projeções de Wall Street, os lucros da Alphabet devem crescer cerca de 16% ao ano nos próximos três anos, o que torna sua avaliação atual, em torno de 30 vezes o lucro, relativamente mais atrativa quando comparada a outras grandes empresas de tecnologia.

O movimento da Berkshire Hathaway sugere que, mesmo para um investidor conhecido por sua aversão histórica ao setor, a combinação de escala, liderança em inteligência artificial e valuation mais equilibrado pode justificar uma entrada, ainda que gradual, em ações de tecnologia.

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