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Selic a 15%: como investir em meio aos juros mais altos em 20 anos?

Selic a 15%: como investir em meio aos juros mais altos em 20 anos?

Em uma decisão que dividiu o mercado financeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou, nesta quarta-feira (18), a taxa Selic de 14,75% para 15 porcento ao ano, em um aumento de 25 pontos-base.

A decisão marca um novo capítulo da política monetária brasileira, com a taxa básica de juros alcançando seu maior nível desde 2006 – e com tendência de estacionar por longo período neste patamar a partir de agora. O foco agora se volta para os próximos passos: como os investidores devem agir diante desse cenário?

Selic a 15%: entendendo o novo cenário

A expectativa, segundo analistas, é de que a Selic se mantenha nesse patamar elevado até meados de 2026, quando uma inflação mais próxima da meta de 3% do Conselho Monetário Nacional (CMN) poderia justificar o início de um novo ciclo de cortes.

Enquanto isso, o atual ambiente de juros altos favorece especialmente a renda fixa, mas também abre oportunidades em fundos imobiliários, ações e até mesmo na internacionalização de investimentos. Acompanhe, a seguir, as recomendações dos especialistas da EQI Investimentos.

Renda fixa: a “galinha dos ovos de ouro”

Para Denys Wiese, estrategista da EQI Investimentos, a alta da Selic consolida a renda fixa como o investimento mais atrativo do momento.

“A uma Selic de 15%, estamos falando de mais de 1% ao mês de juros. É muita coisa. A renda fixa é onde vamos fazer o nosso ganha-pão”, afirma.

Segundo ele, ativos pós-fixados como os atrelados ao CDI devem entregar retornos ainda melhores nos próximos meses. Já os prefixados, que hoje oferecem taxas de 14% a 16% ao ano, podem ser uma boa oportunidade para travar rendimentos elevados antes de um eventual recuo da Selic.

Os títulos indexados à inflação (IPCA+) também estão atrativos, combinando inflação elevada e juros reais historicamente altos — impulsionados tanto por fatores externos, como o juro alto nos EUA, quanto internos, como o risco fiscal elevado.

Ouça o áudio de Denys Wiese na íntegra:

Fundos imobiliários: oportunidade à vista

Na avaliação de Carolina Borges, head da EQI Research, os fundos imobiliários (FIIs) continuam sendo uma boa alternativa para quem busca renda mensal e potencial de valorização futura.

Ela destaca que os fundos de papel, com ativos atrelados ao CDI ou IPCA, seguem entregando rentabilidades elevadas, aproveitando tanto os juros altos quanto a inflação pressionada, ainda acima da meta. Já os fundos de tijolo, apesar de mais sensíveis às expectativas futuras de juros, operam com valores descontados e podem se valorizar caso o mercado enxergue com mais clareza uma inflexão na política monetária.

“O cenário fiscal continua desafiador, com o governo tendo muita dificuldade de fechar as contas e aprovar medidas. Mas se a decisão do Copom de hoje for suficiente para conseguir reancorar as expectativas de inflação, podemos ver um alívio na curva longa de juros e uma reprecificação positiva nos fundos de tijolo”, explica.

Ouça o áudio de Carolina Borges na íntegra:

Ações: 3 razões para investir

Apesar do ambiente desafiador, Wiese vê espaço também para a valorização das ações brasileiras. Segundo ele, três fatores favorecem esse mercado:

  1. Valuations ainda deprimidos, com ações baratas em múltiplos históricos.
  2. Expectativa com cenário político mais otimista, com investidores apostando na troca de governo em 2026 (já se posicionando no chamado trade da eleição), com candidato mais à direita, mais alinhado ao mercado.
  3. Possível entrada de capital estrangeiro, puxada pelo alto diferencial de juros entre Brasil e países desenvolvidos, especialmente os Estados Unidos.

“Esse diferencial atrai fluxo para mercados emergentes, e o Brasil é o principal candidato a se beneficiar. Isso pode ser um gatilho de valorização para a bolsa”, pontua.

Internacionalização: proteção e estratégia

Mesmo com a recente tendência de enfraquecimento do dólar, Wiese reforça a importância de diversificar parte do patrimônio fora do país, especialmente enquanto o real se mantém valorizado.

“É melhor enviar recursos ao exterior quando o dólar está barato, mesmo que o sentimento seja de que ainda pode cair mais. Se esperarmos, ele pode voltar a R$ 6,50, R$ 7 e pode ser tarde demais”, alerta.

Diversificação e estratégia são chave para a Selic a 15%

Com a Selic a 15%, o investidor brasileiro tem diante de si uma janela de oportunidades que precisa ser explorada com estratégia e diversificação.

Renda fixa garante ganhos consistentes, fundos imobiliários entregam renda e potencial de valorização, as ações tendem a surpreender com fluxo estrangeiro, e a exposição internacional protege contra instabilidades locais. O momento, afirmam os especialistas, é de posicionamento inteligente. Clique aqui e fale com um assessor da EQI Investimentos!

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