O CEO da EQI Investimentos, Juliano Custódio, e os analistas da EQI Research desenvolveram uma tese de que este é o momento propício para se posicionar em ativos de Renda Variável, pois há uma possibilidade de grandes transformações político-econômicas no Brasil a partir das eleições de 2026.
Esse “trade da eleição” Custódio vem chamando de “O Grande Reset”. Na visão dele, a queda na popularidade do presidente Luis Inácio Lula da Silva, as dificuldades de governabilidade do governo petista e a pressão do mercado e da economia estão abrindo caminho para uma troca de governo em 2026 mais alinhado à direita, seguindo a tendência política observada nas principais economias do mundo.
Com base nessa tese, a EQI Research preparou o relatório “O Grande Reset – 10 Ações para Comprar Agora”, unindo os argumentos de desgaste do governo com as expectativas de um ciclo de aperto monetário que está chegando ao fim – o que se confirmou no último comunicado do Copom, que subiu a Selic para 14,25% na quarta (20), mas sinalizando que, agora, o ritmo dos apertos vai diminuir.
Trade da eleição: visão cíclica do mercado
Antes de listar as 10 ações para investir alinhadas ao “O Grande Reset” de Brasília, é fundamental entender as bases que sustentam a tese.
Os analistas Felipe Paletta, João Neves, Carolina Borges e João Zanott destacam que a bolsa brasileira deve sempre ser analisada em ciclos longos, de pelo menos 5 a 15 anos.
“Bolsa é um bicho que precisa ser analisado em ciclos longos, compatível com ciclos econômicos: 5, 10 ou 15 anos”, destacam.
Segundo o relatório, desde 1969 houve quatro grandes ciclos de valorização do Ibovespa, sendo que o mais recente foi o que começou em 2016. Desde então, o retorno acumulado foi de 138%, considerado modesto em comparação a ciclos anteriores.
“Desde 2016, quando o Ibovespa, em dólares, atingiu sua mínima após o encerramento do quarto ciclo, já se passaram mais de nove anos. Nessa nova “pernada”, o retorno do Ibovespa foi mais modesto, 138%. Isso não significa – e nem se pretende afirmar – que o quinto ciclo está prestes a disparar nos próximos dias ou semanas. No entanto, o cenário para os próximos cinco anos favorece bastante a construção de uma visão otimista para a Bolsa”, explicam os analistas.
Apesar das incertezas políticas e econômicas, como a alternância de poder nos EUA e as eleições presidenciais brasileiras em 2026, a perspectiva de longo prazo para o mercado é otimista. O gestor André Jakurski, da renomada JGP, durante o CEO Conference do BTG Pactual ($BPAC11), ponderou que “pode ser cedo para um rali eleitoral, mas ele deve acontecer nos próximos 20 meses”.
Critérios de seleção das ações
A escolha das ações levou em conta três critérios fundamentais que, segundo os analistas, garantem maior segurança e potencial de valorização para os investidores:
Blue Chips
Foram selecionadas empresas de grande valor de mercado e alta liquidez, que costumam ser as primeiras a captar o influxo de capital estrangeiro e institucional em momentos de recuperação do mercado.
Essas companhias costumam apresentar maior estabilidade e menor risco em relação a negócios de menor porte, o que as torna atrativas para investidores de perfil mais conservador.
Negócios descontados
A equipe de análise priorizou empresas que estão sendo negociadas a preços abaixo do seu valor justo, seja em relação aos pares do setor, seja comparadas ao seu próprio histórico de valuation.
A avaliação levou em conta múltiplos financeiros como Preço/Lucro (P/L) e Valor da Empresa sobre EBITDA (EV/EBITDA), garantindo que as companhias selecionadas apresentassem uma relação custo-benefício favorável para o investidor.
Sensibilidade à taxa de juros
Considerando a possibilidade de uma redução nos juros nos próximos anos, foram priorizados negócios que possam se beneficiar diretamente dessa queda.
Empresas que possuem um alto nível de endividamento, por exemplo, tendem a ter suas despesas financeiras reduzidas quando os juros caem, o que impacta positivamente sua geração de caixa e lucratividade.
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As 10 ações recomendadas
Confira abaixo as 10 ações recomendadas para o “O Grande Reset”:
B3 ($B3SA3)
A operadora da Bolsa brasileira tem sua receita diretamente ligada ao volume de negociação de ativos no mercado. Com um cenário de maior otimismo e possível entrada de capital estrangeiro, a empresa pode se beneficiar de uma recuperação do apetite dos investidores.
A recomendação é de compra até R$ 13,85 por ação.
Banco do Brasil ($BBAS3)
O banco estatal tem mostrado crescimento na rentabilidade e redução dos riscos de ingerência política. Com um retorno sobre o patrimônio líquido acima de 20% e desconto em relação a bancos privados, a ação é recomendada até R$ 33.
Petrobras ($PETR4)
Apesar dos riscos políticos, a petroleira segue com forte geração de caixa, distribuição agressiva de dividendos e negocia a um múltiplo EV/EBITDA bastante atrativo.
O preço-alvo definido pelos analistas é de R$ 46.
Eletrobras ($ELET3)
Após a privatização, a companhia passou a adotar uma gestão mais eficiente, reduzindo custos e passivos. Além disso, a empresa tende a ser beneficiada por um cenário de juros mais baixos.
A recomendação é de compra até R$ 52,39.
Equatorial ($EQTL3)
A empresa de energia tem um histórico de aquisições bem-sucedidas e um dos melhores históricos de alocação de capital da Bolsa brasileira. Com potencial de crescimento sustentável, a ação é recomendada até R$ 42,97.
Assaí ($ASAI3)
Maior rede de atacarejo do Brasil, a companhia cresceu aceleradamente nos últimos anos com a conversão de lojas do Extra. A tendência de queda nos juros deve melhorar sua estrutura de custos, tornando a ação atrativa até R$ 9,49.
Localiza ($RENT3)
A maior locadora de veículos do Brasil enfrenta desafios momentâneos devido à alta da Selic e ao aumento dos preços dos automóveis. No entanto, a empresa segue líder no setor e pode se recuperar com a normalização da economia.
Recomendação de compra até R$ 53.
Vamos ($VAMO3)
A companhia é referência no aluguel de caminhões e máquinas pesadas, setor que tem demonstrado resiliência. Com ajustes nos contratos e possível melhora no cenário macroeconômico, a recomendação é de compra até R$ 9,85.
Cyrela ($CYRE3)
Incorporadora consolidada no segmento de imóveis de luxo e alta renda, a empresa mantém alta liquidez e boas margens operacionais. Em um cenário de juros mais baixos, a companhia pode ampliar sua geração de caixa e expandir seus projetos.
Recomenda-se compra até R$ 29.
Allos ($ALOS3)
Administradora de shopping centers resultante da fusão entre Aliansce Sonae e brMalls, a empresa apresenta um portfólio diversificado e resiliente. Com um valuation atrativo e melhora no consumo, pode ser uma boa aposta para investidores. Compra até R$ 28.
Veja a análise completa feita pelo Juliano Custódio sobre as 10 ações para comprar no trade da eleição:
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