Assista a Money Week
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Notícias
Mercado secundário: como funciona e quais as vantagens?

Mercado secundário: como funciona e quais as vantagens?

O mercado secundário é um ambiente no qual os investidores conseguem negociar diretamente entre si, fora da bolsa ou dos bancos e corretoras.

Recentemente, falamos aqui sobre a estratégia de alongar o prazo dos investimentos. Segundo especialistas, a trajetória de alta da Selic pode estar próxima do fim. Logo, o alongamento dos prazos garantiria boas taxas para os investidores antes que os juros comecem a cair.

Mas o que isso tem a ver com o mercado secundário? É o que veremos a seguir. Se você também está pensando sobre o que fazer com os seus investimentos, continue a leitura e entenda como o mercado secundário pode lhe auxiliar nesse momento!

O que é mercado secundário?

Antes de mais nada, vamos entender o que significa mercado primário.

Publicidade
Publicidade

A primeira negociação de um ativo (seja um título de renda fixa ou ações, por exemplo) ocorre sempre no mercado primário. Nesse mercado, é o emissor do título quem o vende diretamente para o investidor.

As ofertas públicas de ações (IPO), e o follow-on são exemplos de mercado primário. Em ambos os casos, são as companhias que vendem as ações aos investidores, e os recursos vão para o caixa da emissora.

Por outro lado, no mercado secundário, são os próprios investidores que negociam os títulos entre si.

Em outras palavras, pode-se dizer que o mercado secundário oferece liquidez às operações do mercado primário.

Mas para que serve o mercado secundário?

Você pode estar pensando: por que negociar diretamente com um investidor? Qual a vantagem disso? Será que é seguro?

Digamos que você tenha um título que vence daqui a dois anos e só tem liquidez no vencimento. Porém, em função de uma necessidade ou de uma boa oportunidade financeira, você deseja resgatá-lo antes. Como o papel não tem liquidez imediata, a forma de negociá-lo é por meio do mercado secundário.

É por isso que se diz que o mercado secundário dá liquidez ao mercado primário.

Por um lado, ele ajuda o investidor que precisa dos recursos antes do vencimento do título. Por outro, oferece taxas interessantes para quem adquire o ativo, pois ele será negociado não ao preço de mercado, mas sim por uma taxa próxima à que foi adquirido originalmente.

E o que isso tudo tem a ver com alongar prazo dos investimentos?

Apesar de, atualmente, alongar prazo dos investimentos ser uma estratégia interessante, muitos investidores têm receio de fazer isso. Afinal, em um momento de tantas instabilidades (recessão, preços em alta, guerra na Ucrânia…) nunca se sabe quando se precisará de dinheiro para uma emergência, não é mesmo?

Mas é justamente para mitigar esse risco que serve o mercado secundário. Na EQI, essa estrutura é organizada de forma que os clientes que desejam sair de um ativo imputam suas ordens em um sistema. Por outro lado, os que desejam adquiri-lo, conseguem comprá-lo a taxas de retorno acima das que estão na plataforma da corretora.

Infográfico com funcionamento do mercado secundário da EQI

Reprodução/EQI

Um exemplo para entender melhor

Imagine que um cliente deseje vender um título de renda fixa, por exemplo. Nesse caso, a EQI encontra um comprador para esse título. Para fazer essa negociação, ou seja, aproximar vendedor e comprador, a corretora cobra uma comissão de aproximadamente 0,5% ao ano.

Denys Wiese, economista e head de Renda Fixa da EQI, explica que isso vale também para os títulos públicos. Nesse sentido, o investidor pode negociar no mercado secundário um Tesouro IPCA+ que vence em 2026 para adquirir outro que vença em 2050, por exemplo.

Aqui vai um ponto de atenção. Se o investidor comparar as taxas desses títulos com vencimentos diferentes, pode parecer que fique na mesma em termos de rendimento. No entanto, explica Wiese, um título mais longo é mais volátil e, por isso, o impacto da taxa de juros nele é maior.

“Então, se há expectativa de queda dos juros, conseguimos ganhar mais com a marcação a mercado no título de prazo mais longo.

Basicamente, a marcação a mercado é a correção do valor de um título de acordo com o preço do ativo em determinado dia. Clique no link abaixo, e entenda como isso afeta os títulos de renda fixa.

Por que alongar prazo dos investimentos?

Para exemplificar, considere três diferentes situações, da imagem abaixo:

infográfico com simulação de alongamento de prazo de títulos no mercado secundário

Simulação de alongamento de prazo. Fonte: EQI

A situação 1 se refere a um investidor que comprou um CDB prefixado de 1 ano, com rendimento de 13,5%. Ele optou por esse CDB porque queria deixar passar as eleições e não queria alongar prazo. Esse CDB venceu, e o investidor reaplicou o recurso agora a uma taxa de 10% (nesse momento, ele decidiu alongar o prazo, e comprou um de 4 anos).

A situação 2 se refere a um investidor que comprou um CDB de 5 anos, com taxa de 14% ao ano. E manteve assim até o final do prazo.

E a situação 3 se refere a um investidor que possuía um CDB que faltava um ano pro vencimento, comprado a uma taxa inferior. Ele decidiu sair do papel com um deságio de 5% e, com o recurso, comprou outro CDB, agora de 5 anos, a uma taxa de 14% a.a.

Observe que a melhor situação é a 1, em que, com capital novo, o investidor opta pelo CDB de 5 anos, taxa de 14%.

A segunda melhor situação é a 3, em que o investidor decide vender um título ruim e comprar um muito melhor e mais longo.

E a pior situação é a 2, em que o investidor continua com o CDB que ainda não venceu até o fim. Logo depois, renova a aplicação por uma taxa bem menor. No entanto, se colocássemos no cálculo o Imposto de Renda, a situação 2 pioraria ainda mais.

Atenção ao risco

Porém, Wiese faz um alerta ao investidor que deseja negociar títulos de prazos mais curtos para adquirir mais longos. É preciso ter consciência de que estará aumentando a volatilidade da carteira e, consequentemente, o risco.

“Se o mercado estressar e o juro subir mais um pouco, os títulos de prazos mais longos sofrem mais, pois são mais impactados. Da mesma forma, quando o juro cai, eles sobem mais do que os outros”, explica.

Na opinião dos especialistas da EQI, mesmo que fiquem mais vulneráveis ao risco, vale a pena hoje esse alongamento de prazo. “Não precisa fazer isso em toda a carteira, mas ao menos em uma parte é interessante”, orienta Wiese.

E como operar no mercado secundário?

As boas oportunidades do mercado de renda fixa acabam sendo mais limitadas quando comparadas às da renda variável. Por isso, para operar nesse mercado, é melhor escolher uma instituição financeira com uma base grande de clientes.

Valter Manfro, head de operações estruturadas da EQI, observa que a corretora possui mais de 55 mil investidores como clientes.

“O bom é que, no mercado secundário da EQI, o preço para ambas as partes (comprador e vendedor) é melhor do que o mercado normalmente pratica”, afirma Manfro.

Para participar do mercado secundário da EQI, basta o investidor falar com seu assessor de investimentos e dizer que está interessado em negociar determinado título.

“A partir disso, o assessor cadastrará o título no mercado secundário e a mesa vai atrás de alguém disposto a comprá-lo”.