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IFIX x Selic: por que a comparação não é totalmente válida?

IFIX x Selic: por que a comparação não é totalmente válida?

O Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu, na última quarta (21), manter a taxa Selic em 13,75% ao ano. A decisão não foi unânime, e ainda não é possível cravar se o ciclo de alta finalizou ou se ainda veremos mais um aumento nas próximas reuniões. Mas, uma coisa podemos afirmar: a Selic deverá se manter em patamares elevados pelos próximos meses. 

Se você investe em Fundos Imobiliários pode estar passando pelo seguinte dilema – e agora, o que fazer?

O gráfico a seguir, já bem conhecido entre investidores mais experientes, costuma aparecer com certa frequência nas redes sociais e blogs. Ele mostra a correlação negativa entre o IFIX e a taxa Selic e, em muitas vezes, é utilizado para mostrar como, historicamente, quem investiu em FIIs em períodos de Selic em alta conseguiu comprar a preços mais baixos e auferir um bom rendimento quando a Selic retornou a valores mais baixos.

Gráfico Selic x IFIX
Fonte: ComDinheiro

A correlação inversa (quando a Selic está em baixa,  o IFIX sobe, e vice-versa) é bem nítida, em especial até 2020. 

Mas, também podemos observar um certo avanço no comportamento do IFIX em relação às alterações na taxa de juros.

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Mesmo antes da taxa de juros começar a subir (ou cair), o IFIX já responde no sentido inverso. Isso ocorre porque a precificação dos FIIs é fortemente influenciada pelo prêmio das NTN-Bs (Tesouro IPCA+). Ou seja, como a precificação dos títulos públicos é feita com base nas curvas de mercado de derivativos, os chamados juros futuros, o IFIX responderá na mesma velocidade de alteração destas taxas.

Mas, esta não é a única variável que influencia o comportamento do mercado de FIIs. Algo muito importante a ser considerado é que a composição do IFIX também foi alterada significativamente ao longo dos últimos 10 anos.

Em 2011, os chamados “fundos de papel” representavam apenas 3% do índice.

Hoje, os FIIs de CRI somam aproximadamente 44% da composição do IFIX. Este é um dos motivos pelo qual não percebemos tão claramente a correlação inversa após 2020, quando já tínhamos cerca de 30% do IFIX sendo composto por fundos de papel. 

Juros altos, de modo geral, sinalizam uma tentativa de controle da inflação, e ambos potencializam o retorno dos fundos de papel que, atualmente, é o setor mais representativo do índice.

O mais importante para o investidor que busca uma fonte de renda mensal e deseja acumular patrimônio com FIIs é manter uma carteira de investimentos em FIIs diversificada também entre segmentos. Ajustes para aproveitar os ciclos são válidos e devem ser considerados, mas uma análise detalhada dos fatores que influenciam cada um dos segmentos não deve ser ignorada.

Na análise dos Índices Teva para fundos de papel e tijolo, mostrada no gráfico abaixo, fica evidente como essas duas grandes classes se comportaram de modo bem distinto desde março de 2021, quando os índices foram criados. 

Gráfico fundos de tijolo x fundos de papel
Fonte: ComDinheiro

Pode-se notar, em especial a partir de maio de 2021, uma tendência de recuperação dos chamados fundos de tijolo.

Agora que ficou clara a importância de diversificar sua carteira de FIIS, para te ajudar na análise e seleção de Fundos Imobiliários nós, da EQI Investimentos, preparamos um checklist que te ajudará a buscar e identificar os principais pontos de análise tanto para fundos de papel quanto de tijolo.

Por Carolina Borges, analista de FIIs da EQI Research