O financiamento de imóvel é, ainda hoje, a forma mais comum de aquisição da casa própria no Brasil. Apesar da popularidade, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre como funciona o processo, quais são os custos envolvidos e o que deve ser considerado antes de tomar essa importante decisão.
O que é financiamento de imóvel e como funciona?
De forma resumida, o financiamento funciona como um empréstimo de longo prazo. O banco ou instituição financeira paga o valor do imóvel diretamente ao vendedor (que pode ser uma construtora ou pessoa física) e, em troca, o comprador assume o compromisso de devolver esse valor ao banco com acréscimos de juros, seguros e custos operacionais ao longo de um período que pode variar entre 10 e 35 anos.
Como explica Caroline Weigmann, planejadora financeira, “o banco antecipa o valor do imóvel, paga ao vendedor, e você assume um compromisso de longo prazo com a instituição. A cada mês, você devolve uma parcela que inclui o valor principal mais os juros e taxas.”
Durante o período de financiamento, o imóvel permanece alienado ao banco. ou seja, ele serve como garantia da operação. Só ao fim do pagamento o comprador se torna o proprietário pleno do bem.
Para quem o financiamento de imóvel é mais indicado?
De acordo com Caroline, o financiamento é mais indicado para quem precisa do imóvel de forma imediata, mas ainda não possui o valor total para compra à vista. No entanto, ela reforça que é preciso mais do que vontade: “Não basta querer. É preciso passar por uma análise criteriosa do banco, que vai avaliar sua capacidade de pagamento, histórico de crédito, renda comprovada e outros fatores.”
Elias Wiggers complementa: “Essa é uma das principais formas de alavancagem das famílias brasileiras. Você está adquirindo um bem muito maior do que o dinheiro que acumulou até agora. É uma forma de se alavancar, e com isso vem também o risco.”
Quais são as etapas do financiamento de imóvel?
O processo de financiamento de imóvel passa por algumas etapas importantes, que podem levar de 60 a 90 dias, dependendo da instituição financeira e da situação do imóvel.
1. Simulação inicial
Nessa fase, o comprador avalia quanto poderá financiar e qual será o valor da parcela. A regra geral é que o valor da prestação não ultrapasse 30% da renda bruta.
2. Análise de crédito
O banco avalia a documentação, a comprovação de renda e o histórico financeiro do solicitante. Isso determina se a pessoa é ou não elegível para receber o crédito.
3. Análise do imóvel
A instituição financeira precisa garantir que o imóvel que será financiado está regular e pode ser utilizado como garantia.
4. Assinatura do contrato e registro em cartório
Com tudo aprovado, o banco paga o vendedor e o imóvel é registrado com alienação fiduciária.
5. Início dos pagamentos mensais
Você começa a pagar as parcelas mensais, que incluem amortização, juros e os seguros obrigatórios.
Quais são os custos reais de um financiamento de imóvel?
Um dos principais alertas de Caroline Weidmann é sobre os custos além dos juros. Segundo ela, “Muita gente olha apenas para a taxa de juros e esquece de considerar o custo efetivo total (CET), que inclui despesas como ITBI, custos cartorários, seguros obrigatórios e taxas administrativas.”
Além disso, o valor da entrada também precisa ser planejado. Geralmente, os bancos financiam até 80% do valor do imóvel, ou seja, o comprador precisa ter no mínimo 20% de entrada mais os custos extras.
Simulação prática de financiamento de imóvel
Caroline apresenta uma simulação real para facilitar a compreensão. Imagine um financiamento de R$ 400 mil: a renda bruta necessária gira entre R$ 15 mil e R$ 20 mil, dependendo da taxa de juros.
Na modalidade SAC, as parcelas começam acima de R$ 5 mil e vão diminuindo com o tempo. Já na Price, as parcelas são fixas, começam mais baixas, mas o custo final é maior.
“A modalidade SAC tem custo total menor, mas exige um esforço maior no início. Já a Price começa com parcelas mais acessíveis, o que pode ajudar quem está com o orçamento mais apertado, mas no fim das contas o valor pago em juros será maior. Se couber no seu bolso, vale optar pela SAC”, explica Caroline.
Comprar ou alugar? Qual é a melhor escolha?
A eterna dúvida entre financiar ou continuar no aluguel também foi discutida no episódio. Elias destaca que a decisão vai além da conta matemática: “Tem gente que paga pouco de aluguel e está bem com isso. Mas também existe o risco do proprietário pedir o imóvel de volta, o que gera insegurança. O imóvel próprio traz senso de pertencimento.”
Caroline reforça que o planejamento deve considerar fatores emocionais e psicológicos, e não apenas financeiros: “Comprar um imóvel tem muito a ver com o seu estilo de vida, sua rotina, sua tranquilidade. É uma escolha pessoal, não existe uma fórmula única.”
Financiamento de imóvel exige planejamento e atitude
Se você já entendeu que ter um imóvel próprio faz sentido para você e sua família, não adie o plano. Seja via consórcio ou financiamento de imóvel, o importante é agir com planejamento.
“Decidiu que quer ter um imóvel? Não fica parado. Comece o planejamento ou busque o financiamento. O momento perfeito raramente chega, mas agir com consciência e orientação faz toda a diferença”, conclui Caroline.
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