Vivendo de Renda com Ações
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Educação Financeira
Artigos
Veja 7 estratégias para preservar patrimônio, segundo especialista da EQI

Veja 7 estratégias para preservar patrimônio, segundo especialista da EQI

Construir um patrimônio é um trabalho de anos — fruto de disciplina, boas decisões e muito esforço. Mas garantir que esse legado continue crescendo e protegido exige outro tipo de habilidade: adotar uma estratégia para preservar patrimônio que seja sólida e consistente.

“Nada adianta construir sem conseguir manter”, resume Allan Teixeira, planejador financeiro da EQI Investimentos.

Com base nos principais pilares de blindagem patrimonial apresentados por Teixeira, o portal EuQueroInvestir reuniu sete estratégias para proteger e perpetuar seu patrimônio, mantendo a segurança financeira no presente e no futuro.

1. Priorize ativos e evite passivos

O ponto de partida é entender o que faz o dinheiro trabalhar a seu favor.

Os ativos são bens e investimentos que geram retorno — dividendos, aluguéis ou valorização.

Publicidade
Publicidade

Já os bens passivos são patrimônios de uso, como carros, lanchas ou casas de praia, que geram despesas e perdem valor ao longo do tempo.

“Esse com certeza é o maior vilão que tornam as pessoas financeiramente bem-sucedidas para estarem depreciando ou diminuindo seu patrimônio”, alerta Teixeira.

O erro comum, explica o planejador, é trocar ativos que produzem renda por bens de consumo de alto custo. Esse comportamento cria um ciclo de depreciação que reduz gradualmente a capacidade de geração de riqueza.

Manter o equilíbrio entre conforto e rentabilidade é essencial — ter ativos que rendem é o que dá sustentação a todos os outros pilares da preservação patrimonial.

2. Estruture sua aposentadoria para a longevidade

A independência financeira de longo prazo depende de uma organização criteriosa das reservas.

O planejador financeiro recomenda dividir o patrimônio em “caixinhas” com propósitos distintos, e uma delas deve ser exclusiva para a aposentadoria.

A regra de ouro é simples: retire apenas a rentabilidade real da carteira, preservando o valor principal.

“Quando a gente fala da reserva de aposentadoria, o ideal é você retirar apenas a rentabilidade real dessa carteira. Desta maneira, você de fato cria sua independência financeira.”

Essa prática transforma a aposentadoria em uma fonte de renda perpétua. O capital continua investido e gerando frutos, o que permite usufruir dos ganhos sem comprometer o montante que garante o sustento no futuro.

Segundo Teixeira, essa mentalidade é o que diferencia quem busca estabilidade duradoura de quem apenas acumula recursos a curto prazo.

3. Diversifique sua carteira de investimentos

A diversificação é o escudo natural contra as incertezas do mercado. Uma carteira bem distribuída reduz riscos e protege o investidor das flutuações econômicas.

“O assessor vai ser o profissional habilitado para fazer uma diversificação de ativos na carteira, mantendo-a preparada para essa flutuação econômica do país em função da nossa política”, explica Teixeira.

Mais do que repartir entre renda fixa e variável, a diversificação deve alcançar diferentes setores, classes e geografias.

“Até o próprio americano não tem 100% do dinheiro dele em dólar. Usando uma sensatez, não deveríamos ter 100% do nosso capital em reais”, compara o planejador.

Ao incluir ativos internacionais — ações, ETFs ou fundos globais — o investidor diminui a exposição a riscos locais e à desvalorização cambial. Essa estratégia não apenas protege o patrimônio, mas também abre espaço para oportunidades de crescimento em economias mais estáveis.

Teixeira reforça que a orientação profissional é crucial para definir a proporção ideal de cada classe de ativo conforme o perfil de risco e os objetivos de vida de cada investidor.

Leia também:

4. Faça uma gestão de riscos eficaz

Preservar patrimônio vai além de investir bem — é proteger-se do imprevisto. Eventos raros, mas de grande impacto, podem comprometer anos de construção financeira. Allan Teixeira chama esses imprevistos de “efeitos de cauda”: acontecimentos improváveis que, quando ocorrem, têm poder de desestruturar todo o planejamento.

A estratégia ideal combina transferência e absorção de riscos.

A transferência acontece quando o investidor utiliza seguros adequados para proteger-se de perdas catastróficas, como uma doença grave, invalidez ou morte. Já a absorção depende de uma reserva de emergência sólida, o famoso “colchão de segurança”.

“Uma parte do seu dinheiro tem que estar sendo reservada para longo prazo, mas uma parte tem que ser feita a curto prazo”, explica o planejador.

Ter liquidez imediata garante que o investidor não precise se desfazer de bons ativos em momentos de estresse. É essa combinação de prevenção e liquidez que mantém o patrimônio estável diante de crises pessoais ou macroeconômicas.

5. Planeje a sucessão e a proteção jurídica

Falar sobre sucessão patrimonial ainda é um tabu para muitas famílias, mas deveria ser uma etapa natural do planejamento financeiro. Segundo Teixeira, antecipar o processo é uma forma de proteger os herdeiros e evitar que parte significativa do patrimônio seja perdida em burocracias ou impostos.

“Falar sobre sucessão faz parte de um planejamento financeiro, e entender quais são as suas estratégias para isso e revisar elas é fundamental”, afirma.

Uma das estratégias mais eficientes é a diversificação jurídica, que consiste em usar instrumentos legais para facilitar a transmissão dos bens e reduzir a carga tributária sobre o processo.

Entre as ferramentas mais comuns estão:

Teixeira destaca que não existe fórmula única.

“A sucessão patrimonial não é uma disputa entre qual ferramenta é melhor, e sim uma soma de ferramentas”, observa.

O planejador lembra que instrumentos antes populares, como os Fundos Exclusivos, perderam parte de sua atratividade após mudanças tributárias recentes — reforçando a importância de revisar periodicamente a estratégia para ajustá-la à legislação vigente e à estrutura familiar de cada investidor.

6. Otimize sua carga tributária

Outro pilar essencial da preservação patrimonial é o planejamento tributário, ferramenta que atua tanto na geração de renda quanto na transmissão de herança.

“O planejamento tributário é fundamental para o aumento e preservação patrimonial”, reforça Teixeira.

Na prática, ele atua em duas frentes principais:

  1. Na geração de renda, por meio da elisão fiscal — o uso de estratégias legais que reduzem o Imposto de Renda e aumentam o capital disponível para reinvestimentos;
  2. Na sucessão, ao minimizar o impacto do ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação), garantindo que uma fatia maior do patrimônio chegue aos herdeiros.

Outro ponto crítico é a liquidez sucessória. Mesmo famílias com grandes patrimônios podem enfrentar dificuldades para pagar custos de inventário e impostos, o que pode levar à venda de ativos importantes em momentos inoportunos. Planejar com antecedência evita que a falta de liquidez corroa o valor do legado.

7. Revise seu planejamento periodicamente

Um bom plano financeiro não é estático. À medida que a vida muda — novos investimentos, casamento, filhos, crescimento profissional —, o planejamento precisa ser ajustado.

“O planejamento deve ser revisado constantemente, porque se o patrimônio crescer significativamente, a gente tem que mudar todas as estruturas para que acompanhem esse crescimento patrimonial”, explica Teixeira.

A revisão periódica garante que cada estratégia continue coerente com o tamanho e o perfil do investidor. Em um dos casos citados por Allan, um planejamento feito cinco anos antes, que era totalmente adequado à época, tornou-se defasado após a expansão significativa do patrimônio do cliente.

Esse tipo de acompanhamento é o que separa uma boa estrutura financeira de um verdadeiro projeto de perpetuação de riqueza.

Conclusão

Preservar patrimônio é um processo ativo e contínuo — e, acima de tudo, integrado.

Começa pela disciplina de investir em ativos produtivos, passa pela estruturação de uma aposentadoria sustentável e pela diversificação de riscos, e se consolida com o planejamento sucessório e tributário.

Essas camadas, combinadas e revisadas com regularidade, garantem que o patrimônio não apenas se mantenha, mas também cresça com segurança.

Como resume Allan Teixeira, “a verdadeira blindagem patrimonial não está em proteger o dinheiro, e sim em fazer com que ele continue gerando valor ao longo das gerações”.