O Dia da Poupança, comemorado nesta terça-feira (31), foi criado para conscientizar as pessoas sobre a necessidade do ato de guardar dinheiro. Apesar de transformadora para o brasileiro, que não tem o hábito de poupar, a poupança não é vantajosa como investimento.
Segundo os dados mais recentes do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), há 240,76 milhões de contas ativas na caderneta, com aproximadamente R$ 925 bilhões investidos.
Por que fugir da poupança?
A poupança vem perdendo recursos em série desde 2021, com o impacto negativo da inflação elevada no país, o que resultou em maior endividamento das famílias – além dos juros altos. Em 2022, o saldo da poupança foi negativo em R$ 103,237 bilhões, no pior ano na história da aplicação, que teve série iniciada em 1995.
A poupança também não acompanha a inflação, o que significa que você aplica o dinheiro e, depois de fazer o cálculo do impacto da alta de preços, descobre que perdeu dinheiro ao invés de ter rendimento.
Desde março de 2021, o Banco Central vinha elevando os juros para conter a inflação, o que resultou em uma taxa Selic de 13,75% ao ano até o início de agosto deste ano, quando fez um primeiro corte de 0,5 ponto percentual.
Mesmo com a redução da taxa Selic, o patamar atual de 12,75%, em dois dígitos, ainda é alto.
Um bom caminho para o dinheiro não perder o seu valor ao longo dos anos é a diversificação.
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Renda fixa: o que substitui a poupança
Atualmente, a melhor rentabilidade é a oferecida por Certificados de Depósito Bancário (CDBs), também considerados seguros e com cobertura do FGC para aplicações de até R$ 250 mil.
Além disso, Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de crédito do agronegócio (LCA) também têm um rendimento melhor e são isentas de Imposto de Renda (IR).
A poupança também perde para o Tesouro Selic, com uma diferença de R$ 80 bilhões para o valor total investido atualmente.
O custo de oportunidade da poupança é alto, já que impede ganhos maiores em outras aplicações.
Atualmente, com a Selic a 12,75% ao ano, a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR), hoje em 0,11% ao mês (1,33% ao ano), mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano). Caso a Selic fique em 8,5% ao ano ou abaixo, o retorno da caderneta voltará a ser de 70% da Selic mais TR.
Poupança: o que muda com a Selic
A mudança na Selic afeta o rendimento da poupança, mas nem sempre de forma proporcional.
Para entender como a poupança se comporta com a taxa Selic, é importante saber que existem dois cenários distintos:
- Taxa Selic acima de 8,5% ao ano: Nesse caso, a poupança rende 0,5% sobre o valor depositado, acrescido da Taxa Referencial.
- Taxa Selic igual ou abaixo de 8,5% ao ano: Com a Selic nesse patamar, a poupança rende apenas 70% da taxa básica de juros, também acrescido da Taxa Referencial.
Portanto, sempre que a Selic estiver abaixo de 8,5%, o rendimento da poupança acompanha o movimento da taxa básica de juros. Já quando a Selic ultrapassa esse limite, como é o caso atual, a poupança passa a render de forma fixa, em 0,5% ao mês, mais a Taxa Referencial.
Dessa forma, se você investir R$ 1 mil na poupança com a taxa atual, verá seu dinheiro render cerca de R$ 62,60 em um ano, considerando a rentabilidade de 0,50% ao mês mais a Taxa Referencial. Vale lembrar que quanto mais tempo o dinheiro permanecer aplicado, maior será o rendimento.
A Selic é uma referência importante para a economia do país e serve como uma ferramenta para controlar a inflação, refletindo a situação econômica do Brasil.
A queda ou aumento da taxa Selic afeta diferentes setores da vida financeira das pessoas, incluindo a inflação, o rendimento de investimentos e as taxas de empréstimos. Cada setor reage de maneira distinta às mudanças na taxa básica de juros.
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