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Galípolo: Copom tem “todas as opções em aberto”

Galípolo: Copom tem “todas as opções em aberto”

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, voltou a falar sobre a possibilidade de alta da Selic, taxa básica de juros da economia, nesta segunda-feira (19), durante evento em Belo Horizonte.

Galípolo, que é o favorito para substituir Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central, esclareceu os motivos pelos quais a instituição, após ter iniciado um ciclo de cortes na taxa de juros, agora considera a possibilidade de voltar a aumentá-la se for necessário.

Galípolo: Selic sobe se dados mostrarem ser necessário

O diretor do BC destacou que houve um agravamento nas projeções de inflação, o que gera preocupação, já que as expectativas desempenham um papel crucial na evolução da inflação.

“Um fator agravante é que a revisão das expectativas de inflação ocorreu simultaneamente a um aumento nas projeções para a taxa de juros no próximo ano. Essa combinação é mais desconfortável do que a que tínhamos antes, pois o mercado passou a prever mais inflação e juros mais altos”, explicou.

Ele mencionou que essa deterioração nas expectativas inflacionárias foi influenciada pela recente volatilidade do câmbio, que subiu de cerca de R$ 5 em março para quase R$ 5,90 nos últimos dias. Além disso, os dados da atividade econômica têm surpreendido positivamente, demonstrando uma resiliência maior do que a esperada.

Galípolo também apontou a mudança no cenário externo como um dos fatores para a intensa volatilidade nos ativos financeiros. Ele mencionou a postergação do início do ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos, o que gerou incertezas sobre o futuro da economia americana, com o mercado oscilando entre três cenários possíveis: “no landing” (reaquecimento da economia), “soft landing” (desaceleração suave) e “hard landing” (desaceleração acentuada). Atualmente, o mercado parece estar convergindo para o cenário de um “soft landing“, segundo Galípolo.

Galípolo: toda a diretoria do BC está disposta a elevar juros

No cenário doméstico, o diretor observou que havia ceticismo no mercado quanto à disposição do Banco Central em aumentar os juros, caso necessário.

“Toda a diretoria, incluindo os membros indicados pelo governo, está disposta a elevar as taxas de juros se necessário. Foi importante dissipar esse ceticismo, e a recente entrevista do presidente Lula, indicando que os novos indicados trabalharão dentro da institucionalidade do Banco Central, também contribuiu nesse sentido”, afirmou.

Possibilidade de alta não deve ser interpretada como guidance

Apesar dessas declarações, Galípolo frisou em várias ocasiões que as sinalizações do Copom sobre a possível retomada do aperto monetário não devem ser interpretadas como um “guidance”, e que a comunicação está alinhada ao que foi destacado na ata do Copom.

Ele ressaltou que ainda faltam quatro semanas para a próxima decisão e que muitos dados relevantes serão considerados até lá.

“Vamos para a próxima reunião do Copom com todas as opções em aberto”, concluiu.

Em relação à institucionalidade do Banco Central, Galípolo enfatizou que não há divergências entre suas declarações e a ata do Copom. Ele destacou que sua intenção foi apenas apontar que, na sua visão, o balanço de riscos está assimétrico, com maior probabilidade de alta na inflação, mas que isso não implica em uma orientação prévia das ações do BC.

Quando questionado sobre como seria sua atuação como presidente do BC, e se adotaria uma política de juros mais baixos sob pressão de Lula, Galípolo afirmou que seguirá o arcabouço institucional do BC, que é claro quanto à missão do diretor de perseguir a meta de inflação estabelecida.

Ele destacou que a autonomia do BC permite que ele persiga essa meta, mas que a definição da meta é prerrogativa do Conselho Monetário Nacional e que cabe ao BC trabalhar dentro desse marco.

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