A nomeação de Gabriel Galípolo, atual diretor de política monetária, à presidência do Banco Central (BC) é praticamente confirmada nos corredores do Senado.
O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), Vanderlan Cardoso (PSD-GO), afirmou ao jornal Folha de S. Paulo que não há expectativa de surpresas de última hora quanto à indicação do novo chefe da autarquia. A comissão, responsável por sabatinar e votar a indicação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deve agilizar o processo, que ainda precisará ser ratificado pelo plenário da Casa.
Embora alguns senadores da CAE prefiram que a nomeação ocorra em setembro, após a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 17 e 18, o mercado financeiro já trabalha com a possibilidade de um anúncio em agosto.
Na ala mais à esquerda do Partido dos Trabalhadores (PT), a indicação de Galípolo é recebida com tranquilidade, com a expectativa de que ele adote uma postura diferente da atual no comando do BC.
Galípolo reafirma possibilidade de alta de juros
Em um evento em São Paulo na segunda (12), Galípolo comentou sobre a possível alta da taxa Selic, reafirmando que a opção está em discussão no Copom. Ele destacou que, apesar da mudança na comunicação do BC, que agora considera a manutenção de uma taxa de juros mais restritiva, a alta da Selic não foi descartada. “Isso não é a realidade do diagnóstico do Copom. A alta está na mesa, sim, do Copom, e a gente quer ver como isso vai se desdobrar”, afirmou.
Quando questionado sobre a possibilidade de substituir Roberto Campos Neto na presidência do BC, Galípolo evitou se comprometer, lembrando que a decisão cabe exclusivamente ao presidente da República. Com a indicação prevista, Galípolo reconheceu a necessidade de conquistar credibilidade, especialmente diante da chegada de novos dirigentes ao BC. “Preciso conquistar credibilidade de que minhas falas e ações se deem em maneira coerente”, concluiu.
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