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Ata do Copom revela duas hipóteses: juro alto por mais tempo ou nova alta

Ata do Copom revela duas hipóteses: juro alto por mais tempo ou nova alta

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgou nesta terça-feira (6) a ata de sua 264ª reunião, realizada nos dias 30 e 31 de julho, na qual, por unanimidade, foi decidido manter a Selic, taxa básica e juros, em 10,5%.

A novidade da ata ficou por conta de o comitê salientar que não hesitará em elevar os juros se julgar apropriado. O comitê admite que trabalha com duas hipóteses: a primeira, manter a taxa de juros alta por tempo suficientemente longo ou elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado. 

“O cenário marcado por projeções mais elevadas e mais riscos para a alta da inflação é desafiador, e o Comitê avalia que o desenrolar do cenário será particularmente importante para definir os próximos passos de política monetária. Desse modo, o Comitê, unanimemente, avalia que o momento corrente é de ainda maior cautela e de acompanhamento diligente dos condicionantes da inflação, sem se comprometer com estratégias futuras”, pondera.

Ata do Copom: cenário mais desafiador

O Comitê avalia que o cenário prospectivo de inflação se tornou mais desafiador, com o aumento das projeções de inflação de médio prazo, o que exige um a política monetária ainda mais cautelosa.

No caso da economia norte-americana, as incertezas quanto ao ritmo da atividade econômica persistem, sendo que os dados atuais sugerem resiliência, mas observa-se também uma desaceleração nos dados de emprego e as condições financeiras se mantêm apertadas por um período já prolongado. “De todo modo, vislumbra-se um cenário de redução gradual da inflação e da atividade e um início cauteloso da flexibilização monetária”.

O Comitê reiterou que não há relação mecânica entre a condução da política monetária norte-americana e a determinação da taxa básica de juros doméstica, tampouco entre a taxa de câmbio e a determinação doméstica da taxa de juros.

No cenário doméstico, o mercado de trabalho e a atividade econômica, em particular o consumo das famílias, têm surpreendido e divergido do cenário de desaceleração previsto. Além disso, houve nova elevação das projeções de inflação para o horizonte relevante de política monetária, não obstante nova elevação na trajetória da taxa Selic extraída da pesquisa Focus. As expectativas de inflação apresentaram desancoragem adicional desde a reunião anterior, frisa o Copom.

Internamente, o Copom reforçou o que já tinha dito no comunicado da decisão de juros, que o horizonte relevante para a política monetária é de seis trimestres à frente, correspondendo, agora, ao primeiro trimestre de 2026.

E que, apesar de haver um processo de desinflação em curso, tanto no cenário-base quanto no alternativo, a inflação segue acima da meta de 3% no horizonte relevante.

Projeções para a inflação: cenário-base e alternativo

As projeções de inflação no cenário-base situam-se em 4,2% para 2024 e 3,6% para 2025. Nesse cenário, as projeções para a inflação de preços administrados são de 5% em 2024 e 4% em 2025. No cenário alternativo, no qual a taxa Selic é mantida constante ao longo do horizonte relevante, as projeções de inflação situam-se em 4,2% para 2024 e 3,4% para 2025.

“No cenário de referência, a projeção da inflação acumulada em quatro trimestres para o primeiro trimestre de 2026 é 3,4% e, no cenário alternativo, a projeção é de 3,2%”, aponta o comitê.

Tá, e aí?Stephan Kautz

Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, a ata do Copom não trouxe muita novidade e serviu mais para explicitar informações que já estavam contidas no comunicado divulgado após a decisão de taxa de juros.

“A ata mostra um Banco Central muito preocupado com taxa de câmbio, mas inseguro ainda quanto aos efeitos finais desta. O Copom está ganhando tempo e olhando para ver o impacto final desses movimentos”, avalia.

Kautz destaca que, na ata, ficou claro que, se o Copom tiver que fazer algum movimento daqui em diante, será o de subir juros, mas que mantém a possibilidade de que apenas mantendo a taxa de juros por um longo período será possível levar a inflação para próximo da meta. “É o que vemos no cenário alternativo apresentado na ata, com Selic constante”.

Para a EQI Asset, a projeção para a Selic segue em 10,50% até o final deste ano.

Ouça o áudio na íntegra:

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