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100 dias de Trump: indefinição sobre tarifas e popularidade em queda

100 dias de Trump: indefinição sobre tarifas e popularidade em queda

Nesta terça-feira (29), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, completa 100 dias de seu segundo mandato na Casa Branca. O período foi marcado por reviravoltas na política externa, medidas econômicas controversas e uma queda acentuada na popularidade, segundo pesquisas de opinião.

Desde que reassumiu o cargo em 20 de janeiro de 2025, Trump tem adotado uma postura agressiva e imprevisível. Lançou uma guerra tarifária global sem precedentes, cortou ajuda externa e propôs medidas radicais como a anexação da Groenlândia, o retorno do controle do Canal do Panamá e até a incorporação do Canadá como o 51º estado norte-americano.

A retórica de Trump desafia abertamente as normas que sustentaram a ordem mundial desde a Segunda Guerra Mundial. E a comunidade internacional ainda tenta compreender as consequências do novo posicionamento dos EUA. “O mundo está mais instável. Mas é a fragilidade americana que salta aos olhos”, avalia Marink Martins, analista internacional do EQI+.

foto de Donald Trump: 100 dias de governo
Foto: Reprodução/Instagram

100 dias de Trump: guerras comerciais e diplomacia conturbada

Uma das principais marcas dos primeiros 100 dias de Trump foi a imposição de tarifas comerciais severas contra dezenas de países. A iniciativa, que visa proteger trabalhadores americanos e “responsabilizar a China”, segundo o governo, gerou instabilidade nos mercados, enfraqueceu o dólar e provocou receios sobre uma recessão global.

Ao mesmo tempo, Trump redefiniu a postura dos EUA em relação à guerra na Ucrânia, distanciando-se de Kiev e aproximando-se de Moscou. Em fevereiro, protagonizou um embate tenso com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, alimentando temores de que forçará a Ucrânia a aceitar concessões territoriais.

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Em outra frente, sugeriu transformar Gaza em um resort turístico ao estilo Riviera, proposta vista por analistas como mais um exemplo de sua diplomacia não convencional — e, para muitos, imprudente.

Especialistas indicam que, por trás das “bravatas”, pode haver uma tentativa de restabelecer um sistema de esferas de influência à moda da Guerra Fria. No entanto, a ausência de um plano concreto e a linguagem extrema lançam dúvidas sobre a viabilidade e os riscos das estratégias adotadas.

Popularidade em queda

Enquanto as medidas de Trump sacodem o cenário internacional, sua aprovação interna despenca. Pesquisa do instituto Ipsos, em parceria com o Washington Post e a ABC News, revelou que apenas 39% dos americanos aprovam sua gestão, contra 55% que a desaprovam. Trata-se da pior avaliação para um presidente dos EUA em 100 dias, em 80 anos.

A percepção negativa se intensifica com indicadores econômicos preocupantes: 73% dos entrevistados acreditam que a economia vai mal, e 41% relatam piora em suas finanças pessoais desde a posse de Trump.

Outro levantamento, da CNN, confirma o desgaste. Com apenas 41% de aprovação, o índice do republicano é o mais baixo desde a era Dwight David Eisenhower, refletindo uma queda de sete pontos desde fevereiro.

foto de Donald Trump no Salão Oval com convidados
Foto: Reprodução/Instagram

Tentativa de recuperação

Diante do cenário adverso, Trump corre para reverter a maré. Promete apresentar nesta semana um projeto de lei robusto, com medidas de segurança nas fronteiras e cortes nos gastos públicos, em um esforço para marcar positivamente a data dos 100 dias.

Apesar da ofensiva retórica da Casa Branca, que acusa a administração Biden de “liderança irresponsável” e defende as ações de Trump como necessárias, cresce a pressão, inclusive dentro do Partido Republicano, por um ajuste de rumo.

Com a guerra tarifária em curso, tensões diplomáticas em alta e a desaprovação popular crescente, os próximos meses serão decisivos para Trump — e para o papel dos EUA no mundo.