Nas altas e baixas do Ibovespa desta terça-feira (25), a Usiminas (USIM5) lidera os ganhos impulsionada pela alta do minério de ferro em Dalian, enquanto a MBRF (MBRF3) concentra o principal recuo do pregão após divulgar que elevou em 8% a produção de kits natalinos para 2025 — item que representa um terço das vendas sazonais da companhia.
Usiminas puxa altas com minério em Dalian; Natura, Vamos, C&A e Vivara sobem com juros futuros em queda
A Usiminas avança nas altas e baixas acompanhando o desempenho positivo do minério de ferro no porto de Dalian, que sustenta o otimismo para siderúrgicas e empresas ligadas ao setor.
O alívio nos juros futuros também favorece ações sensíveis ao custo de capital. Os principais contratos recuam entre 7 e 35 pontos-base ao longo da manhã:
- DI jan/27: 13,35% (−0,11 p.p.)
- DI jul/27: 13,13% (−0,15 p.p.)
- DI jan/28: 12,86% (−0,23 p.p.)
- DI jan/29: 12,83% (−0,27 p.p.)
- DI jan/32: 13,295% (−0,15 p.p.)
Com isso, Natura (NATU3), Vamos (VAMO3), C&A (CEAB3) e Vivara (VIVA3) operam em alta, beneficiadas pela melhora marginal no ambiente de juros e por fluxo comprador em setores de consumo e varejo.
A Raízen (RAIZ4) aparece entre as altas mais moderadas, recuperando parte das perdas recentes.
Maiores altas do Ibovespa
- Usiminas (USIM5): +4,09%
- Natura (NATU3): +4,15%
- Vamos (VAMO3): +3,41%
- C&A (CEAB3): +3,13%
- Vivara (VIVA3): +2,90%
MBRF lidera quedas; petróleo derruba PRIO e Petrorecôncavo, e Braskem recua
Na ponta negativa das altas e baixas, a MBRF lidera as perdas após informar que aumentou em 8% a produção de kits natalinos para 2025. Embora o dado faça parte da dinâmica operacional da empresa, o mercado realiza lucros após recentes oscilações, e o papel recua.
A queda do petróleo pressiona empresas do setor:
- Brent opera abaixo de US$ 63, em baixa,
- WTI cai para a casa dos US$ 57, também em queda,
pesando sobre PRIO (PRIO3) e Petrorecôncavo (RECV3).
A Braskem (BRKM5) também recua em um dia mais cauteloso para o setor petroquímico, enquanto a Auren (AURE3) fecha o grupo das maiores baixas mesmo sem gatilhos corporativos.
Maiores baixas do Ibovespa
- MBRF (MBRF3): −2,88%
- Braskem (BRKM5): −2,73%
- PRIO (PRIO3): −2,21%
- Auren (AURE3): −1,91%
- Petrorecôncavo (RECV3): −1,67%
Altas e baixas: contexto do mercado
O mercado local acompanha de perto a participação de Galípolo na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Ao falar aos senadores, o presidente do BC reiterou que a autoridade monetária não pode mirar a banda superior da meta de inflação, de 4,5%, mas sim o centro, de 3%. Ele destacou que, mesmo com a desaceleração recente dos índices de preços, a diretoria ainda está insatisfeita com o nível da inflação, o que justifica a manutenção da taxa Selic em patamar restritivo.
A cena política adiciona ruído ao pregão. A crise entre o governo e o Congresso ganhou um novo capítulo com o rompimento das relações políticas entre o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (RJ). Paralelamente, no Senado, avança uma pauta-bomba que prevê aposentadoria especial e integral para agentes comunitários de saúde, com impacto estimado de R$ 11 bilhões em três anos.
Do lado dos fundamentos, o Banco Central divulgou déficit em transações correntes de US$ 5,121 bilhões em outubro, com o saldo em 12 meses equivalente a 3,48% do PIB, acima das expectativas de mercado. Por outro lado, os investimentos diretos no País (IDP) somaram quase US$ 11 bilhões no mês, superando com folga as projeções e ajudando a compensar a piora das contas externas no curto prazo.
Indicadores de atividade também seguem no radar. Pela manhã, foram divulgados dados de confiança do setor de construção e do INCC-M, que voltaram a mostrar pressão de custos no segmento, ao mesmo tempo em que a confiança avançou em novembro.
E no exterior
No cenário internacional, os mercados operam em compasso de espera após uma forte recuperação em Wall Street na segunda-feira, impulsionada por ações de tecnologia e empresas ligadas à inteligência artificial. Ainda assim, os índices futuros dos EUA recuam nesta terça-feira, refletindo alguma realização de lucros e a reavaliação das altas recentes.
O foco continua nos próximos passos do Federal Reserve (Fed). Os dados de inflação ao produtor (PPI) de setembro vieram em linha com o esperado no índice cheio e ligeiramente abaixo das projeções no núcleo, reforçando a leitura de que as pressões inflacionárias seguem em processo de acomodação. Já as vendas no varejo avançaram menos do que o previsto, sugerindo algum arrefecimento da demanda das famílias.
Esses números, somados aos sinais de perda de força no mercado de trabalho — com leitura mais fraca do emprego privado — alimentaram a aposta de que o Fed pode realizar mais um corte de 0,25 ponto percentual em dezembro. As probabilidades implícitas nos contratos futuros de juros acompanham essa mudança de percepção, com chance superior a 80% de redução da taxa básica já na próxima reunião.
Na Europa, as bolsas operam sem direção única, em meio à divulgação de dados de atividade, como o PIB da Alemanha, e indicadores de confiança do consumidor em grandes economias do bloco. Investidores também monitoram a temporada de resultados corporativos e as discussões sobre política fiscal nos principais países da região.
Na Ásia, os mercados encerraram o pregão em alta, acompanhando o rali de tecnologia em Nova York e o avanço das discussões sobre inteligência artificial entre gigantes globais do setor. A percepção de que o ciclo de cortes de juros nos EUA pode ganhar tração nos próximos meses oferece suporte adicional aos ativos de risco na região.
No mercado de commodities, o petróleo recua de forma mais forte, em meio a notícias sobre negociações de paz envolvendo Rússia e Ucrânia e à reavaliação das perspectivas de demanda global. Já os investidores seguem atentos aos desdobramentos no mercado de metais industriais e ao ritmo de crescimento da China, importante referência para o minério de ferro e para empresas ligadas ao setor de mineração.
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