Nas altas e baixas do Ibovespa desta sexta-feira (14), a Braskem (BRKM5) lidera os ganhos após rumores de mudança no bloco de controle. A MBRF (MBRF3) também sobe com repercussão do 1º balanço pós‐combinação e recompras, enquanto Magazine Luiza (MGLU3), Localiza (RENT3) e C&A (CEAB3) acompanham o alívio dos juros futuros.
Do lado negativo das altas e baixas, Hapvida (HAPV3) renova quedas, com Yduqs (YDUQ3), Cemig (CMIG4), IRB (IRBR3) e Cogna (COGN3) em baixa.
Braskem puxa ganhos; MBRF segue firme e consumo reage a queda dos DIs
A Braskem sobe forte depois de notícias de que a Novonor está perto de um acordo com credores para vender sua fatia a um fundo gerido pela IG4 Capital, em um desenho que dividiria o controle com a Petrobras (PETR4) e daria liderança à IG4 após o aval do Cade.
A MBRF (MBRF3) avança com leitura positiva do 3TRI25 (receita de R$ 42 bi, EBITDA ajustado de R$ 3,5 bi e lucro ajustado de R$ 680 mi) e extensão do programa de recompra (até 64,6 mi de ações até 24/03/2027).
No varejo e serviços, MGLU3 e CEAB3 ganham tração com juros futuros em queda ao longo da curva (DIs de 2026 a 2030 recuam na margem).
Já a Localiza sobe após reportar lucro líquido ajustado de R$ 871 mi, EBITDA ajustado de R$ 3,54 bi e receita líquida de R$ 10,7 bi no 3TRI25, além do acordo para vender 100% da Voll (valuation de R$ 606 mi) — a Localiza Fleet receberá R$ 382 mi em três parcelas anuais, mantendo parceria comercial.
Maiores altas do dia
| Nome | Último (R$) | Variação (R$) | Var. (%) |
|---|---|---|---|
| Braskem PN (BRKM5) | 8,11 | +0,72 | +9,74% |
| Marfrig Global Food (MBRF3) | 23,68 | +1,89 | +8,67% |
| Magazine Luiza ON (MGLU3) | 9,53 | +0,47 | +5,19% |
| Localiza ON (RENT3) | 44,19 | +2,15 | +5,11% |
| C&A Modas ON (CEAB3) | 17,72 | +0,63 | +3,69% |
Hapvida lidera quedas; Yduqs e Cemig recuam; IRB e Cogna também caem
Na ponta negativa das altas e baixas, Hapvida permanece pressionada após o 3TRI25, ontem (13) as ações recuaram mais de 40%, com investidores ainda ajustando as projeções diante da sinistralidade mais alta e do EBITDA ajustado em queda.
A Yduqs (YDUQ3) cai após divulgar lucro líquido de R$ 97,9 mi (−35,5% a/a), receita líquida de R$ 1,35 bi (+3,5% a/a) e margens pressionadas por custos e resultado financeiro.
A Cemig (CMIG4) recua com lucro líquido de R$ 796,7 mi (−75,7% a/a) e compressão do lucro bruto, enquanto IRB (IRBR3) e Cogna (COGN3) acompanham o movimento de realização no setor.
Maiores quedas do dia
| Nome | Último (R$) | Variação (R$) | Var. (%) |
|---|---|---|---|
| Hapvida ON (HAPV3) | 17,65 | −1,24 | −6,56% |
| YDUQS ON (YDUQ3) | 12,79 | −0,75 | −5,54% |
| Cemig PN (CMIG4) | 11,30 | −0,57 | −4,80% |
| IRB Brasil ON (IRBR3) | 48,89 | −2,03 | −3,99% |
| Cogna ON (COGN3) | 3,50 | −0,08 | −2,23% |
Altas e baixas: contexto do mercado
Os investidores reagem principalmente às notícias ligadas à Vale (VALE3). A mineradora informou que deve registrar uma provisão adicional de aproximadamente US$ 500 milhões em suas demonstrações financeiras de 2025, relacionada às obrigações pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG).
A decisão vem após tribunal britânico apontar responsabilidade da BHP (BHP) no desastre. As ações da Vale chegaram a cair cerca de 1% na abertura, puxando para baixo o Ibovespa e limitando qualquer tentativa de recuperação mais firme do índice.
No campo macroeconômico, o dia é de atenção aos dados de inflação e atividade. O IGP-10 de novembro acelerou para alta de 0,18%, após avanço de 0,08% em outubro, acumulando queda de 0,80% no ano e leve alta em 12 meses.
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Com a divulgação da PNAD Contínua do terceiro trimestre, o mercado também absorve a notícia de que a taxa de desocupação caiu para 5,6%, o menor nível da série histórica iniciada em 2012.
Do lado fiscal, seguem no radar as expectativas captadas pelo Prisma, relatório do Ministério da Fazenda que mostrou elevação da projeção de déficit primário em 2025 e leve ajuste para 2026.
Além disso, o mercado também repercute as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre uma eventual proposta de tarifa zero para ônibus urbanos, condicionada à neutralidade fiscal, entram no cálculo político-econômico dos agentes.
Na frente corporativa, além do peso de Vale, o mercado repercute a continuidade da temporada de balanços.
A Azul (AZUL4) ampliou o prejuízo ajustado no terceiro trimestre para R$ 1,56 bilhão, apesar de mostrar melhora operacional medida pelo Ebitda, com expansão da margem.
No setor imobiliário, empresas como Trisul (TRIS3) e EzTec (EZTC3) divulgaram resultados considerados positivos por analistas, com destaque para anúncio de dividendos e geração de caixa robusta, enquanto CPFL (CPFE3) apresentou desempenho considerado neutro, com avanço em distribuição e transmissão compensando fraqueza em geração.
E no exterior
No exterior, o sentimento é mais cauteloso. Os índices futuros de Nova York recuam nesta sexta-feira, após a maior queda em Wall Street em mais de um mês, em meio à combinação de incerteza sobre novos cortes de juros pelo Federal Reserve em dezembro e preocupações com uma possível bolha no setor de tecnologia e inteligência artificial.
As apostas para mais uma redução de 0,25 ponto nas taxas caíram para algo em torno de 50%, contra cerca de 60% no início da semana, à medida que declarações de dirigentes do Fed reforçam a mensagem de prudência diante de uma inflação ainda resistente e de sinais de mercado de trabalho relativamente firme.
A falta de dados oficiais frescos sobre a economia americana, consequência da paralisação recorde do governo norte-americano que terminou recentemente, contribui para o ambiente de incerteza.
Na Europa, as bolsas operam em baixa, pressionadas pelos mesmos temores em relação à tecnologia e pela avaliação de que o crescimento na zona do euro segue apenas moderado, apesar de superávit comercial mais robusto em alguns países.
Na Ásia, os principais índices também fecharam no vermelho, reagindo à desaceleração da economia chinesa, com queda na produção industrial e avanço mais fraco das vendas no varejo.
Em commodities, o petróleo sobe, apoiado por expectativas de sanções adicionais à Rússia, enquanto o minério de ferro em Dalian registra leve alta, limitando perdas maiores em mineradoras globais.
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