Nas altas e baixas do Ibovespa desta quinta-feira (6), a Rede D’Or (RDOR3) lidera os ganhos após divulgar um 3TRI25 sólido, com crescimento em lucro, receita e margens.
Na ponta oposta, a Minerva (BEEF3) recua mais de 10%, pressionada pela leitura negativa dos resultados e pelo cenário cambial desfavorável às exportadoras.
Rede D’Or puxa ganhos; Axia/Eletrobras, Totvs e Vibra acompanham
A Rede D’Or avança 5,62% e lidera o Ibovespa após reportar lucro líquido ajustado de R$ 1,46 bilhão, alta de 19,8% frente ao mesmo período de 2024. A receita líquida cresceu 10,4%, totalizando R$ 14,58 bilhões, impulsionada pelo avanço da operação hospitalar e pela melhora do desempenho da SulAmérica.
O EBITDA somou R$ 2,89 bilhões, também com alta de 9,9%, refletindo maior eficiência operacional e expansão do volume de pacientes e cirurgias. Ao fim de setembro, a companhia reduziu a alavancagem para 1,54x EBITDA, sinalizando disciplina financeira.
As ações da Axia Energia (ELET3; ELET6), nova denominação da Eletrobras, sobem cerca de 3% após a companhia anunciar R$ 4,3 bilhões em dividendos intermediários, elevando o total no ano para R$ 8,3 bilhões.
O lucro ajustado de R$ 2,18 bilhões representa queda de 68%, impactado pela normalização regulatória após a revisão tarifária de 2024, mas o EBITDA regulatório ajustado subiu 3,4%, sustentado pela receita de transmissão e redução de custos operacionais (PMSO).
A Totvs (TOTS3) ganha 2,37% com lucro líquido ajustado de R$ 248,7 milhões, crescimento de 10,2% em relação ao ano anterior. A receita líquida atingiu R$ 1,55 bilhão (+17,8%), sustentada pelo avanço da base de clientes e pela expansão de soluções digitais. O EBITDA teve alta de dois dígitos, acompanhado por melhora de margem.
Já a Vibra Energia (VBBR3) também figura entre as altas, com lucro ajustado de R$ 546 milhões, queda anual de 87%, mas receita líquida em alta de 4,6%, totalizando R$ 48,6 bilhões. A melhora na margem bruta e na eficiência operacional ameniza a leitura negativa do lucro.
Maiores altas do dia
| Nome | Último (R$) | Variação (R$) | Var. (%) |
|---|---|---|---|
| Rede D’Or ON (RDOR3) | 46,24 | +2,46 | +5,62% |
| Eletrobras ON (ELET3) | 59,60 | +1,84 | +3,19% |
| Eletrobras PNB (ELET6) | 62,87 | +1,93 | +3,17% |
| Totvs ON (TOTS3) | 45,37 | +1,05 | +2,37% |
| Vibra ON (VBBR3) | 24,73 | +0,41 | +1,69% |
Minerva lidera quedas; Smart Fit, Magalu e Brava recuam
Na ponta negativa das altas e baixas, a Minerva despenca 10,38% após divulgar lucro líquido de R$ 120 milhões, alta de 27,6% frente a 2024, mas insuficiente para reverter o pessimismo em torno da alavancagem e do desempenho operacional no acumulado do ano, que segue negativo.
A receita líquida somou R$ 15,5 bilhões, crescimento de 82,5%, e o EBITDA atingiu R$ 1,3 bilhão, alta de 70,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Ainda assim, o mercado interpreta o resultado como pontual, e a desvalorização do dólar frente ao real pressiona as margens de exportação.
A Smart Fit (SMFT3) cai 4,99%, mesmo após lucro recorrente de R$ 177 milhões (+43% a/a) e EBITDA recorde de R$ 586 milhões (+33%).
A Brava Energia (BRAV3) recua 3,97%, mesmo com aumento de produção em outubro — que registrou média de 85,2 mil barris por dia. Investidores ajustam expectativas após auditoria da ANP em instalações do campo de Potiguar.
As ações da Magazine Luiza (MGLU3) recuam 4,23%, acompanhando o ajuste nos juros futuros após o Copom manter a Selic em 15% com tom mais conservador. O mercado aguarda o balanço trimestral da varejista, previsto para a noite desta quarta-feira.
A CSN Mineração (CMIN3) fecha o grupo de quedas, em baixa de 3,52%, refletindo a leitura cautelosa de analistas sobre o fluxo de caixa e endividamento, mesmo após bons números operacionais.
Maiores quedas do dia
| Nome | Último (R$) | Variação (R$) | Var. (%) |
|---|---|---|---|
| Minerva ON (BEEF3) | 6,65 | -0,77 | -10,38% |
| Smart Fit ON (SMFT3) | 24,20 | -1,27 | -4,99% |
| Magazine Luiza ON (MGLU3) | 8,37 | -0,37 | -4,23% |
| Brava ON (BRAV3) | 14,74 | -0,61 | -3,97% |
| CSN Mineração ON (CMIN3) | 5,75 | -0,21 | -3,52% |
Altas e baixas: contexto do mercado
O Ibovespa segue renovando as suas máximas, ultrapassando a barreira 153 mil pontos.
Nesta quinta-feira, a agenda econômica é marcada pela repercussão da decisão de juros do Copom e pela intensa divulgação de resultados corporativos, tanto no Brasil quanto no exterior.
No Brasil, os investidores digerem o comunicado do Comitê de Política Monetária, que manteve a taxa Selic e reforçou a estratégia de juros altos por mais tempo (“high for longer”), frustrando expectativas de um tom mais dovish. O tom firme do Banco Central deve gerar ajustes nas curvas de juros futuros (DI) e reduzir as apostas de corte em janeiro.
“Continuamos esperando que o ciclo de cortes se inicie em janeiro 2026, porém a comunicação dura de hoje aumenta a chance de uma postergação para março”, afirmou Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Investimentos, após a decisão.
A agenda doméstica traz ainda a divulgação da balança comercial e uma bateria de balanços trimestrais relevantes. Após o fechamento do mercado, serão conhecidos os resultados de Petrobras (PETR4), Suzano (SUZB3), Auren (AURE3), Azul (AZUL4), Assaí (ASAI3), Caixa Seguridade (CXSE3), Lojas Renner (LREN3) e Magazine Luiza (MGLU3).
Entre as notícias corporativas, a Petrobras comunicou a renúncia de Cristina Bueno Camatta ao Conselho Fiscal, enquanto a Axia Energia (ELET6), a antiga Eletrobras, reportou prejuízo líquido de R$ 5,4 bilhões no terceiro trimestre.
A Engie apresentou lucro líquido de R$ 738 milhões, alta de 12,2% na comparação anual, e a Vibra Energia (VBBR3) reportou lucro de R$ 407 milhões, queda de 90,3% sobre o mesmo período de 2024.
A Vale (VALE3) anunciou a conclusão da liquidação da aquisição facultativa de 89,4 milhões de debêntures participativas de sua 6ª emissão, equivalentes a 23,01% dos títulos em circulação.
E no exterior
No cenário internacional, o foco se volta para a divulgação das vendas no varejo da zona do euro (recuo de 0,1% em setembro, o mesmo de agosto) e para a manutenção dos juros em 4% pelo Banco da Inglaterra (BoE).
O dia também é acompanhado por movimentações em Wall Street, onde investidores continuam atentos à temporada de balanços e às expectativas sobre os próximos passos do Federal Reserve.
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