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Como investir nas eleições e como se proteger de volatilidades?

Como investir nas eleições e como se proteger de volatilidades?

O Brasil está a poucos dias do primeiro turno das eleições de 2022, uma das mais concorridas desde a redemocratização, ocorrida em 1985.

De um lado, o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), que tenta garantir mais quatro anos à frente do Palácio do Planalto. Seu principal concorrente é Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente em outros dois mandatos (2003-2006 e 2007-2010). Diante da polarização e da incerteza do cenário, o investidor se pergunta: como investir nas eleições?

A volatilidade no mercado nacional sempre foi uma tônica quando o assunto é eleições, principalmente neste ano, que será época de pleito majoritário. Além da escolha do presidente para os próximos quatro anos, os eleitores também poderão eleger senadores, governador, deputados federais e estaduais – ou distritais, no caso do Distrito Federal.

Além da oscilação tradicional pela proximidade com o pleito, há outros ingredientes de incerteza, como a guerra na Ucrânia e a perspectiva de uma recessão global, dado que vários bancos centrais ao redor do mundo elevem as suas respectivas taxas de juros para conter a inflação.

Como investir nas eleições: fundamentos para entender o estado

De acordo com Denys Wiese, economista e head de renda fixa da EQI Investimentos, para fazer uma boa escolha nas urnas, o eleitor deve compreender a lógica que embasa o plano de governo dos candidatos.   

O economista explica que a atuação dos governos, de modo geral, está sempre com foco no aumento da demanda em determinados setores. Essa premissa, segundo o especialista da EQI, é um equívoco.

“Fazer isso cria um efeito ilusório de prosperidade, que não se sustenta por muito tempo. É por isso que é necessário entendermos a lógica das políticas públicas. Por meio delas, podemos identificar quais são os setores que irão se sair melhor”, explica.

Segundo Wiese, as decisões dos governos quanto à gestão dos recursos geram impactos, que não são notados de forma clara pela sociedade. “Sempre há alguém pagando a conta e, geralmente, são os mais pobres”, comenta.

Recentemente, o governo divulgou o relatório bimestral de contas, onde revelou um bloqueio de R$ 2,634 bilhões em despesas discricionárias com o objetivo de cumprir o teto de gastos, enviado ao Congresso.

O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago, explicou que o bloqueio aos recursos contingenciados atingirá somente as despesas que não foram efetivamente realizadas ainda. Quanto às projeções, esta é a primeira vez no ano que o governo prevê superávit.

A projeção para o resultado primário do ano sai de um déficit previsto de R$ 59,354 bilhões para um superávit de R$ 13,547 bilhões. Já a projeção da taxa Selic acumulada para 2022, mantém-se em 12,3%.

Entre outras projeções, o câmbio deverá atingir R$ 5,20 contra uma projeção anterior de R$ 5,10; a alta da massa salarial poderá ter uma leve elevação de 18,1% para 18,2%; e a estimativa para o barril do petróleo caiu de US$ 107,40 para US$ 100,50.

  • Eleições 2022: quais são as propostas econômicas dos candidatos? Saiba aqui.

Taxa Selic e o dólar

Outros indicadores nos quais o investidor precisa ficar atento também são as projeções de taxa Selic, Produto Interno Bruto (PIB) e dólar. Estes dados podem ser encontrados no Boletim Focus, divulgado toda semana pelo Banco Central.

O mais recente boletim, divulgado nesta segunda-feira (26), mostra que, em relação ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador que mede a inflação, a projeção para 2022 é que este recue de 6% para 5,88%.

Já para 2023, a expectativa é que ele recue de 5,01% para 5% e, para 2024, que permaneça em 3,50%.

Em relação à Selic, que é a taxa básica de juros da economia brasileira, esta permanece em 13,75% em 2022, bem como em 11,25% em 2023, conforme o último levantamento do Focus.

Em se tratando do Produto Interno Bruto (PIB), em 2022 ele sobe de 2,65% para 2,67% e, em 2023, ele permanece estável em 0,50%.

Por fim, o câmbio deve permanecer em R$ 5,20 em 2022, e também deve permanecer em R$ 0,50% em 2023.

Quais setores podem ser beneficiados

Em seus planos de governo, os dois principais candidatos demonstraram quais setores podem ser beneficiados em caso de reeleição de Bolsonaro ou da vitória de Lula.

Um possível governo petista deverá usar o estado como indutor do crescimento econômico – como já ocorreu em um mandato anterior de Lula. Além disso, os investimentos em infraestrutura também devem ser fortalecidos, bem como um fomento ao mercado e indústria interna e o barateamento do crédito. A proposta de ampliar a concorrência no setor bancário também é outro ponto no programa de Lula.

Ou seja: além da infraestrutura, o varejo pode ser beneficiados, assim como construção e imóveis.

A agenda de Lula também é contrária às privatizações, como a que ocorreu com a Eletrobras (ELET3; ELET6), cujo processo se iniciou ainda na gestão de Michel Temer e foi concluído no governo Bolsonaro.

“Estado indutor é o estado como investidor. Drena os recursos da população e aloca nas áreas onde ele aponta onde deve crescer. Todas as propostas do governo Lula já fizeram anteriormente”, comentou Wiese.

Roberto Chagas, gestor de Renda Variável da EQI Asset, avaliou que o capital político é importante para levar adiante as propostas contidas em cada plano. E disse que o primeiro turno será importante para observar o número de deputados que um possível governo petista conseguirá eleger.

Já a proposta de Bolsonaro, para um eventual segundo mandato, é colocar a indução do desenvolvimento nas mãos da livre iniciativa dos empreendedores e da iniciativa privada. Isso significa uma redução do peso do estado.

Outro ponto de um possível segundo governo Bolsonaro é a proteção dos direitos de propriedade, continuidade da agenda de reformas, concessões e privatizações.

Segundo Wiese, muitos pontos do plano de governo encontraram problemas ao longo do governo, com a pandemia. “Com a eleição de Bolsonaro, vejo o Brasil destravando muito valor. Veja uma criação de um ambiente de negócios mais seguro, entrada de capital estrangeiro, investimentos de longo prazo serem feitos”, disse.

Chagas comentou que o setor de supermercados também deve ser um dos mais beneficiados, e isso pode ocorrer em ambos os casos, isso porque as políticas de renda devem permitir a população de menor renda comprar mais.

E no caso do governo Bolsonaro vê um PIB mais forte e mais resiliente ao longo prazo. E a redução do tamanho do estado significa uma diminuição da interferência estatal em empresas com a Petrobras (PETR3; PETR4).

Chagas aponta ainda que o Banco do Brasil (BBAS3) é um destaque entre as estatais porque vem sendo bem gerida há anos e não sofre com as volatilidades do petróleo.

Com relação ao dólar, o gestor de Renda Variável da EQI Asset afirma que, independente da moeda norte-americana subir ou descer, diversificar os investimentos sempre será importante.

“Diversificar é sempre bom. Se for para, pura e simplesmente diversificar, tirar um pouco do risco Brasil, uma poupança em outra moeda, acho bom”, avaliou.

Outro ponto importante que o investidor que possui investimentos em bolsa precisa ficar de olho é a volatilidade que pode ocorrer nos dias seguintes às eleições.

Portanto, para o investidor é necessário ficar de olho em todos os e nos planos de governo e o que os candidatos pretendem fazer na área econômica. Pois decisões erradas podem prejudicar a economia como um todo e, consequentemente, os investimentos.

  • Eleições 2022: quais são os impactos para os seus investimentos. Entenda aqui.
  • Para saber mais sobre como investir nas eleições e os investimentos, Clique aqui e fale com um dos assessores da EQI Investimentos.